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Agronegócios

- Publicada em 13 de Agosto de 2018 às 01:00

Riscos e oportunidades para o agronegócio na China

Fumo é um dos setores com potencial na pauta de exportações

Fumo é um dos setores com potencial na pauta de exportações


ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
Com a possível redução nas importações de soja por parte da China já neste ano (leia matéria publicada no Jornal do Comércio), se tornou ainda mais necessário reduzir a dependência gaúcha das exportações da oleaginosa. Com sua pauta baseada principalmente em commodities, o Brasil como um todo precisa avançar em suas estratégias para tirar melhor proveito do imenso potencial de consumo do gigante asiático.
Com a possível redução nas importações de soja por parte da China já neste ano (leia matéria publicada no Jornal do Comércio), se tornou ainda mais necessário reduzir a dependência gaúcha das exportações da oleaginosa. Com sua pauta baseada principalmente em commodities, o Brasil como um todo precisa avançar em suas estratégias para tirar melhor proveito do imenso potencial de consumo do gigante asiático.
De olho no consumo interno do país - gerado pelo aumento da renda chinesa, da expansão da classe média e dos milhões que todos anos saem da linha de pobreza -, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) fez um estudo sobre a agricultura e a pecuária brasileira, e o que poderia vender mais e melhor para o país asiático. Devido à amplitude e diversidade da China, explica Pedro Henriques Pereira, assessor de Relações Internacionais da CNA, são muitos os segmentos que podem ter benefícios.
Há oportunidades em celulose, carnes de bovinos e suínos, algodão, fumo não manufaturado, milho, óleo de soja, açúcar, couros e peles, pedaços e miúdos de aves, madeiras de coníferas e não coníferas, e óleo de amendoim, por exemplo. No entanto 78% das oportunidades estão em cinco setores: complexo soja, produtos florestais, carnes, couros e peles, e fibras e têxteis. "O Brasil já exporta US$ 20 bilhões em produtos desses setores à China. Ainda que vitais para a economia brasileira, é importante dizer que pouco contribuiriam para diversificar as exportações, uma vez que já são preponderantes", alerta Pereira, que é mestre em Estudos da China pela Universidade de Zhejiang.
Entre os produtos ainda pouco ou não comercializados, ele avalia que têm potencial calçados, miúdos de animais (exceto peixes), frutas (mangas, melões, limões e superfrutas, como o açaí e outras espécies da Amazônia), leite em pó, creme de leite, queijos (o produto aqui é caro, e o que se vê nas gôndolas é principalmente importado), alguns tipos de papéis, móveis de madeira, amendoins descascados, arroz quebrado, café, pimenta, semente de algodão, mel natural e cacau em pó.
"Há anos, se negocia a abertura do mercado para o melão e, recentemente, a uvas de mesa. O processo tem sido lento, mas o Brasil já trabalha com parceiros na China para promover suas frutas. Uma vez aberto o mercado, esperamos um incremento significativo nas exportações", acredita Pereira.

Mês de agosto é decisivo para o frango brasileiro

Paiva negocia o fim das medidas antidumping contra os produtos

Paiva negocia o fim das medidas antidumping contra os produtos


/THIAGO COPETTI/ESPECIAL/JC
Apesar do potencial mercado chinês para exportações agrícolas, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) lamenta problemas nas relações comerciais, que devem ser resolvidos com urgência, diz Pedro Henriques Pereira, assessor de Relações Internacionais da entidade. "É o caso das barreiras infundadas ao comércio, que afetam o açúcar e a carne de frango".
Segundo a entidade, o setor de açúcar sofre com salvaguardas, o que fez com que as exportações brasileiras caíssem cerca de 85% para a China em 2017, se comparadas com 2016. Na carne de frango, a medida antidumping na China já fez com que as vendas caíssem 12% em um ano, segundo a CNA.
Marcos Caramuru de Paiva, embaixador brasileiro em Pequim, também defende que as medidas antidumping são baseadas em alegações infundadas (produtores locais argumentam que o produto do Brasil entra com preços abaixo do mínimo do mercado) e negocia o fim da medida. No entanto, ainda sem respostas para o pleito brasileiro, a medida poderá passar de provisória a definitiva se não houver alteração ainda neste mês.