Aquela que ninguém esquece

Era tempo de grevismo, era tempo de esquerdismo e seus chavões e mantras repetidos até mais não poder. Começou com resgate da cidadania e outros resgates como se sequestros fossem. Mas nenhuma era mais assídua quanto "a nível de". Não só a esquerda a jogava da boca para fora como o mundo corporativo dela se apropriou, como se de Milton Friedman fosse, logo ele, o pai do neoliberalismo. Entrevistas de executivos começavam sempre com "a nível de".

Pois foi nessa época que meu amigo Gil Villeroy passou pela expressão sem se dar conta. Estava em curso uma greve dos bancários. No térreo do seu prédio, havia uma agência bancária e, certo dia, a tropa sindical conclamou colegas de agência para aderir à greve. Os oradores se revezavam ao som de pelo menos uma dúzia de "a nível de".

Algum tempo depois e sem saber do infausto fechamento da agência, Gil desceu do seu apartamento para fazer uma operação. Estava fechada. Surpreso, perguntou a um solitário vigilante o que se passava. O homem se empertigou todo e foi à fala.

- É que o pessoal está a nível de greve!

Ao observar a ação dos fiscais da prefeitura fechando e multando casas comerciais, o presidente da Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), Paulo Afonso Pereira, se deu conta de uma coisa que o incomodou.

De onde surgiram tantos fiscais, pergunta Pereira, tão ausentes antes da pandemia? Quando mais se precisava deles para combater o comércio irregular, a informação da prefeitura era que eles estavam em falta.

As inevitáveis piadas prontas com o isolamento nem sempre são bem recebidas. Um leitor conta que viu a vizinha subir nas tamancas porque o marido falou "olha a quarentona na quarentena". O povão não dá bola para o politicamente correto. É comum casais se referirem com apelidos universais. Por exemplo, ela é a Nega, que chama o marido de Gordo. Às vezes, o contrário. O que mais dá.

Abundam projetos de parlamentares que visam reduzir linearmente ou até zerar tarifa públicas, mensalidades e outras despesas fixas, mesmo da iniciativa privada. Por que será que fica a sensação de que é apenas para fazer média com o eleitor?

...só no filme de faroeste italiano. Ele está mais robusto do que nunca no Brasil. Em parte, porque o governo quer estimular as exportações. E com a Selic a 3%, o nosso realzinho fica ainda mais fraco.

...nem sempre alcança. A cada final de semana que chega, os isolados pessoa física e jurídica ficam na expectativa do agora vai, que, no início da semana vindoura, o vírus e o governo, por ele governado, afrouxem as regras do ir, vir, comprar e vender. Até agora, tiro na água. Tem sido um exercício de frustração.

O Grupo Boticário doará, por meio de seu Instituto, 30 toneladas de álcool em gel para a Cufa (Central Única das Favelas). Criada há 20 anos entre jovens de várias favelas, a entidade é conhecida por promover ferramentas de integração e inclusão social em comunidades carentes.

Antes da Covid-19, já havia forte pressão para que a Lei Geral de Proteção de Dados tivesse sua vigência adiada - seria em agosto deste ano. Agora, se confirma que a LGPD foi catapultada para mais adiante.