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- Publicada em 03 de Julho de 2018 às 01:00

Alertas vermelhos no Rio Grande do Sul

A resistência de cidadãos e entidades gaúchas contra a mina de chumbo que a brasileira Votorantim e a multinacional IamGold querem abrir no distrito de Minas do Camaquã, em Caçapava do Sul (RS), ganhou repercussão internacional na sexta-feira passada. O impasse foi registrado como "Conflito socioambiental de atenção mundial", na plataforma da Environment Justice Atlas - EJA. Nela estão mapeadas as ocorrências de relevância, no mundo inteiro, para as nações que têm compromissos ambientais com o futuro.
A resistência de cidadãos e entidades gaúchas contra a mina de chumbo que a brasileira Votorantim e a multinacional IamGold querem abrir no distrito de Minas do Camaquã, em Caçapava do Sul (RS), ganhou repercussão internacional na sexta-feira passada. O impasse foi registrado como "Conflito socioambiental de atenção mundial", na plataforma da Environment Justice Atlas - EJA. Nela estão mapeadas as ocorrências de relevância, no mundo inteiro, para as nações que têm compromissos ambientais com o futuro.
O projeto das duas mencionadas empresas tramita, sem oposição do governo José Ivo Sartori, na Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema) e na Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Esta, como se viu no mês passado, empenhou-se em comemorar seu 27º aniversário exaltando a proteção ao tigre de bengala - que não existe em terras gaúchas.
Apontando ao Rio Grande do Sul há mais dois alertas vermelhos da EJA, criticando a violação de direitos fundamentais. O mais antigo é o da "precariedade da mobilidade urbana", desfechado a partir de 25 de fevereiro de 2011, quando houve o atropelamento de 17 ciclistas, por um automóvel dirigido por um servidor de primeiro time do Banco Central do Brasil. O caso se arrasta como tartaruga forense na Justiça de Porto Alegre. O outro é o do "incontido florescimento de desertos verdes causados pela monocultura do eucalipto".
 

Burrice ou inocência?

"Não sei se sou meio burro ou inocente. Só agora fui perceber, depois de tanto tempo, o real significado da frase 'Nunca antes na história deste País, um partido tirou tantos milhões da pobreza'. Eu achava que 'milhões' se referia às pessoas."
(Da "rádio-corredor" da OAB-RS, sexta-feira passada).

Gols financeiros

Enquanto a plateia se distrai com a Copa do Mundo, os planos de saúde gritam gol, todos os dias, desde a semana passada, graças a um suspeito passe açucarado da ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar.
Concebida em 3 de junho de 1998 para "regular o mercado dos planos privados de saúde", a ANS - ora submetida ao governo Michel Temer - deu uma canetada para que as operadoras privadas possam tomar mais dinheiro dos segurados. Quem ficar doente poderá ser obrigado a pagar 40% do valor dos procedimentos médicos.
Hoje, com 20 anos e um mês de existência, a ANS nada tem a comemorar em defesa da cidadania. Já no outro sentido...

A propósito

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha, por encomenda do Conselho Federal de Medicina, respondida por 2.087 pessoas, em todas as regiões brasileiras na semana passada, apontou por maioria (40%) que "a saúde deveria ser a prioridade governamental". A educação teve 20%. Combate à corrupção e aumento do emprego empataram na terceira posição, com 14% das citações.

'Enganados pela TAP'

Viralizou na internet, desde sexta-feira passada, a crítica feita pela arquiteta porto-alegrense Patrícia Praetzel. Adquirente antecipada de passagem, pela TAP, de regresso de Portugal ao Brasil, ela se viu embarcada, em Lisboa, na segunda-feira da semana passada - como os demais cento e tantos passageiros - sem prévio aviso, num desconhecido avião branco, sem prefixo, sem logotipo, sem qualquer item de conforto para uma viagem internacional de longo curso.
"Era um despojado Airbus de uma até então desconhecida HiFly, ainda bem que chegamos são e salvos", diz a inconformada turista, enquanto aguarda alguma explicação da TAP, a quem pagou a passagem. Já a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), concebida nos mesmos moldes da ANS, não respondeu a uma mensagem do Espaço Vital sobre a regularidade do aparente "embrulho aéreo".

A grana das bagagens

"Cabo de esquadra" é uma expressão portuguesa usada para definir algo que prima pela boçalidade, cúmulo da ignorância e pedantismo. Mais ou menos assim pode se avaliar a informação oficial da mesma Anac (mencionada na nota aí de cima) sobre o impacto da cobrança pelo despacho de bagagens nos preços das passagens aéreas. A estocada financeira, sob a promessa de posterior e gradativa redução das tarifas por passageiro, entrou em vigor em 1 de junho de 2017.
Treze meses depois, o gerente de acompanhamento de mercado da Anac, Cristian Reis, disse que "seria irresponsável a agência fazer qualquer análise agora, sendo preciso aguardar que o mercado se adapte ao novo ambiente regulatório". O que se sabe é que as passagens nacionais ficaram 7,9% mais caras em relação ao mesmo período do ano passado.

Prêmio para o magistrado


REPRODUÇÃO/JC
Por Carlos Alberto Bencke, advogado (OAB-RS nº 7.968)
O doutor Criávalo, advogado, em cidade pequena na região da fronteira do Rio Grande do Sul, fez fama por ser bem-falante, com sotaque gaúcho acentuado para dar ênfase às suas tiradas de humor, mas todas ligadas à técnica do Direito. Processo importante que surgisse na cidade apontava direto para o seu bem montado escritório.
Além disso, o dr. Criávalo possuía cultura invejável em filosofia e devorava livros. Por isso era muito procurado pelos intelectuais da cidade para conversas que iam desde a prisão do ex-presidente até o Mito da Caverna de Platão, sem deixar de dar uma passadinha pela seleção brasileira em Moscou.
O juiz recém-chegado à comarca foi logo informado sobre tal fama pelos funcionários do fórum, que elogiavam a estrutura sólida da cultura do causídico e seu fascínio irresistível.
Com o tempo, o dr. Criávalo foi espraiando seus negócios. Abriu um bem montado restaurante que tinha no cardápio um trivial, porém irresistível, leitão recheado. Era o prato mais solicitado e, inclusive, levado para casa inteiro para alimentar as famílias reunidas aos domingos. O magistrado ainda não conhecia pessoalmente o advogado famoso, mas já sabia da fama do leitão. E não teve dúvida para o almoço do domingo, pois receberia a visita da noiva com casamento marcado e seus pais. Pensou no leitão e dito e feito. Levou o bicho recheado para casa e fez a maior propaganda para as visitas ilustres.
Todos reunidos, o juiz pôs-se a trinchar o leitão quando percebeu - misturada ao suculento recheio - uma tampinha de lata de cerveja. De imediato, o magistrado encheu-se de brios e, bufando, foi ao restaurante do famoso advogado, a quem encontrou regalando-se com um leitão e cercado de amigos que o paparicavam. O magistrado-cliente reclamou aos brados, mostrando a tampinha ainda lambuzada de recheio.
Sem perder a compostura, o causídico dono do restaurante abriu um largo sorriso, abraçou o juiz e anunciou aos pares ali sentados: "Este é um magistrado de sorte. Recém-chegou na comarca e já ganhou um prêmio: um fardo de latinhas de cerveja a que fez jus o feliz cliente que encontrou a tampinha no meio do leitão recheado".
Foi assim que o magistrado ficou sabendo por que o advogado era um dos melhores da cidade.