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LIVROS

- Publicada em 25 de Janeiro de 2019 às 01:00

Repensando as cidades para 2050

As cidades são o berço da civilização: centro de cultura, comércio e progresso; caldeirão de oportunidade e moradia de 80% da população mundial até 2050. À medida em que o século XXI avança, as áreas metropolitanas vão sustentar o impacto das megatendências globais, como as mudanças climáticas, a exaustão de recursos naturais, e crescimento populacional, a desigualdade de renda, as migrações e as diferenças em saúde e educação.
As cidades são o berço da civilização: centro de cultura, comércio e progresso; caldeirão de oportunidade e moradia de 80% da população mundial até 2050. À medida em que o século XXI avança, as áreas metropolitanas vão sustentar o impacto das megatendências globais, como as mudanças climáticas, a exaustão de recursos naturais, e crescimento populacional, a desigualdade de renda, as migrações e as diferenças em saúde e educação.
Em A cidade em harmonia (Bookman, 463 páginas, R$ 118,00), do consagrado psicólogo, filósofo e mestre em planejamento regional Jonathan F.P. Rose, norte-americano formado em Yale, mostra como é possível harmonizar civilização e natureza, integrando os sistemas que já existem na busca pela igualdade, resiliência, adaptabilidade e bem-estar.
Jonathan fundou em 1989 a Jonathan Rose Companies LLC, empresa dedicada a desenvolvimento, planejamento e investimento imobiliário multidisciplinar, voltada a desenvolver comunidades de oportunidade e a pensar em saúde comunitária e ambiental.
Em síntese, a densa e bem fundamentada obra de Jonathan coloca em destaque o que a Ciência Moderna, Civilizações Antigas e a Natureza Humana nos ensinam sobre o futuro da vida urbana. A obra faz uma relação com a peça O Cravo Bem-Temperado, de Johann Sebastian Bach. Para ele, o conceito de temperamento que ajudou Bach a criar harmonia entre as escalas poderia ser um guia útil para compor localidades que harmonizem as pessoas entre si e com a natureza. A essa inspiração Jonathan deu o nome de cidade bem-temperada, com cinco qualidades para aumentar a adaptabilidade urbana: circularidade, resiliência, comunidade e compaixão. As cinco qualidades intitulam as cinco partes do livro.
Alguns destes tópicos estão funcionando nas habitações sociais de Singapura, na educação pública da Finlândia, na cultura ciclística de Copenhague e no sistema alimentar regional toscano de Florença, no sistema de ônibus rápido de Curitiba e no acesso á natureza de Seattle e às artes e cultura de Nova York.
Na mesma linha de Morte e Vida de Grandes Cidades de Jane Jacobs e de O triunfo da cidade, de Edward Glaeser, este livro defende o importantíssimo papel das cidades na mitigação dos desafios ambientais, econômicos e sociais do século XXI.

Lançamentos

  • Poesia completa - Alceu Wamosy (Editora Movimento, 240 páginas), apresentado por Ricardo P. Duarte e introduzido por Colmar Duarte, José Edil de Lima Alves e Cyro Martins, traz a obra poética de um dos três poetas trágicos de Uruguaiana, ao lado de Galba de Paiva e Gonçalves Vianna. "Wamosy faz por merecer um maior reconhecimento à sua elaboração poética, muito além de Duas almas, que tão justamente lhe deu fama", escreveu José Édil de Lima Alves, doutor em Letras.
  • Harmonia das esferas (BesouroBox, 128 páginas), romance da consagrada professora e escritora Valesca de Assis, tem segunda edição. Personagens como o poeta Léo Schreiber, Suzana, sua mulher, e Magdala, amante do General Candinho, estão no livro. Na apresentação, Cássio Pantaleoni escreve: "A obra é uma pérola literária, cercada com os fios sutis de uma linguagem capaz de tecer imagens como 'Passou os dedos entre as pernas e levou-os à boca, bebendo o gosto de seu filho'".
  • Alma gêmea (Pandorga Nacional, 304 páginas), da conhecida escritora e romancista Ana Ferrarezzi, apresenta uma pungente história de luta pelo amor verdadeiro, redescoberta e reencontro, envolvida em fantasia e viagem no tempo, sem regras ou barreiras. Ana vem conquistando leitores de todo o Brasil com suas histórias sobre vida cotidiana e fantasias que enaltecem o folclore nacional.
 

São Francisco em Punta del Este

Não se assuste, nem se impressione, São Francisco de Assis, o pobrezinho de Assis, eleito com justiça o Homem do Segundo Milênio pela revista Time, não reencarnou em Punta del Este e não está fisicamente por lá, aproveitando o verão. A conversa e as inspirações são outras.
Punta del Este é um dos destinos turísticos mais charmosos do mundo, com sua natureza, gastronomia, limpeza, segurança, simpatia dos uruguaios e, há poucos dias, recebeu, merecidamente, importante certificado da Organização Mundial de Turismo, instrumento adequado para reforçar a competitividade e a sustentabilidade já bem conhecidas do turismo uruguaio, grande fonte de divisa do país.
Em meio aos hotéis, pousadas, paradores, restaurantes, edifícios de requintada arquitetura, casas e mansões milionárias e às toneladas de glamour que reinam no balneário, está a Capela de Nossa Senhora de Fátima, dos frades capuchinhos. A austera construção tem telhado de zinco, paredes simples pintadas de branco e poucas imagens penduradas. A pequena área de aproximados 200 metros quadrados gera intimidade e aconchego.
Ao lado está uma modesta construção térrea, de simplicidade fransciscana, onde está o eremitério para os eremitas urbanos. Nos fundos uma parrilla abandonada. No interior da capela bancos simples de madeira e imagens de Nossa Senhora de Fátima, de São Francisco de Assis e do iluminado Padre Pio de Pietrelcina. É um local franciscano ao extremo, que em meio ao luxo e à riqueza da cidade, nos faz lembrar de simplicidade, pobreza, compaixão, amor aos animais, espírito cristão e nos faz pensar nas palavras da imortal Oração de São Francisco.
Localizada na esquina da Chiverta com a Italo dell'Oro, parada 3, está a poucos metros do imponente Hotel Enjoy Punta del Este, anteriormente chamado de Conrad. Inaugurado em 1997, o hotel tem cassino de três mil metros quadrados, 294 apartamentos, ocupa todo o quarteirão e dividiu a história de Punta, fundada em 1907. Com o hotel, a ideia foi dar vida à Punta o ano todo.
Assim é a vida, assim é Punta. Riqueza e pobreza, simplicidade e complexidade, passado, presente, futuro e os pássaros nos ares não dando a mínima para as complicações e as belezas humanas. A capela dos capuchinhos, localizada em terreno altamente valorizado, está lá para lembrar que é preciso ouvir o silêncio, meditar para acariciar nosso coração e os dos outros e para mostrar que o dinheiro deve ser um bom servidor e não um péssimo chefe.
Se o amor, a bondade, a solidariedade, a justiça social e a liberdade mandarem no dinheiro, melhor. Se ele, absoluto, mandar em tudo, bom, aí seremos muito pobres, como muitos que de tão pobres só tem dinheiro, muito dinheiro, demais dinheiro. Há quem diga que o dinheiro tem que ser nosso escravo e não nosso senhor. Não gosto nem de pensar em escravos e senhores. Melhor pensar em colaboradores e líderes. Ou em líderes e empresários servidores, como querem alguns.
 

A propósito...

São Francisco de Assis foi um clarão que iluminou o mundo no século XIII e é um dos santos mais importantes da Igreja Católica, que tem mais de sete mil santos. Infelizmente, Francisco não foi e nunca será majoritário na Igreja, mas merece as homenagens do Papa Francisco e as de todos que conseguem ter uma sensibilidade e um olhar mais humano sobre as pessoas, o planeta e a natureza. Sabia tudo São Francisco e sabia que deveria estar em Punta, para que os ricos não se tornem ricos pobres, desses que santificam só as moedinhas de ouro. Moedinhas que são devoradas, frequentemente, pelas engrenagens e máquinas dos cassinos, onde as pessoas mostram que, no fundo, querem até se livrar do vil metal.