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Saneamento básico

- Publicada em 12 de Maio de 2020 às 03:00

Falta água em um de cada 10 domicílios brasileiros ao menos uma vez por semana

Em um de cada 10 domicílios brasileiros com acesso à rede de distribuição, falta água pelo menos uma vez na semana, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua 2019, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso equivale a mais de 6 milhões de lares.
Em um de cada 10 domicílios brasileiros com acesso à rede de distribuição, falta água pelo menos uma vez na semana, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua 2019, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso equivale a mais de 6 milhões de lares.
Os dados mostram que, em 85,5% das casas no País, a principal fonte de abastecimento de água é a rede geral de distribuição. Em cerca de 5% desses domicílios, no entanto, a rede está disponível de quatro a seis dias na semana. Em outros 5%, a disponibilidade é ainda mais reduzida, de um a três dias.
Em relação à população, esses dados significam que 10,3% dos domicílios abastecidos pela rede de distribuição de água têm o fornecimento interrompido pelo menos uma vez na semana, o que equivale a 18,3 milhões de pessoas.
O abastecimento de água ajuda, entre outras coisas, na higiene e na prevenção de doenças. Lavar as mãos com água e sabão, várias vezes ao dia, está entre as recomendações para impedir o contágio pelo novo coronavírus.
Os dados mostram que poços profundos ou artesianos são a principal fonte de abastecimento de 5,1 milhões de domicílios, o equivalente a 7,1%; poços rasos, freáticos ou cacimbas, de 2,3 milhões de lares, ou 3,2%; e fontes ou nascentes, de 1,5 milhão, ou 2,1%.
Há também diferenças regionais. No Norte, o percentual de domicílios com a rede de distribuição como principal forma de abastecimento de água é 58,8% e, no Sudeste, 92,3%. De acordo com a Pnad Contínua, na Região Norte, 21,3% dos domicílios tinham abastecimento de água por meio de poço profundo ou artesiano e 13,4% recorriam ao poço raso, freático ou cacimba.
Os dados são da Pnad Contínua para o tema Características Gerais dos Domicílios e dos Moradores, de 2019, que consolida dados de, aproximadamente, 168 mil domicílios visitados por pesquisadores. Eles são uma amostra que representa os 72,4 milhões de domicílios particulares permanentes estimados no País. Além das características dos domicílios, a Pnad Contínua investiga, regularmente, informações sobre sexo, idade e cor ou raça dos moradores.
 

Cresce número de domicílios com acesso a rede de esgoto, diz IBGE

Cresceu, em 2019, o número de domicílios brasileiros com esgotamento sanitário ou fossa séptica ligada a rede no País, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A alta se deu principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste.
A informação é parte da pesquisa "Características gerais dos municípios e dos moradores", elaborada com base em dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar). A pesquisa mostra também aumento no acesso à coleta de lixo.
O IBGE estima que o Brasil tinha 72,4 milhões de domicílios em 2019, 2% a mais do que o número verificado no ano anterior. Em geral, houve pouca variação nas características e na posse de bens dessas residências entre um ano e outro.
Entre os serviços, o mais universalizado é o fornecimento de energia elétrica, que chega a 99,5% dos domicílios brasileiros. O abastecimento de água por rede geral de distribuição chega a 85,5% deles, mas quase 10% desse total não recebe água diariamente.
O total de domicílios ligados à rede de esgoto passou de 66,3%, em 2018, para 68,3% em 2019. O IBGE, entretanto, não explica as causas do crescimento. Outros 12,6%, ou 9 milhões de domicílios, tinham como destino dos dejetos fossa rudimentar, vala, rio, lago ou mar, ou outras formas de escoadouro.
O acesso a saneamento básico é um problema crônico no País, com potenciais efeitos na saúde, principalmente das populações de mais baixa renda, e é apontado como um dificultador do combate à pandemia do novo coronavírus.
O governo Jair Bolsonaro defende que a solução passa pela privatização de companhias estaduais de água e esgoto. O setor é um dos citados no plano Pró-Brasil, lançado pelo governo para tentar reativar a atividade econômica após a pandemia.
Os dados do IBGE mostram que a alta do acesso à rede de esgoto cresceu mais justamente na região com menor cobertura, a Norte. O percentual de municípios nessa condição subiu de 21,8%, em 2018, para 27,4% em 2019. No Centro-Oeste, onde também houve alta, a taxa passou de 55,6% para 60%.
"Regionalmente, a gente tem diferenças muito grandes (no acesso a saneamento). Então é importante frisar essas diferenças", disse a gerente da pesquisa do IBGE, Adriana Beringuy. "Saneamento básico tem que analisar geograficamente."
Também houve alta na região Nordeste, de 44,6% para 47,2%. No Sudeste, onde a cobertura chega perto de 90%, a taxa permanece estável. Considerando os dados nacionais, entre 2016 e 2019, 3,7 milhões de domicílios foram conectados à rede de esgotamento sanitário.
O serviço de coleta diária de lixo atende a 84,4% dos domicílios, contra 83% em 2018. Também nesse caso, os menores percentuais estão nas regiões Norte e Nordeste, com 72,4% e 70,8%, respectivamente. As duas regiões são aquelas em que mais moradores queimam o próprio lixo na propriedade.
A pesquisa avaliou também a posse de alguns bens nos domicílios. A geladeira é a que está presente em um maior número deles, o equivalente a 98,1% do total, número que vem se mantendo estável ao longo dos anos.
Apenas 66,1%, porém, têm máquina de lavar. O número representa crescimento em relação aos anos anteriores, mas Beringuy ressalta que sua ausência traz sobrecarga maior para os moradores, principalmente mulheres, na execução das tarefas domésticas. A cobertura é bem menor nas regiões Norte (44,3%) e Nordeste (37%).
Em relação a meios de transporte, 22,9% dos domicílios possuíam motocicleta e 49,2%, automóveis. Em 11,7% das residências, havia ambos. Também não houve grande variação com relação à população residente nos domicílios brasileiros, embora as tendências de envelhecimento da população venham se mantendo. Em 2019, 10,8% dos residentes tinham mais de 65 anos, contra 8,8% em 2012.