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Estradas

- Publicada em 27 de Janeiro de 2020 às 22:33

CCR ViaSul já investiu R$ 350 milhões na concessão no Rio Grande do Sul

Novos postos de pedágio, recuperação de trechos e instalação de proteções receberam recursos

Novos postos de pedágio, recuperação de trechos e instalação de proteções receberam recursos


LUIZA PRADO/JC
Quem trafega por quatro das principais rodovias federais no Rio Grande do Sul já percebeu as mudanças. No chão, sinalizações acompanham o motorista por 473,4 quilômetros das BRs 290 (trecho da freeway), 448, 101 e 386 (Canoas a Carazinho). As laterais com telas antiofuscantes são outra novidade, assim como pedágios antes inexistentes que estreiam em fevereiro e vão acrescentar mais custos a quem utiliza as estradas, do usuário privado a empresas de transporte e ônibus. A concessão é por 30 anos, e deve somar mais de R$ 8,8 bilhões em investimentos.
Quem trafega por quatro das principais rodovias federais no Rio Grande do Sul já percebeu as mudanças. No chão, sinalizações acompanham o motorista por 473,4 quilômetros das BRs 290 (trecho da freeway), 448, 101 e 386 (Canoas a Carazinho). As laterais com telas antiofuscantes são outra novidade, assim como pedágios antes inexistentes que estreiam em fevereiro e vão acrescentar mais custos a quem utiliza as estradas, do usuário privado a empresas de transporte e ônibus. A concessão é por 30 anos, e deve somar mais de R$ 8,8 bilhões em investimentos.
No primeiro ano, a CCR ViaSul gastou R$ 350 milhões entre recuperação de trechos, nova iluminação, instalação de proteções e limpeza, além da construção de novas praças. Somente em camada asfáltica, foram 250 mil toneladas, o que exigiu quase 9 mil viagens de caminhão. Os dados detalhados foram informados para a reportagem do Jornal do Comércio, que faz um balanço do primeiro ano, as ações para 2020 e planos a partir de 2021, quando começam as duplicações e ainda novidades como uso de fonte solar para alimentar as demandas de energia.
"O primeiro ano foi de trabalhos iniciais e serviços emergenciais para melhorar o conforto do usuário", destaca o coordenador de Engenharia da CCR ViaSul, Fábio Hirsch. Entre as melhorias, Hirsch cita a colocação de tela antiofuscante na área central de trechos das rodovias que têm maior proximidade entre cada sentido.
"É uma questão de segurança e fator de redução de acidentes, pois evita que a luz de um carro possa atrapalhar a visão do outro que vem em sentido contrário, além de impedir que pedestres queiram atravessar fora das passarelas", cita o coordenador.
Para avaliar o impacto da operação, a concessionária realiza pesquisa com usuários. A última é de setembro, feita pelo Instituto Datafolha, que ouviu 622 pessoas entre motoristas de veículos de passeio, motoristas de caminhão e formadores de opinião para avaliar o grau de satisfação dos usuários da BR-290 (freeway). Segundo a concessionária, 80% dos entrevistados consideraram bom e ótimo o atendimento e a infraestrutura. As pessoas são questionadas se "valeu a pena pagar pedágio", e 96% das respostas foram afirmativas, diz a CCR ViaSul.
Uma das mudanças mais visíveis foi a gerada por 100% de revitalização da iluminação existente nos trechos urbanos da concessão. Todas as luminárias foram substituídas por lâmpadas LED, além da recuperação do circuito elétrico. Diante do furto de fios, problema que é verificado em diversas ligações, a CCR adotou como estratégia substituir o cabeamento tradicional (subterrâneo) pelo aéreo. Também é importante destacar que o trabalho de manutenção e conservação da iluminação será permanente.

Como é a concessão

  • Empresa: CCR ViaSul (grupo CCR)
  • Estreia: janeiro de 2019
  • Período: 30 anos (até 2049)
  • Extensão: 473,4 quilômetros de rodovias federais no Rio Grande do Sul
  • Percurso: rodovias cortam 33 municípios
  • Empregos: geração de 2 mil vagas diretas nos dois primeiros anos da concessão
  • Duplicação: começa em 2021
Traçado:
  • BR-101: 87,9 quilômetros (Osório, Maquiné, Terra de Areia, Três Forquilhas, Três Cachoeiras, Dom Pedro de Alcântara e Torres)
  • BR-290 (Freeway): 98,1 quilômetros (Osório, Santo Antônio da Patrulha, Glorinha, Gravataí, Cachoeirinha e Porto Alegre)
  • BR-386: 265,8 quilômetros (Canoas, Nova Santa Rita, Montenegro, Triunfo, Tabaí, Paverama, Taquari, Fazenda Vilanova, Estrela, Lajeado, Marques de Souza, Pouso Novo, São José do Herval, Fontoura Xavier, Soledade, Tio Hugo, Victor Graeff, Santo Antônio do Planalto e Carazinho)
  • BR-448: 21,6 quilômetros (Porto Alegre, Canoas, Esteio e Sapucaia do Sul)
    Investimento na concessão: R$ 5 bilhões em obras e melhorias e R$ 3,8 bilhões em conservação, manutenção e monitoramento das rodovias (225 quilômetros de duplicação, 168 quilômetros de faixas adicionais, 76 quilômetros de vias marginais, 62 acessos, 36 interconexões, 36 retornos em nível, 32 novas passarelas, 13 passagens inferiores, nova iluminação em 172 quilômetros de rodovias, e implantação de sistema de monitoramento por mais de 1,1 câmeras, cobrindo 100% do trecho concedido){'nm_midia_inter_thumb1':'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2020/01/27/206x137/1_duplicacao-8962095.jpg', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'5e2f751735290', 'cd_midia':8962095, 'ds_midia_link': 'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2020/01/27/duplicacao-8962095.jpg', 'ds_midia': 'Logística - CCR ViaSul - concessão - arte de duplicação de trechos na BR-386 - ano a ano', 'ds_midia_credi': 'CAMILA CLERK/ESPECIAL/JC', 'ds_midia_titlo': 'Logística - CCR ViaSul - concessão - arte de duplicação de trechos na BR-386 - ano a ano', 'cd_tetag': '1', 'cd_midia_w': '320', 'cd_midia_h': '800', 'align': 'Left'}

O que foi feito no primeiro ano

Instalação de sinalização vertical (foto) e horizontal marcou o primeiro ano da concessão

Instalação de sinalização vertical (foto) e horizontal marcou o primeiro ano da concessão


LUIZA PRADO/JC
Investimento: R$ 350 milhões
Empregos: 1,3 mil (300 vagas em novas praças de pedágio)
Valor do pedágio: R$ 4,40
Geração de impostos: R$ 14 milhões (para as cidades), sendo R$ 8 milhões dos pedágios pagos e R$ 6 milhões de serviços
O que foi implantado e consumido nas quatro rodovias:
  • Foram aplicadas 249.078 toneladas de massa asfáltica (equivalente a 8.787 caminhões)
  • 11,8 mil novas placas de sinalização
  • 337 mil metros quadrados de sinalização horizontal (pintura)
  • 2.880 metros cúbicos de lixo recolhido (240 cargas de caminhão)
  • 139,4 quilômetros de cabeamento aéreo e substituição de 6,6 mil luminárias (68,6 quilômetros na BR-101, 36,4 quilômetros na BR-290, 10,4 quilômetros na BR-386 e 23,9 quilômetros na BR-448)
  • 190 mil metros de novas cercas
  • Limpeza e desobstrução de 5 mil dispositivos
  • Implantação de 14.656 metros quadrados de telas antiofuscantes nas BR 101 e 386
  • 3.040 metros de novas defensas metálicas
  • 88 ciclos dos serviços de capina e roçada

Cinco novos pedágios entram em operação

Atual praça de Gravataí será transferida, em agosto deste ano, para outro local, beneficiando moradores da cidade que buscam trajeto alternativo

Atual praça de Gravataí será transferida, em agosto deste ano, para outro local, beneficiando moradores da cidade que buscam trajeto alternativo


/LUIZA PRADO/JC
A principal mudança para 2020, segundo ano da concessão, será a cobrança de mais cinco pedágios. As praças já estão no caminho de quem passa pelas BRs 386 e 101. A previsão, pelo contrato, é que a cobrança comece em fevereiro. E possivelmente estreie com valor reajustado. O índice não está definido, mas deve ser pelo menos o repasse da inflação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 2019, que ficou em 4,31%.
Aplicando apenas a correção inflacionária, o valor ficaria em R$ 4,60. O coordenador de Engenharia da CCR ViaSul, Fábio Hirsch, explica que o percentual pode ser menor ou maior, dependendo da avaliação da ANTT, que terá de bater o martelo sobre a taxa final. Segundo Hirsch, tudo vai depender do exame dos itens contratuais e seu cumprimento. O percentual pode ser maior que o IPCA, dependendo da execução e dos componentes de gastos.
Antes de começar a cobrança, que será nos dois sentidos nos novos postos, vai haver uma ação de testes de sistemas de tecnologia, arrecadação e informação. Dez dias antes de implementar o valor, será feita a chamada operação "branca" para informar os motoristas sobre data do início do pagamento.
Os novos postos ficam na BR-386, nos kms 203 (Victor Graeff), 260 (Fontoura Xavier), 375 (Paverama), 424 (Montenegro), e na BR-101 no km 35 (Três Cachoeiras). O coordenador de Engenharia da CCR ViaSul não espera que motoristas tentem buscar alternativas de rodovias sem cobrança.
Quem usasse todo o trecho, gastaria hoje mais de R$ 60,00, considerando a tarifa de automóveis, que é de R$ 4,40. "Não acreditamos que o usuário seja tão reticente à concessão. Não esperamos perda de tráfego, pois os motoristas vão perceber as melhorias da concessão."
Mais contas, mas também alívio para quem se acostumou a ter no caminho de casa uma cobrança que sempre achou injusta por usar um trecho curto de estrada. É o caso dos moradores de Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Os motoristas buscam a avenida Flores da Cunha, cortando o centro de Cachoeirinha e ficando muito mais tempo no trânsito, para não arcar com a tarifa da praça do km 77.
Durante anos, houve mobilização dos moradores para trocar de localização. No novo contrato, a mudança veio e ocorrerá em agosto, quando a nova praça será ativada no km 60, ainda em território de Gravataí, mas fora do caminho da maior parte dos moradores. O ponto já está em obras, na fase de terraplanagem para alargamento da área onde serão colocadas as 24 cabines de cobrança. Hoje, a média diária de tráfego pagante na praça de Gravataí é de 47 mil veículos. Já no posto de Santo Antônio da Patrulha, onde a média diária é de 15 mil pagantes, a cobrança será nos dois sentidos a partir de agosto.

Câmeras e energia solar: segurança e redução de custo

No posto da PRF, na saída de Porto Alegre, fica uma das 11 usinas solares para abastecer operação

No posto da PRF, na saída de Porto Alegre, fica uma das 11 usinas solares para abastecer operação


/LUIZA PRADO/JC
Entre 2020 e 2021, a tecnologia será outro recurso que vai "alimentar" o traçado das rodovias. Um dos itens está na previsão contratual, que é instalar sistema de videomonitoramento, com 1,1 mil câmeras para garantir 100% de cobertura. A operação para vigiar o tráfego deve começar em 2021. Uso de fonte solar para abastecer pontos de iluminação e operação será o segundo trunfo da concessão, que não é exigência contratual, mas que se adapta à onda da microgeração distribuída.
As câmeras terão visão de 360 graus e recurso de zoom. A CCR ViaSul enviará os estudos sobre a implantação do videomonitoramento à ANTT. O investimento ainda não foi estimado e será definido com os projetos a serem encaminhados à agência no fim do ano, diz a coordenação de Engenharia da concessionária. No trecho de serra que compõe o traçado da BR-386, serão colocadas mais câmeras devido a sinuosidade do relevo.
As usinas com painéis fotovoltaicos já começam a aparecer no traçado. Na saída de Porto Alegre, as estruturas chamam a atenção na alça da BR-116, no km 91, onde a instalação já está pronta e na fase de cabeamento elétrico, e atrás do posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no sentido do Litoral, na chegada à Capital, no km 92, que tem 50% da estrutura pronta, a mesma situação em Glorinha, que terá a geração às margens da freeway.
As demais instalações, que vão totalizar 11 usinas e investimento de R$ 14 milhões, estão em fase de cronograma, informa a CCR ViaSul. A esperada economia com a conta de luz, devido à compensação com a carga usada da distribuidora de energia, não deve ser lançada na planilha de custos para formação de preços e reajustes das tarifas. Com isso, ficam descartados benefícios aos usuários.

O que vai ser feito em 2020 nas rodovias

 
  • Trabalhos permanentes de conservação e manutenção do trecho concedido
  • Restauração do pavimento na BR-386
  • Melhorias em acessos: BR-290, no km 1,1 (Osório), e BR-101, nos kms 12,1 e 13,3 (Dom Pedro de Alcântara)
  • Interconexões: BR-290, nos kms 4,8 (Osorio), 32,1 (Santo Antônio da Patrulha), km 62,6 (Gravataí), 80 (Gravataí) e 83,5 (Cachoeirinha)
  • Construção de passarelas na BR-101: km 3,9 e km 6 (Torres) e km 44,5 ( Terra de Areia)
  • Passagem inferior: BR-101 km 85,8 (Osório)