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Cultura

- Publicada em 11 de Dezembro de 2019 às 03:00

Banda de heavy metal Nervosa faz sua estreia em Porto Alegre

Luana Dametto, Prika Amaral e Fernanda Lira se apresentam nesta quarta-feira no Opinião

Luana Dametto, Prika Amaral e Fernanda Lira se apresentam nesta quarta-feira no Opinião


RENAN FACCIOLO/DIVULGAÇÃO/JC
Daniel Sanes
É inacreditável que, com quase uma década de história, a banda paulista Nervosa nunca tenha se apresentado em Porto Alegre. Um dos maiores expoentes do metal extremo do Brasil no mundo, o trio formado por Fernanda Lira (vocal e baixo), Prika Amaral (guitarra) e Luana Dametto (bateria) já fez shows no Rio Grande do Sul, mas apenas em cidades como Caxias do Sul, Canoas, Igrejinha e São Leopoldo. Pois, após tanto tempo de espera, os fãs da Capital finalmente poderão ver as garotas ao vivo: o grupo se apresenta nesta quarta-feira (11), às 21h, no Opinião (José do Patrocínio, 834). Entradas entre R$ 35,00 (meia) e R$ 70,00, com ingresso solidário (mediante entrega de 1kg de alimento), a R$ 50,00 nas lojas Verse e Planeta Surf, na bilheteria e no site Sympla.
É inacreditável que, com quase uma década de história, a banda paulista Nervosa nunca tenha se apresentado em Porto Alegre. Um dos maiores expoentes do metal extremo do Brasil no mundo, o trio formado por Fernanda Lira (vocal e baixo), Prika Amaral (guitarra) e Luana Dametto (bateria) já fez shows no Rio Grande do Sul, mas apenas em cidades como Caxias do Sul, Canoas, Igrejinha e São Leopoldo. Pois, após tanto tempo de espera, os fãs da Capital finalmente poderão ver as garotas ao vivo: o grupo se apresenta nesta quarta-feira (11), às 21h, no Opinião (José do Patrocínio, 834). Entradas entre R$ 35,00 (meia) e R$ 70,00, com ingresso solidário (mediante entrega de 1kg de alimento), a R$ 50,00 nas lojas Verse e Planeta Surf, na bilheteria e no site Sympla.
A apresentação no Estado se dá em um momento especial para a Nervosa. Dois meses atrás, o grupo de thrash metal fez sua estreia nos palcos do Rock In Rio, em um show que ganhou elogios tanto pela performance energética quanto pela atitude - a banda dedicou a música Raise your fist à vereadora carioca Marielle Franco - assassinada em 2018 -, criticou a influência da religião na política e defendeu a presença das mulheres no heavy metal. "Quem achou que mulher não sabia fazer música pesada achou errado", disparou a vocalista Fernanda, em determinado momento do espetáculo.
"Foi um dia especial para nós. É o maior festival do Brasil e um dos maiores do mundo", comemora Prika, fundadora do grupo, sem se abster de falar sobre o posicionamento da banda em um cenário conservador como o do metal. "Muitas pessoas apoiam a Nervosa, as causas que defendemos. Tem quem não apoie, mas até onde existe o respeito a gente pode andar junto. O ponto mais importante é as pessoas respeitarem as diferenças", pondera.
O respeito pedido pela guitarrista não é sem propósito. Apesar de todo o sucesso da banda - uma das poucas do País que hoje tem uma carreira consolidada no cenário internacional -, pipocam mensagens ofensivas às garotas em caixas de comentários de sites com reportagens sobre a Nervosa - a imensa maioria delas, de homens. "Felizmente, isso está diminuindo, é um pessoal que acabou se afastando. Vamos viver a própria vida em vez de ficar depreciando, né? Tem muito machismo, sim. Mas acho que não é só o fato de a gente ser mulher, tem um pouco de inveja também", alfineta Prika.
E o currículo da Nervosa é mesmo invejável. A banda já esteve em cerca de 45 países ("acho que foram 47, mas não tenho certeza", diz a guitarrista), percorrendo praticamente toda a América e a Europa. No ano que vem, o trio fará sua estreia em terras asiáticas. "Aonde chamarem, a gente vai!", avisa ela, lembrando que o grupo já fez nove turnês no Velho Continente. "Agora, temos essa turnê na Ásia, entre o final de janeiro e o começo de fevereiro. Quem sabe a gente não vá pra África também?", torce ela.
Mas o sucesso no exterior não é motivo para as garotas renegarem as raízes. No terceiro disco, Downfall of mankind, de 2018, é mantida a tradição de ter uma música em português (no caso, Cultura do estupro, com participação especial de João Gordo, do Ratos de Porão). "A ideia sempre foi escrever em inglês porque é uma linguagem universal, podemos passar nossa mensagem, de conscientização e crítica social, para um número maior de pessoas. Mas é legal fazer música no nosso idioma também, pra reforçar sempre que somos brasileiras. Aliás, isso é uma questão que nunca deixamos de lado. Não teve um ano, desde que a banda foi criada, que deixamos de tocar por aqui", reforça a guitarrista.
Para o show desta noite, os fãs podem esperar várias músicas de Downfall of mankind, mas, é claro, faixas antigas como Death! (do primeiro disco, Victim of yourself, de 2014) e Hostages (do álbum Agony, de 2016) não ficarão de fora da estreia tardia da Nervosa na Capital. "Porto Alegre era uma das capitais que faltavam pra gente tocar. Não sei dizer exatamente porque nunca rolou antes... Acho que talvez tenha sido uma questão nossa, de agenda, ou porque nunca tivemos uma oportunidade mais concreta", afirma Prika. "Estamos bastante ansiosas e bem felizes também. Vai ser legal estrear aí já em uma casa tradicional como o Opinião. E também porque nossa batera agora é do Rio Grande do Sul. Acho que vai até fazer uma caravana da região dela (Luana é do município de Tapejara, no Norte do Estado) pro show", ri.
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