Catedral centenária

Sem chances de ser aprovada, a PEC do chamado Distritão, que prevê o fim do voto de legenda e contempla os candidatos mais votados em uma determinada região, seria uma baita arejada no sistema eleitoral. Não faz o mínimo sentido os mais votados terem que dar lugar para outros com votações às vezes pífias. Chamem o sistema eleitoral atual de tudo, mas não de democracia representativa. É democracia partidária. Entre aspas.

Se as eleições para a presidência da República - programadas para 2022 - fossem realizadas hoje, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) venceria o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre os espíritas (54%) e entre os adeptos das religiões afro (78%), mas perderia nos católicos (21%). São números da mais recente pesquisa PoderData. Um detalhe: para metade dos evangélicos, o governo Bolsonaro é bom ou ótimo. A pouca aprovação entre católicos talvez seja porque na testa do presidente está escrito "evangélico".

Embora reine um pouco de incerteza quanto à movimentação das estatísticas da pandemia, é sobremodo faceiro o fato de que Porto Alegre e outros municípios já estão vacinando pessoas com 26 anos. Quem diria isso há sete meses ou em 2020? É uma baita conquista e como tal deve ser comemorada.

Pipocam registros de aumento de casos de Covid com a variante Delta, mas um detalhe ainda não veio a lume: quantas das novas infecções se deram em pessoas devidamente vacinadas? Até agora, só sabemos que a Delta gosta dos não-vacinados, que são em número expressivo, variando de país a país.

A sexta-feira foi um daqueles dias de alinhamento dos planetas. Fim de semana, dinheiro no bolso, cumprir tarefas para sair logo da cidade para curtir o calor prometido fora dela - e obras e serviços sendo realizadas em horas de rush, causando congestionamentos.

Foi o caso de obra do Dmae na avenida Independência, cujo congestionamento contagiou outros bairros, e o pessoal da Cootravita, na sua faina, com colocação de cones no leito da via. Deveria haver protocolos nas secretarias levando esses fatores em conta.

Porto Alegre já foi a capital das buzinadas em vão, mas aos poucos fomos nos tornando acusticamente civilizados. Só que nesta volta ao quase-normal, as buzinadas são mais prolongadas, o que mostra o aumento da irritação no trânsito e provavelmente fora dele também.

A propósito do reaparecimento das carroças na Zona Norte de Porto Alegre, a EPTC dá números sobre a fiscalização que exerce sobre veículos de tração animal. Até julho deste ano, foram 210 recolhimentos de carroças e cavalos.

Nos anos 1970, os Correios sofreram cirurgia de porte, para torná-lo eficiente, deixando de ser um cabide de empregos desde os anos 1950. Havia muita gente que só batia o cartão, ou cumpria carga horária de poucas horas. Um capitão de fragata foi o escolhido para chefiá-lo, e foi muito bem. Éramos considerados o terceiro melhor do mundo.

Como o Brasil parece detestar eficiência, aos poucos esse selo mundial de qualidade foi apodrecendo devido às sucessivas nomeações políticas. O desfecho da ruindade se deu no governo Lula, quando o MDB mineiro pegou as rédeas dos Correios para infelicidade nossa. Teve diretor que de correio só sabia lamber selo. Isso mais o grevismo funcional, liquidada a fatura.

Apesar do sepultamento da ideia do voto impresso, o leitor Antonio A. d'Avila manda o seu recado sobre o assunto: "Confundem auditoria com investigação. O voto impresso pode ser investigado a partir de denúncias, mas em casos de milhões de dados, a auditoria só pode ser feita nos sistemas. No caso das urnas, o sistema é auditado na execução do lacre, e após não pode 'por vontade própria' adulterar os votos".