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Jornal da Lei

- Publicada em 02 de Abril de 2019 às 03:00

STF confirma legalidade de sacrifício de animais em cultos

Julgamento do Supremo Tribunal FEderal garantiu legalidade de reituais realizados por religiões de matriz africana

Julgamento do Supremo Tribunal FEderal garantiu legalidade de reituais realizados por religiões de matriz africana


ANTONIO CRUZ/ABR /JC
Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou, na semana passada, a constitucionalidade do sacrifício de animais na realização de cultos de religiões de matrizes africanas no Brasil. A questão foi definida por meio de um recurso do Ministério Público do Rio Grande do Sul contra uma decisão do Judiciário gaúcho que definiu que o sacrifício dos animais não viola o Código Estadual de Proteção aos animais. A norma estadual definiu que os rituais de sacrifício nas religiões africanas não são inconstitucionais, "desde que sem excessos ou crueldade".
Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou, na semana passada, a constitucionalidade do sacrifício de animais na realização de cultos de religiões de matrizes africanas no Brasil. A questão foi definida por meio de um recurso do Ministério Público do Rio Grande do Sul contra uma decisão do Judiciário gaúcho que definiu que o sacrifício dos animais não viola o Código Estadual de Proteção aos animais. A norma estadual definiu que os rituais de sacrifício nas religiões africanas não são inconstitucionais, "desde que sem excessos ou crueldade".
O julgamento começou no ano passado e foi finalizado na quinta-feira passada. Na conclusão, os ministros entenderam que a crueldade contra os animais não faz parte do ritual de culto das religiões de origem africana. Além disso, a Constituição garante a liberdade de culto religioso a todos os cidadãos. Votaram sobre a questão os ministros Marco Aurélio, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Rosa Weber, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Luiz Fux, Cármen Lúcia e o presidente, Dias Toffoli.
Durante o julgamento, entidades defenderam a liberdade de culto e afirmaram que as religiões de matriz africana são alvo de preconceitos, que abrem caminho para a intolerância religiosa. O Fórum Nacional de Proteção de Defesa Animal sustentou que nenhum dogma pode se legitimar pela crueldade.
O ministro Barroso entendeu que a lei local deu proteção especial às religiões de matriz africana em razão do histórico de discriminação. "A liberdade religiosa é um direito fundamental das pessoas, é um direito que está associado às escolhas mais essenciais e mais íntimas que uma pessoa pode fazer na vida", disse.
Fux também destacou que todas as religiões devem ter suas liturgias respeitadas e citou casos de incêndios provocados contra locais de culto de religiões africanas em todo o País. "É o momento próprio para que o Direito diga em favor das religiões de matriz africana que não há nenhuma ilegalidade no culto que professam e nas liturgias que praticam", concluiu o ministro.
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