Falta um

...como o causo é. Quem plantou a primeira soja em outubro se ralou, porque choveu 15 dias direto, impedindo o plantio; quem plantou em novembro está mal na parada. Só se salvou quem tem irrigação por pivô. Pega preço bom e tem alta produtividade. É para poucos, que têm água.

Depois da declaração oficial de que vivemos uma pandemia, lá se foi o boi com corda e tudo. Mesmo que o número de casos novos tenha diminuído na China e que ela diga que está tudo sob controle, mesmo que a letalidade seja baixa, mesmo que aumentem os casos de remissão, mesmo que infectados não apresentem sintomas da doença, mesmo que alguns especialistas digam que é um vírus como já tivemos - piores até -, chegou a hora de outro vírus.

Este vírus vai e vem, e acompanha a história da humanidade desde tempos remotos. Não há vacina, não há medicamentos que diminuam os sintomas. Os que ainda não o contraíram, especialmente na camada mais esclarecida da população, confundem desejo com realidade para dizer que males vêm e vão, mas intimamente tem o pior. Esse vírus poderoso chama-se confiança, ou melhor, a falta dela. Ele ataca e tem potencial para afetar o sistema financeiro mundial.

"Considero difícil a aprovação de grandes reformas no País neste ano", disse o doutor em Filosofia Política pela Ufrgs Fernando Schüler, em palestra durante reunião do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae-RS. De fato, Schüler tem razão. O pensamento da página coincide com o do Barão do Irararé: de onde menos se espera, daí mesmo é que não sai nada.

Vai longe o tempo do primeiro choque de petróleo, em 1973, quando preço do barril (158 litros) passou de US$ 3 para US$ 11 em 24 horas. Ante as críticas de que a Opep estava quebrando a economia mundial, o xeique saudita Yamani disse que o mundo ainda agradeceria aos produtores de petróleo, porque forçaria pesquisas para energias alternativas. Yamani estava certo. É só olhar ao redor.

O aluguel de carros é um segmento que ganha cada vez mais adeptos. A Localiza celebra mais um ano de forte crescimento em 2019 com lucro líquido recorde de R$ 847,5 milhões - 28,6% maior que em 2018, com aumento da receita líquida 33,7% superior ao ano anterior. A frota é de 323.361 carros.

É quase como se fosse fisicamente palpável. O ar está carregado de apreensão com o quadro geral das coisas pós-vírus. Em tempos como este, a população perde a vontade de consumir e fazer festas, não só pelo temor do contágio, mas também porque quer chegar em casa e escapar do calor e das más notícias.

Apesar do esforço de industrialização, o Rio Grande do Sul é um estado eminentemente agrícola. Safra cheia, PIB de respeito; safra regular, PIB regular; quebra de safra, PIB ruim. Por todos os motivos do mundo, este é um verão para ser esquecido.