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JC Logística

- Publicada em 14 de Setembro de 2021 às 03:00

Compra da LafargeHolcim pela CSN aumenta disputa no setor industrial de cimentos

Alta nas obras de infraestrutura e de construção civil anima os players de mercado

Alta nas obras de infraestrutura e de construção civil anima os players de mercado


MATEUS BRUXEL/ARQUIVO/JC
A compra da LafargeHolcim pela CSN Cimentos, anunciada na sexta-feira, em um negócio de US$ 1,025 bilhão, vai mudar o perfil do setor e abrir uma disputa acirrada pela segunda posição no mercado nacional. A InterCement permanece na vice-liderança, atrás da Votorantim Cimentos, mas pode a qualquer momento perder a colocação - já que fica apenas um pouco à frente da empresa de Benjamin Steinbruch.

A compra da LafargeHolcim pela CSN Cimentos, anunciada na sexta-feira, em um negócio de US$ 1,025 bilhão, vai mudar o perfil do setor e abrir uma disputa acirrada pela segunda posição no mercado nacional. A InterCement permanece na vice-liderança, atrás da Votorantim Cimentos, mas pode a qualquer momento perder a colocação - já que fica apenas um pouco à frente da empresa de Benjamin Steinbruch.

A Votorantim Cimentos, uma das maiores produtoras do mundo, está na primeira posição no Brasil, com capacidade instalada de produção de 52,2 milhões de toneladas por ano. A InterCement vem em seguida com 17,2 milhões de toneladas. Com o fechamento da operação de ontem, a CSN Cimentos passará a ter uma capacidade total de 16,3 milhões de toneladas.

Trata-se do segundo movimento de aquisição do braço de cimentos do grupo de Steinbruch em três meses. A CSN Cimentos havia anunciado, em julho, a compra da Elizabeth Cimentos, que atua na região Nordeste, por R$ 1,08 bilhão. A aquisição adicionou uma capacidade produtiva para a CSN Cimentos de 1,3 milhão de toneladas por ano, para um total de 6 milhões de toneladas.

Com o fechamento da operação de ontem, a CSN Cimentos passará a ter presença mais abrangente no território nacional. A compra das operações brasileiras da suíça LafargeHolcim foi anunciada pelo menor valor que se esperava para a conclusão do negócio. A transação inclui as cinco plantas integradas de produção de cimento no País, quatro estações de trituração e 19 unidades de mistura de concreto, entre outros ativos.

Segundo fontes do setor, a Votorantim Cimentos chegou a pensar na compra, mas não deu andamento ao processo, pois queria adquirir apenas uma parte da empresa. O negócio, então, ficou entre a CSN e a Mizu. A operação saiu por menos do que a LafargeHolcim queria, cerca de R$ 1,5 bilhão, mas a companhia não abriu mão de vender tudo de uma vez e encerrar a sua presença no Brasil.

O setor de cimentos no Brasil passou por uma forte crise entre 2015 e 2018, com perdas de vendas e fechamento de fábricas. O setor vive agora uma nova realidade, com o terceiro ano consecutivo de crescimento: avançou 3,5% em 2019, 11% em 2020 e expectativa de expansão é de 6% para este ano.

"Há um processo de consolidação de mercado, que já sabíamos que viria dos players instalados no Brasil", diz o presidente do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic), Paulo Camillo Vargas Penna. Segundo ele, o setor ganha com a compra da LafargeHolcim pela CSN, empresa nacional com capacidade de investimento. "Há uma perspectiva enorme de crescimento à medida que se tem uma infraestrutura que começa a dar sinais de retomada."

Na avaliação dos analistas Thiago Lofiego e Isabella Vasconcelos, do banco Bradesco BBI, o negócio pode ser afetado por questões concorrenciais. Segundo eles, remédios antitruste não podem ser descartados para a aprovação da compra da LafargeHolcim pela CSN Cimentos.

"Apesar de a CSN ter apenas cerca de 15% da capacidade instalada total do mercado pós-negociação, é importante lembrar que o cimento é um mercado altamente regionalizado. O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) poderia implementar algum tipo de remédio na região Sudeste do Brasil, onde os ativos da CSN e da LafargeHolcim estão mais concentrados", dizem.

O banco diz ainda que a operação é um passo positivo para a CSN, em linha com a estratégia da empresa de expandir sua presença no mercado nacional de cimento por meio de fusões e aquisições.

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