O voo do cavalo

Após o lançamento do The Best Jump 2019, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter lamentou as notícias sobre terminar com os esportes nas escolas. O esporte é uma aula de vida, salientou, porque ensina a ganhar e a perder. "Ganhar é até fácil, mas perder já é diferente. O esporte ensina a levantar depois da queda." Certo ele. Ensina a dar a volta por cima.

De novo a história de derrubar o Muro da Mauá. Desta vez o próprio alcaide quer destruí-lo. Conviria antes saber porque ele existe. A história remonta à segunda metade dos anos 1960 quando engenheiros alemães pensaram o futuro da Região Metropolitana. Com recursos do BID, só parte foi feita, para variar. Entre eles estava o muro, mas não só para evitar enchentes, ele foi construído com fundações para suportar uma elevada de seis pistas até o Gasômetro. Daí a construção da avenida Castelo Branco, que também serve como dique de proteção.

A elevada ligaria a Zona Norte à Zona Sul direto. Embaixo dela ficariam os terminais dos ônibus, livrando a área central. Não saiu a elevada cujo efeito foi o medonho X da Rodoviária. Sem ela o caos no trânsito só fez piorar. Sem ela, veio o Trensurb e adeus Tia Chica para a ligação com a Zona Sul. O projeto dos alemães previa a extensão da Castelo/Voluntários da Pátria até São Leopoldo, uma freeway que serviria como proteção às enchentes. Sem falar nos reservatórios de água no Vale do Paranhana para abastecer toda a Região Metropolitana. Tínhamos tudo na mão e jogamos o futuro fora.

Não é o muro que divide o Guaíba da cidade. Quem divide é o Trensurb. Antes do muro e do trem, eram as operações portuárias, o carregar/descarregar dos navios em quase toda a extensão. Era considerada área de segurança e ao Guaíba a população não podia ter acesso.

Algumas atitudes do clã Bolsonaro não têm explicação. Quem postou as críticas de Olavo de Carvalho aos militares no Twiter do presidente Bolsonaro foi um dos filhos. Nem Freud explica.

Podem dar 1 milhão de explicações pela pouca presença dos fiscais de trânsito em Porto Alegre, mas não podem escamotear o fato de que as ruas são uma escola que desperta os piores sentimentos dos motoristas e motoqueiros. Ninguém dá bola para faixas de contenção, faixas de segurança embaixo das sinaleiras e por aí vai. É a cultura Mad Max.