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Conjuntura

- Publicada em 09 de Fevereiro de 2021 às 03:00

Infraestrutura de transporte no Brasil perde investimentos

Levantamento aponta que, em 2019, investimentos em rodovias atingiram R$ 12,38 bilhões, menor valor da década

Levantamento aponta que, em 2019, investimentos em rodovias atingiram R$ 12,38 bilhões, menor valor da década


MARCELO G. RIBEIRO/ARQUIVO/JC
Os investimentos em infraestrutura de transporte diminuem ano após ano no Brasil. A escassez de recursos orçamentários da União, somada ao potencial ainda não explorado para a participação do capital privado, compromete a manutenção, a modernização e a ampliação de ativos em larga escala.
Os investimentos em infraestrutura de transporte diminuem ano após ano no Brasil. A escassez de recursos orçamentários da União, somada ao potencial ainda não explorado para a participação do capital privado, compromete a manutenção, a modernização e a ampliação de ativos em larga escala.
Essa limitação atinge os diversos tipos de infraestrutura de transporte - rodoviária, ferroviária, aeroviária e aquaviária -, segundo levantamento Conjuntura do Transporte, divulgado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte).
"A retomada dos investimentos públicos e privados é fundamental para alavancar o crescimento econômico nesse momento de crise', defende o presidente da CNT, Vander Costa. O dirigente destaca que ganhos em eficiência logística promovem todos os setores produtivos. "Além disso, obras voltadas ao transporte são muito intensivas no uso de mão de obra, reduzem o desemprego e fortalecem a economia local", argumenta.
O levantamento da CNT identifica o esforço do governo federal em destravar gargalos em infraestrutura. O MInfra (Ministério da Infraestrutura) mantém um plano de trabalho que prioriza a realização de leilões (concessões e arrendamentos portuários), além da renovação antecipada de concessões, como ocorreu no modal ferroviário.
Mas, para reverter a tendência de queda de investimentos, a entidade defende um plano de ação baseado em duas linhas complementares: primeiro, na aceleração de novos programas de concessão; e, segundo, na recomposição da capacidade do Estado como investidor, buscando-se formas de financiamento do investimento público no atual contexto de restrição fiscal.
Um dos principais problemas a ser enfrentado está nas más condições da malha rodoviária, a mais utilizada entre os modais de transporte no Brasil. Segundo dados do Fórum Econômico Mundial, a qualidade da malha rodoviária brasileira possui nota 3 em uma escala de 1 (pior) a 7 (melhor), o que faz com que o País figure na posição 116 entre os 141 países analisados.
De acordo com a CNT, no período de 2010 a 2019, foram investidos R$ 191,58 bilhões nas rodovias federais e nas rodovias concessionadas. Desse montante, 39,1% (R$ 74,91 bilhões) foram aportados pelas concessionárias e 60,9% (R$ 116,67 bilhões) pelo governo federal.
Em 2019, os investimentos em rodovias (concessionadas e sob gestão da União) atingiram R$ 12,38 bilhões, valor que, descontada a inflação, é 16,3% menor que o registrado em 2018 e também o menor valor na década.

APORTES EM rodovias

Aporte público federal caiu 2,3% em 2020 em relação a 2019, sendo:
-1,5% em adequação
-15,0% em construção
0,6% em manutenção

Em 2020, o total investido pelo Governo Federal em rodovias foi de
R 6,74 bilhões - valor que, descontada a inflação, é 31,7% menor do que o que se investia apenas em manutenção em 2010 (R 9,87 bilhões)

Aporte das concessionárias de rodovias em 2019 caiu 17,4% em relação a 2018

O total investido pelas concessionárias de rodovias em 2019 foi
R 5,47 bilhões, menor valor da última década