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- Publicada em 29 de Novembro de 2018 às 21:29

Luiz-Olyntho e Os embaixadores

O psicanalista, escritor, tradutor e professor Luiz-Olyntho Telles da Silva nasceu em Marcelino Ramos, em 1943, e é membro fundador da Biblioteca Sigmund Freud, Espaço de Interlocução e Formação Psicanalítica. É autor de 11 livros, sendo o mais recente Os embaixadores (296 páginas, Editora Movimento), que reúne ensaios sobre 11 grandes escritores rio-grandenses. O autor participa de muitas atividades no âmbito da psicanálise e da área cultural, no Brasil e no exterior.
O psicanalista, escritor, tradutor e professor Luiz-Olyntho Telles da Silva nasceu em Marcelino Ramos, em 1943, e é membro fundador da Biblioteca Sigmund Freud, Espaço de Interlocução e Formação Psicanalítica. É autor de 11 livros, sendo o mais recente Os embaixadores (296 páginas, Editora Movimento), que reúne ensaios sobre 11 grandes escritores rio-grandenses. O autor participa de muitas atividades no âmbito da psicanálise e da área cultural, no Brasil e no exterior.
Silva apresenta pequenas biografias dos autores e ensaios sobre livros de Luiz Antonio de Assis Brasil, Maria Carpi, Berenice Sica Lamas, Hilda Simões Lopes, Ana Mariano, Lenir de Miranda, João Simões Lopes Neto, Aldyr Garcia Schlee, Donaldo Schüler e Armindo Trevisan. A capa do livro foi composta com a imagem de um quadro de Hans Holbein que integra o acervo da National Gallery, de Londres, e que foi utilizada por Jacques Lacan para ilustrar a capa do Livro 11 de sua coleção O seminário.
Como explicita Silva na apresentação, a seleção dos autores não implicou escolher principais ou melhores e, igualmente, não obedeceu ao critério de obras mais representativas de cada autor enfocado. Com leituras generosas, mas cuidadosas e muito atentas das obras analisadas, Luiz-Olyntho demonstra grande amor por sua terra, por seus conterrâneos e, acima de tudo, pelos livros e pelas palavras, ele que é um leitor apaixonado, infatigável e criativo.
Os ensaios do volume se inspiram na ideia de que os escritores, na medida em que trazem notícias de outros mundos ao continente dos leitores - por vezes notícias tão horríveis e desagradáveis que tratam de nos contar da maneira mais gentil e educada possível - são verdadeiros embaixadores. Num mundo rápido e plano como o nosso, o que acontece em outros mundos e em outros países, ou no outro canto da cidade, influencia em muito a vida de cada um. Quem já leu alguma coisa de física quântica conhece bem a história.
Como se vê, com base em suas muitas leituras, em suas experiências de viagens e com amparo num "saber de experiências feito", Luiz-Olyntho Telles da Silva nos apresenta visões que iluminam as obras, como, aliás, gostava de dizer e de fazer o saudoso mestre Antônio Candido.

Lançamentos

Meninas de Bagé - Crônicas feitas de memória: somos aquilo que lembramos (Teor, 96 páginas), coletânea organizada por Ana Luiza Rodríguez Antunes, poeta e professora, traz belos textos, memórias e lembranças das mulheres/meninas de Bagé, bem como fotografias e homenagem à dona Julietinha Bandeira. Luiz Coronel, na apresentação, diz: "Meninas de Bagé, este poeta de tão longo andar dançou com vocês no parque de suas narrativas".
Superman - As histórias do homem de aço (Ciranda Cultural) traz, dentro de caixa em formato de livro, seis minilivros com as histórias em quadrinhos do famoso e universal herói criado por Jerry Siegel e Joe Shuster. O homem de aço; Fuga da zona fantasma; Super-Homem contra Mongul; Super-Homem contra Bizarro; Dia do juízo final; e Super-Homem contra a Banshee Prateada são os títulos das aventuras apresentadas.
O retorno de Bennu (Ateliê Editorial, 180 páginas) é o 12º livro do contista e poeta Majela Colares. O volume apresenta aforismos, apotegmas e poemas, como sempre plenos do explícito humanismo que domina a poesia e a visão de mundo do autor. Alexei Bueno apresenta a obra, que tem versos como: "Minha vida é feito a lua / decifrada em seus quadrantes / luas cheias e minguantes".

Luiz Coronel, 80 anos, 80 poemas esta noite

Luiz Coronel, poeta, publicitário, compositor, escritor, palestrante, cronista e homem de cultura, nasceu em Bagé e completou gloriosamente 80 anos no dia 16 de julho passado. A data foi comemorada com muitas e diversificadas atividades em Bagé e Porto Alegre, envolvendo homenagens, lançamentos de livros, apresentações da peça teatral A comédia gaúcha, da Ópera Farroupilha, de espetáculo musical com Fafá de Belém e Orquestra Unisinos, e recital poético-musical com Debora Finocchiaro, Vinícius Brum e convidados, entre outras manifestações.
O talento multimídia e multifacetado do poeta tem merecido atenção, em especial, da Universidade de Salamanca e de La Residencia de Madrid, casa onde morou Garcia Lorca e Salvador Dali, e que, hoje, é Patrimônio da Humanidade pela Unesco. O título de crônicas Um cronista inesperado foi livro de cátedra da Universidade de Salamanca, a segunda mais antiga universidade europeia. Os versos do livro 80 poemas esta noite, obra que reúne poemas em espanhol de Coronel, foram recitados em Salamanca e em La Residencia. O volume foi lançado há poucos dias pela Editora Mecenas, é bilíngue e se faz acompanhar de DVD, com recital de Coronel e Debora Finocchiaro.
A obra 80 poemas esta noite traz apresentações de José Eduardo Degrazia, Neto Fagundes, Elvira Nascimento e José Carlos Teixeira Giorgis, mais estudo crítico da professora Ascensión Rivas, catedrática de literatura de língua portuguesa da Universidade de Salamanca. O crítico Antonio Maura traduziu os poemas de Luiz Coronel para o espanhol e assinou um texto sobre os versos, no qual escreveu: "Luiz Coronel es un poeta de la infancia y del amor".
A professora Ascensión Rivas escreveu: "La poesía de Coronel, que es infancia y ternura - pero también carnal y dolor social - nos invita a descubrir un mundo de sonoridades y de vida bajo la luz de un domingo, de 'um domingo ensolarado' atemporal ya, abierto a los placeres y sinsabores de la vida. Es, como afirma Carlos Nejar, una obra para ser leída, para tenerla cerca y apta para 'passar de ouvido em ouvido como um conselho necessário', es decir, uma obra para tenerla cerca de las manos y del corazón".
É bem isso. A obra poética tão vasta de Luiz Coronel e fruto de um já longo percurso vai seguindo lampeira sem dar bola ao tempo e vai dando espaço para os tempos de criança, de juventude, de adulto e mostrando que esses tempos dançam entrelaçados nos bailes da vida. Coronel fala de coisas de menino, de amor, de sexo, de lembranças atuais, de memórias verdadeiras ou inventadas, de amadas e amantes, de mar, de terra, de flores e árvores, de poesia e de poetas. Quer dizer: seus versos tratam da vida. Da vida das pessoas, do planeta, da natureza e da existência da própria poesia e do próprio tempo.
"O poema corta as algemas/ que prendem/ o pensamento à razão/ O poema corre atrás/ das rimas e metáforas/ qual veranistas em busca/ do guarda-sol de praia,/ solto pelas ventanias do verão." Versos de Luiz Coronel.

A propósito...

O poeta gigante Ezra Pound, autor do monumental Os cantos, que tem 5 mil versos, disse, em 1934, que os artistas eram as "antenas da raça". Trinta anos depois, o grande teórico da comunicação Marshall McLuhan disse que artistas são pessoas de "atenção integral". Poetas são, acima de tudo, artistas, pessoas que enxergam mais e mais longe, pessoas que detectam, antes de todos, sinais do que acontece e acontecerá. Não existe mundo ou humanidade dignos sem poesia. A poesia nos procura? Nós procuramos a poesia? As duas alternativas estão certas? Acho que o Luiz Coronel é procurado pela poesia e também a procura. Dos encontros nascem os versos e tudo mais.
(Jaime Cimenti)