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Mineração

- Publicada em 29 de Novembro de 2021 às 20:46

Mulheres são 15% da força de trabalho na mineração

Até 2024, indústria de mineração prevê investimentos de US$ 38 bilhões no Brasil

Até 2024, indústria de mineração prevê investimentos de US$ 38 bilhões no Brasil


/RICARDO TELES/DIVULGAÇÃO/JC
Estratégica para o desenvolvimento econômico do País, a mineração ainda é um universo predominantemente masculino. Apenas 15% do quadro geral de trabalhadores na indústria de mineração em 2021 é ocupado por mulheres, 2% a mais do que o verificado em 2020. A diferença é ainda mais gritante nos cargos de direção: as mulheres representam 11% dos membros dos conselhos executivos e 16% em conselhos administrativos. No total, o setor emprega cerca de 200 mil trabalhadores diretos, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
Estratégica para o desenvolvimento econômico do País, a mineração ainda é um universo predominantemente masculino. Apenas 15% do quadro geral de trabalhadores na indústria de mineração em 2021 é ocupado por mulheres, 2% a mais do que o verificado em 2020. A diferença é ainda mais gritante nos cargos de direção: as mulheres representam 11% dos membros dos conselhos executivos e 16% em conselhos administrativos. No total, o setor emprega cerca de 200 mil trabalhadores diretos, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
As conclusões são do Relatório de Progresso do Plano de Ação para o Avanço das Mulheres na Indústria de Mineração. O estudo anual é elaborado pela Women in Mining Brasil (WIM Brasil) - movimento consolidado no início de 2019 e que tem como objetivo a ampliação e o fortalecimento da participação das mulheres no setor da mineração. O grupo tem parcerias com a EY nos estudos realizados e o patrocínio de empresas como Vale, Anglo American e RHI Magnesita, entre outras.
"O movimento WIM Brasil surgiu da urgência e da necessidade de levar a pauta sobre a equidade de gênero para todos os ambientes onde a mineração está presente, com o objetivo de ampliar e fortalecer a participação das mulheres na indústria mineral brasileira", explica a presidente do WIM Brasil, Patrícia Procópio, na introdução do estudo.
"Os números retratam a importância de captação dessas mulheres no setor. O que observamos, também, é que há uma maior visibilidade em termos de diversidade de inclusão nos conselhos das empresas", avalia Daniela Brites, da EY, uma das responsáveis pela pesquisa.
O setor de mineração no Brasil prevê investimentos de US$ 38 bilhões até 2024, cerca de 40% a mais do que no período entre 2019 e 2023. Parte significativa desses recursos servirá para o desenvolvimento de soluções tecnológicas para melhor destinação dos resíduos de produção mineral e descomissionamento (encerramento) de barragens. Do volume total a ser colocado no setor, mais de 80% estão concentrados nos estados de Minas Gerais (US$ 13,2 bilhões), Bahia (US$ 10,5 bilhões) e Pará (US$ 8,8 bilhões).
As informações constam de outroestudofeito em parceria com o Ibram. O levantamento, realizado no primeiro semestre deste ano, faz uma análise do cenário atual e as perspectivas damineraçãono País.
"O maior componente de crescimento nos investimentos vem de modificações nas formas de administrar os rejeitos (minerais), para que o setor opere de maneira mais segura. Isso é fundamental para a responsabilidade do setor com o meio ambiente e a sociedade", afirma o líder do setor de Mineraçãoe Metais da EY na América do Sul, Afonso Sartório.

Práticas em ESG podem reduzir custo de capital em 10% para mineradoras

Mineradoras que investirem seriamente em políticas corporativas e boas práticas de ESG terão acesso a capital com menores custos, cerca de 10% abaixo do que os ofertados a organizações sem solidez em ESG.
Na esteira dessas boas práticas, estão sendo lançados no Brasil novos mecanismos de investimentos em inovação na mineração - a inovação é um dos caminhos para elevar o patamar de sustentabilidade do setor mineral, apontam especialistas.
Os investidores estrangeiros têm avaliação positiva sobre os cenários futuros da mineração do Brasil, relata Frederico Marques, Head North America da Cescon Barrieu, de Toronto, no Canadá.
"É uma visão sempre positiva (dos investidores estrangeiros). O setor mineral tem brilhado no Brasil. A criação da Agência Nacional de Mineração há alguns anos ajudou a melhorar a imagem do setor para os investidores. O mercado (de capitais) está com muito capital, está líquido, em especial, o mercado de capitais canadense, muito aquecido para a mineração, e o Brasil tem projetos interessantes", ressaltou.
Ele afirma ainda que, como a indústria mineral é de capital intensivo, e, de acordo com o estágio do projeto, há riscos associados diferenciados, o minerador tem que procurar a melhor locação de capital possível ao longo do desenvolvimento do projeto. A prática ESG, afirmou, "reduz o custo do capital e aumenta o valor da empresa, do projeto. São custos 10% menores", geralmente, do que os ofertados para companhias sem políticas em ESG. Ao citar uma pesquisa de 2020 da PricewaterHouseCoopers, Marques chamou a atenção para observar o alto nível de consideração dos investidores globais em relação ao ESG. Foram pesquisados 325 investidores globais e "50% disseram estar dispostos a retirar investimentos de empresas que não estejam tomando conta devidamente das práticas ESG".