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Gestão

- Publicada em 15 de Dezembro de 2020 às 03:00

Distribuidores apostam em processos, pessoas e inovação

Grupo Souza Roxo

Grupo Souza Roxo


/Márcio Torrez/divulgação/jc
A pandemia do novo coronavírus tem sido uma ameaça para empresas de diferentes segmentos no Brasil e no mundo. Muitas delas, em razão da consequente crise econômica, se viram obrigadas a otimizar processos de gestão a fim de não ficarem para trás no mercado ou, até mesmo, terem de fechar os seus negócios.
A pandemia do novo coronavírus tem sido uma ameaça para empresas de diferentes segmentos no Brasil e no mundo. Muitas delas, em razão da consequente crise econômica, se viram obrigadas a otimizar processos de gestão a fim de não ficarem para trás no mercado ou, até mesmo, terem de fechar os seus negócios.
No setor logístico, a situação não foi diferente, já que a busca por alternativas para melhorar o desempenho da cadeia produtiva foi intensificada durante o período. Hoje, a automação está presente nas transportadoras atacadistas que possuem um bom desempenho ou que lutam para sobreviver em diferentes setores.
"O mercado não permite mais incompetência. Temos que entregar de forma correta, rápida e com pouco desperdício de recurso", afirma o consultor de empresas nas áreas de logística e Tecnologia da Informação (TI) e diretor de operações da MLog Brasil, companhia de consultoria em logística, Fernando Mancuzo.
Para ele, uma empresa precisa investir em três áreas para crescer: processos, pessoas e tecnologia. No entanto, esse tripé necessita de equilíbrio para funcionar. "Muitas empresas criam processos, procedimentos operacionais padrão (POP), mas ninguém cumpre porque desconhece. Na TI (Tecnologia da Informação), acontece a mesma coisa", diz. Segundo ele, as companhias precisam, primeiramente, analisar suas particularidades para entenderem as necessidades e, assim, verem o que precisa ser trabalhado.
Tanto os processos quanto a automação estão ligados ao tipo de produto e de empresa com os quais se está trabalhando. Quando uma companhia atua com produtos químicos, por exemplo, há uma dificuldade de empilhamento da mercadoria. Em razão disso, os processos e a TI devem ser adaptados para ter mais eficientes nesse quesito.
"Se utilizar um processo padrão de TI, não vou aproveitar os ganhos que aquela empresa tem e não vou ser preciso nos detalhes que ela precisa", explica o consultor do Sindiatacadistas.
A falta de direcionamento é um problema não somente para a efetividade das operações logísticas como, também, para o custo das companhias. Hoje, um dos grandes impeditivos para implementar automação é, justamente, o elevado custo da tecnologia se ela não for direcionada para o que precisar ser aperfeiçoado. Isso ocorre pelo fato de haver pacotes prontos que acabam automatizando aquilo que não é necessário e, assim, não atendem às carências específicas das empresas.
No momento em que a organização adota a tecnologia certa para cada operação, as atividades passam a ser realizadas de forma automatizada, o que reduz chances de erros e retrabalho. Com o treinamento adequado, os colaboradores podem realizar tarefas mais avançada. Com a disposição de procedimentos operacionais claros e bem estabelecidos, a capacitação de novos empregados se torna uma tarefa mais fácil, rápida e barata.
De acordo com Mancuzo, a pandemia acentuou o problema no tripé das organizações. Empresas que não mantêm o equilíbrio entre as três áreas se viram obrigadas a mudar esta situação. "Os prazos são menores, a necessidade do cliente é maior, a necessidade por preço ganha mais importância e as margens são menores, ou seja, as empresas precisam ser mais eficientes", orienta.

Padronização é chave para uma cadeia mais eficiente

Código de barras é lido cerca de 6 bilhões de  vezes ao dia, segundo estimativa da GS1 Global

Código de barras é lido cerca de 6 bilhões de vezes ao dia, segundo estimativa da GS1 Global


/Divulgação/aleksandarlittlewolf/via freepik.jpg
A tecnologia é uma ferramenta utilizada para melhorar o fluxo de trabalho de uma empresa. Consegue agilizar os processos, checar se estão sendo feitos de forma correta e se as pessoas realizam o trabalho de acordo com os objetivos traçados. É possível, por exemplo, saber quantos passos um colaborador dá para fazer a separação de um pedido, o tempo que demora para realizar determinada atividade e, também, transmitir dados de forma automática para o sistema.
No entanto, é preciso pensar no processo como um todo para que os investimentos sejam acetivos. "Muitas vezes, falta entendimento sobre o que é supply chain (gerenciamento dos insumos, planejamento estratégico, serviços de informações e todos os combustíveis que fazem cada etapa do processo produtivo funcionar) e o que é cadeia de abastecimento. Se estou fazendo um projeto de automação, tenho que me preocupar com a origem dessa mercadoria", ressalta o consultor de empresas nas áreas de logística e Tecnologia da Informação (TI) e diretor de operações da MLog Brasil, companhia de consultoria em logística, Fernando Mancuzo.
Isso está relacionado à padronização de embalagens, simbologias, etiquetas e códigos, e que torna a rede de abastecimento mais efetiva. O código de barras é a ferramenta padrão mais utilizada, pois garante a identidade única de cada mercadoria em todos os elos da cadeia abastecimento. Quando um determinado produto chega em uma transportadora, por exemplo, não há a necessidade de gastar recursos para alterar seu formato para que fique de acordo com o sistema da empresa.
A partir de sua leitura, então, é possível identificar o produto. Assim, o mecanismo consegue buscar informações complementares no banco de dados, como o seu preço, e alimentar automaticamente o sistema. Este controle mediante a captura rápida e automática traz agilidade ao processo. Se a empresa está em uma cadeia eficientemente padronizada, o produto torna-se mais barato para todos, e não só para o cliente final. Por isso, é preciso saber onde investir.
Quanto mais informações forem passadas em um determinado período de tempo, melhor será o controle e, consequentemente, o desempenho da operação. Com a rápida informação acerca da data de validade de um certo produto, é possível administrar melhor a entrada e saída dos materiais, de forma que aqueles mais próximos do vencimento serão despachados primeiro, e aqueles que estão vencidos não serão vendidos.
Hoje, já estão disponíveis no mercado tecnologias capazes de armazenar outros dados além da identificação do produto, como a RFID (Identificação por radiofrequência) e o código bidimensional. No entanto, a falta de uma padronização nas cadeias de abastecimento em relação a estas ferramentas faz com que este investimento não compense.
Consideradas promessas no setor há algum tempo, o RFID e o código bidimensional já não são mais novos no mercado. Por esta razão, Mancuzo acredita que, antes de virarem realidade, serão ultrapassados por outras tecnologias. "No meu entendimento, duas coisas vão substituir as mídias atuais: reconhecimento de voz e imagem", opina. Os mecanismos aos quais ele se refere são os mesmos do reconhecimento facial para o desbloqueio do celular e o do reconhecimento de voz para conversar com aplicativos. "Para mim, o futuro é esse", completa.
A tecnologia é uma ferramenta utilizada para melhorar o fluxo de trabalho de uma empresa. Ela consegue agilizar os processos, checar se eles estão sendo feitos de forma correta e se as pessoas estão fazendo o seu trabalho da forma como deve ser feito. É possível, por exemplo, saber quantos passos uma pessoa dá para fazer uma separação de um pedido, o tempo que ela demora para realizar determinada atividade e, também, passar dados de forma automática para o sistema.
No entanto, é preciso pensar no processo como um todo para que os investimentos deem certo. “Nas empresas, falta um entendimento sobre o que é supply chain, o que é cadeia de abastecimento. Se eu estou fazendo um projeto de automação, eu tenho que me preocupar com a origem dessa mercadoria”, ressalta o consultor de empresas nas áreas de logística e Tecnologia da Informação (TI) e Diretor de operações da MLog Brasil, companhia de consultoria em logística, Fernando Mancuzo.
Isso está relacionado à padronização de embalagens, simbologias, etiquetas, códigos, que torna a rede de abastecimento mais efetiva. O código de barras, por exemplo, é a ferramenta padrão mais utilizada. Quando um determinado produto chega em uma transportadora, não há a necessidade de gastar recursos para alterar o formato do código de acordo com o seu sistema específico.
A partir de sua leitura, então, é possível identificar o produto. Assim, o mecanismo consegue buscar informações complementares no banco de dados, como o seu preço, e alimentar automaticamente o sistema. “Quando se implementa a cadeia de suprimentos como um todo, desde a indústria até o varejo final, a automação passa principalmente pela captura do dado automático”, afirma Ricardo Melo, executivo de negócios na GS1 Brasil, organização sem fins lucrativos que desenvolve e mantém padrões globais para comunicação empresarial.
Este controle dá agilidade ao processo. Quando a cadeia sabe se comunicar em uma linguagem única, os processos ficam mais rápidos. Se a empresa está em uma cadeia eficientemente padronizada, o produto torna-se mais barato para todos, e não só para o cliente final.
Além disso, quanto mais informações forem passadas em um determinado período de tempo, melhor será o controle e, consequentemente, o desempenho da operação. Com a rápida informação acerca da data de validade de um certo produto, é possível administrar melhor a entrada e saída dos materiais, de forma que aqueles mais próximos do vencimento serão despachados primeiro, e aqueles que estão vencidos não serão vendidos. “Isso dá um ganho de segurança do cliente”, complementa Melo.
Hoje, já estão disponíveis no mercado tecnologias capazes de armazenar outros dados além da identificação do produto, como a RFID (Identificação por radiofrequência) e o código bidimensional. No entanto, a falta de uma padronização nas cadeias de abastecimento em relação a estas ferramentas faz com que este investimento não compense.
Consideradas promessas no setor há algum tempo, o RFID e o código bidimensional já não são mais novos no mercado. Por esta razão, Mancuzo acredita que, antes de virarem realidade, serão ultrapassados por outras tecnologias, como o reconhecimento de voz e imagem, utilizados no reconhecimento facial para o desbloqueio do celular e o no reconhecimento de voz para conversar com aplicativos. Para Melo, no entanto, a tendência é uma migração do setor para o código bidimensional, tecnologia já utilizada na área de medicamentos.

Distribuidora procura soluções para otimizar operações

Grupo Souza Roxo aposta na busca constante por melhorias para garantir qualidade do atendimento

Grupo Souza Roxo aposta na busca constante por melhorias para garantir qualidade do atendimento


/Divulgação/Grupo Souza Roxo
Uma companhia que tem procurado cada vez mais aderir à automação é o Grupo Souza Roxo, distribuidor de alimentos com 50 anos de atividade. Há nove anos, entrou no segmento de transporte e logística, possuindo parcerias com empresas como M. Dias Branco (das marcas Isabela, Estrela e Piraquê ), General Mills (Yoki), Hershey's e Supra, e, hoje, sente que a necessidade de investir em tecnologia para otimizar as suas operações.
"Com a velocidade de informações e mudanças, nenhuma empresa consegue seguir no mercado sem estar automatizada e sempre buscando inovações", afirma Rejane Souza, gestora contábil e uma das sócias da empresa. "Temos uma constante busca por melhorias. Nossa motivação é a excelência em serviço e atendimento", complementa. Atualmente, a organização é dividida em uma distribuidora e uma transportadora. 
Na transportadora, o grupo utiliza o sistema SSW, que possibilita a gestão online das operações e fornece as funcionalidades de um Enterprise Resource Planning (ERP), mecanismo integrado de gestão empresarial. A organização usa o sistema para realizar processos obrigatórios pela legislação fiscal e pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), que incluem a emissão de CT-e (Conhecimento de Transporte Eletrônico) e CIOT (Código Identificador da Operação de Transporte).
No entanto, a tecnologia não é suficiente para os processos da companhia, que busca outras ferramentas direcionadas ao aprimoramento da roteirização e do controle de custo da sua frota. "Precisamos otimizar o aproveitamento dos caminhões. Hoje, já temos a ciência de que não estamos usando a ocupação total, por exemplo, e temos dificuldade na roteirização. Depender apenas do fator humano nessa análise complica, pois precisamos de agilidade e de uma frequência nas tomadas de decisões", conta.
O setor logístico da empresa ainda é bastante dependente da atuação humana. Para a realização de alguns processos, por exemplo, a sócia da Souza Roxo conta que ainda são utilizadas planilhas no Excel. "Nosso sistema não importa as notas da logística. Temos que colocar no sistema e emitir os CT-e", relata.
Nos primeiros meses da pandemia, a empresa, registrou uma queda no faturamento, porém não houve redução no quadro de funcionários. Hoje, o grupo já conseguiu retomar o desempenho pré-pandemia, mas ainda sofre com os custos gerados pelo diesel dos caminhões, pelos rastreadores, pelo pedágio e pela mão de obra.