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Rodovias

- Publicada em 01 de Agosto de 2021 às 20:20

Falta de recursos pode paralisar obras de ponte na BR-116

Previsão do Dnit é entregar o trecho, entre São Leopoldo e Novo Hamburgo, no primeiro semestre de 2022

Previsão do Dnit é entregar o trecho, entre São Leopoldo e Novo Hamburgo, no primeiro semestre de 2022


mateus raugust/pmpa/divulgação/jc
A construção do sistema de novas pontes sobre o rio dos Sinos, no km 245 da BR-116, em São Leopoldo, é apenas a primeira etapa de um extenso projeto de melhorias no trecho da rodovia federal entre Porto Alegre a Novo Hamburgo. As obras, que iniciaram em 16 de março, estão sendo executadas pelo consórcio de empresas EPC, Sogel, Mac e Iguatemi. A estimativa do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é entregar o trecho finalizado no primeiro semestre de 2022.
A construção do sistema de novas pontes sobre o rio dos Sinos, no km 245 da BR-116, em São Leopoldo, é apenas a primeira etapa de um extenso projeto de melhorias no trecho da rodovia federal entre Porto Alegre a Novo Hamburgo. As obras, que iniciaram em 16 de março, estão sendo executadas pelo consórcio de empresas EPC, Sogel, Mac e Iguatemi. A estimativa do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é entregar o trecho finalizado no primeiro semestre de 2022.
Até o momento, foram destinados R$ 21 milhões para as pontes, e ainda faltam mais R$ 30 milhões a serem captados, conforme o Dnit. Ao todo, serão construídas quatro novas pontes, paralelas às existentes, duplicando o número de faixas de trânsito de duas para quatro - por pista - no complexo dos Sinos. Serão duas ligações sobre o canal principal e outras duas na várzea seca do rio. Este é o trecho mais vistoso de um conjunto de obras muito maior, orçado em mais de R$ 600 milhões, que pretende qualificar o trecho de 35 km entre Porto Alegre e Novo Hamburgo da BR-116.
Prefeitos da região e parlamentares gaúchos estão mobilizados para conseguir a liberação das verbas necessárias para a continuidade da ponte. No início do mês, em 9 de julho, representantes da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal) entregaram um ofício ao Ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que esteve no local vistoriando o trecho.
Dias depois, um encontro promovido pelo prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, que também preside a Granpal, reuniu os prefeitos ligados à associação com alguns líderes da bancada gaúcha no Congresso Nacional - entre eles, o deputado federal Giovani Cherini (PL) e os senadores Lasier Martins (Podemos) e Luis Carlos Heinze (PP). A mobilização dos prefeitos gaúchos buscou o comprometimento dos parlamentares na captação dos recursos em Brasília.
Para a prefeita de Novo Hamburgo e vice-presidente da Granpal, Fátima Daudt, o plano de obras é excelente, considerando que há anos se reivindica essas melhorias mas que, no entanto, não havia uma formalização. "Hoje temos a conquista de ter um projeto e a estima de valor para realizá-lo, mas ainda está muito devagar, sendo algo que o Estado precisa há muito tempo".
Sobre a reunião, a prefeita contou que a bancada gaúcha se comprometeu em fazer a intermediação em busca de recursos em Brasília, e que não há mais como esperar. "O que temos, hoje, com o início das obras na ponte sobre o rio dos Sinos é ótimo, mas insuficiente se a obra do viaduto da Scharlau também não avançar", explica Fátima.
Há novidades do projeto em relação a Novo Hamburgo, que ganhou mais uma transposição além da prevista na formalização do plano, além de uma parte indispensável para os moradores do município: a criação de vias laterais à rodovia para que o trânsito da cidade não continue a se misturar com o fluxo de veículos na BR-116. "Os moradores que vivem ao Sul e querem se deslocar para o Norte acabam usando a pista de rodagem na estrada federal, o que aumenta o congestionamento e dificulta a mobilidade urbana do município", completa a prefeita de Novo Hamburgo.

Duas novas estruturas estão com obras em andamento

Interdição será necessária para o içamento de 32 vigas pré-moldadas das novas pontes do Rio dos Sinos

Interdição será necessária para o içamento de 32 vigas pré-moldadas das novas pontes do Rio dos Sinos


mateus raugust/pmpa/divulgação/jc
Enquanto ainda há recursos, a obra da ponte chega a mais um estágio, segundo informações do Dnit: das quatro novas estruturas que serão erguidas, duas delas sobre o canal principal do rio estão com os trabalhos em andamento. Atualmente, está em execução a construção das travessias do sentido Capital-interior. Do lado oposto da rodovia, os serviços também avançam com a implantação dos pilares e dos blocos.
Na estrutura em obras no sentido Capital-interior já foram cravadas todas as 48 estacas de sustentação e concluídos os seis blocos de fundação e os oitos pilares. As equipes da autarquia realizam também a execução das vigas travessas, sendo que três das quatro que irão compor a estrutura estão prontas. Já na transposição em obras no sentido oposto (interior-Capital), as equipes concluíram a cravação das 48 estacas e executaram um dos seis blocos.
As travessias estão em estágios diferentes de execução, porém com os serviços dentro do ritmo esperado. E para dar celeridade aos trabalhos, peças pré-moldadas estão sendo fabricadas para serem instaladas, posteriormente. O trabalho acontece simultaneamente à cravação de estacas e a construção dos blocos, dos pilares e das travessas.
A confecção dos elementos pré-moldados para a ponte no sentido Capital-interior está adiantada. Em uma fábrica, em Sapucaia do Sul, as 20 vigas necessárias para a transposição estão prontas. As pré-lajes (que darão forma ao tabuleiro da pista) também estão confeccionadas. Ao todo serão instaladas 289 unidades, depositadas ao lado do canteiro de obras.
O prefeito de São Leopoldo Ary Vanazzi, destacou que o município tem ajudado como pode para o avanço das obras, com as ligações de acesso e na orientação dos projetos. Mas, apesar de considerar os movimentos feitos em conjunto com a bancada gaúcha para conseguir os recursos, ele acredita que os trabalhos não andarão com o valor de emendas parlamentares: "Se a execução do projeto não estiver nas prioridades do governo federal, essa obra durará por dez anos!", lamenta.
Segundo Vanazzi, 90% das vias laterais (as pontes) já estão abertas, todavia, para que seja finalizada a obra, ainda é necessário o reassentamento de algumas famílias que estão vivendo no local: "A obra principal só terá funcionalidade com a finalização do que falta para essas vias, mas tudo está a cargo do Dnit", destaca.
 

Trecho metropolitano da BR-116 tem tráfego de 140 mil veículos por dia e congestionamentos frequentes

De acordo com o Dnit, prejuízo diário com lentidão da rodovia é estimado em R$ 2,6 milhões

De acordo com o Dnit, prejuízo diário com lentidão da rodovia é estimado em R$ 2,6 milhões


JOÃO MATTOS/arquivo/JC
As melhorias operacionais da BR-116 compõem um extenso planejamento de obras e intervenções ao longo dos 38,5 quilômetros entre Porto Alegre e Novo Hamburgo. A rodovia com maior tráfego do sistema rodoviário federal no Estado, tem um volume médio de 140 mil veículos por dia, impactando, além da Capital, os municípios de Canoas, Esteio, Sapucaia, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Estância Velha.
O prejuízo é estimado em R$ 2,6 milhões por hora em razão dos constantes congestionamentos - 40% dos veículos presos no tráfego são compostos por caminhões. Os dados foram divulgados em apresentação do Dnit a associados da Granpal, no último dia 12 de julho.
O valor da realização de todas as obras previstas é de R$ 702 milhões, tendo sido investidos já R$ 98 milhões nos últimos cinco anos, restando um saldo de R$ 602 milhões para a execução do que vem pela frente. A projeção ideal de captação de recursos seria de R$ 201 milhões por ano, para nos próximos três anos, cumprir o prazo estimado no relatório.
"São melhorias operacionais sonhadas há bastante tempo", afirma o Prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal, destacando a excelência do projeto. Há expectativas sobre o início das melhorias que abrangem o município, com o aumento da fluidez no trânsito nas proximidades do parque Assis Brasil, no principal acesso da cidade. O prefeito diz que o uso do parque que abriga a Expointer será mais qualificado com melhores condições de tráfego na região.
Assim como os outros prefeitos da Região Metropolitana, Pascoal ressalta a preocupação com a captação dos recursos: "Considerando a situação fiscal para investimentos no País, se não houver uma grande movimentação política para demonstrar que essa obra é prioritária, isso talvez leve muitos e muitos anos para ser concretizado", ponde. Pascoal ainda lembra dos casos de obras que começaram e pararam por muitas vezes e diz que o custo de uma obra fracionada é muito superior, sem contar a perda de força no avanço da mão de obra com a mobilização e desmobilização do trabalho.
Entre as principais intervenções a serem realizadas ao longo do percurso da rodovia estão a construção, reforço e alargamento de obras de artes especiais, implementação da terceira faixa de tráfego, construção de vias laterais exclusiva para a mobilidade urbana local, construção e remanejamento de interseções e acessos, melhorias de traçado para a eliminação de pontos críticos e pavimentação de vias no entorno para fins de desvio de tráfego. Além da construção de 19 passarelas para pedestres e reforma e adequação de outras três que já existem.