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Conjuntura

- Publicada em 27 de Dezembro de 2019 às 03:00

Transporte ainda não se recuperou da crise econômica

Apenas o aquaviário registrou um crescimento de 2,3% na base de comparação

Apenas o aquaviário registrou um crescimento de 2,3% na base de comparação


ANDRÉ KASCZESZEN/FOTOS PÚBLICAS/JC
Enquanto a economia brasileira começa a dar pequenos sinais de que pode começar a se recuperar, o setor de transporte não traz números que apontam para um cenário otimista. De janeiro a setembro de 2019, o PIB (Produto Interno Bruto) do transporte caiu 0,1% enquanto o do Brasil subiu 1,0%. No mesmo período, os modos terrestre e aéreo registraram desempenho negativo, comparado com igual período do ano anterior. Apenas o aquaviário registrou um crescimento de 2,3%, na mesma base de comparação.
Enquanto a economia brasileira começa a dar pequenos sinais de que pode começar a se recuperar, o setor de transporte não traz números que apontam para um cenário otimista. De janeiro a setembro de 2019, o PIB (Produto Interno Bruto) do transporte caiu 0,1% enquanto o do Brasil subiu 1,0%. No mesmo período, os modos terrestre e aéreo registraram desempenho negativo, comparado com igual período do ano anterior. Apenas o aquaviário registrou um crescimento de 2,3%, na mesma base de comparação.
É o que revela a nova edição do estudo Transporte em Números, lançada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte). A publicação consolida informações do cenário macroeconômico brasileiro e do desempenho do setor transportador. Mostra, ainda, o panorama em relação à economia em 2019, os reflexos para o transporte e como o setor tem enfrentado dificuldade, além de análises referentes a anos anteriores.
O segmento rodoviário ainda se ressente da fraca demanda por bens e serviços, que perdura no Brasil há quase três anos. Um indicativo dessa estagnação está no fluxo de veículos nas rodovias pedagiadas do Brasil, que, apesar de ter registrado crescimento de janeiro a outubro deste ano, não teve desempenho suficiente para repor os prejuízos da recessão e devolver o fluxo ao patamar pré-recessão, em 2014. O volume de veículos leves cresceu 3,8%, e o de pesados, 4,5%, comparados com igual período do ano anterior.
Além disso, dados da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) mostram que, de janeiro a outubro de 2019, a produção ferroviária brasileira total caiu 11,8% em toneladas úteis transportadas (TU), na comparação com igual período de 2018. A CNT avalia que o modal ferroviário foi influenciado, possivelmente, pela desativação de barragens da Vale, após o rompimento da barragem em Brumadinho (MG), e por problemas estruturais com outras barragens no País.
"O transporte é um termômetro crucial da economia. Afinal, transportamos aquilo que é produzido no País. E, apesar de a economia apresentar indícios de leve recuperação, o setor ainda sente os efeitos da recessão econômica, tendo em vista que a procura por serviços de transporte permanece baixa no País", comenta o presidente da CNT, Vander Costa.

O setor em números

Rodoviário
  • Aumento de 3,8% no fluxo de veículos, de janeiro a outubro de 2019
  • Maior aumento foi no fluxo de pesados: 4,5%
Ferroviário
  • 415,30 milhões de TU (toneladas úteis) transportadas de janeiro a outubro de 2019. Queda de 11,8% no acumulado do ano
  • Minério de ferro retraiu 16,0%, em 2019, e é responsável por 73,4% do total transportado
  • 20,2% de aumento no transporte de mercadorias por contêiner, de janeiro a outubro de 2019
Aquaviário
  • Navegação de longo curso: 585,09 milhões de toneladas transportadas de janeiro a setembro de 2019, queda de 4,0% na comparação com igual período do ano anterior
  • Cabotagem: 122,67 milhões de toneladas transportadas, aumento de 1,4%
  • Navegação interior: 80,18 milhões de toneladas, aumento de 3,3%
  • Transporte por cabotagem de cargas gerais e de mercadorias por contêiner cresceu 13,7% e 18,3%, respectivamente
Aéreo
  • Aumento de 1,1% no número de passageiros transportados, de janeiro a outubro de 2019
  • 2,1% de aumento na demanda por voos internacionais, 0,6% de crescimento na procura por voos domésticos
Combustível
  • As vendas de combustível ainda não retornaram ao patamar pré-recessão (2014). De janeiro a setembro de 2019, foram vendidos 103,8 milhões de m³ de combustível no país
  • O pico de preços do diesel (praticados pelos produtores e importadores de derivados de
  • petróleo) ocorreu em 20/05/2018 (R$ 2,78/litro), considerando o período entre 2013 e 2019
  • O pico no preço da gasolina foi em 23/09/2018 (R$ 3,15/litro); e o do querosene de aviação, em 14/10/2018 (R$ 2,64/litro)
Emprego
  • Quase 70% dos empregos formais do setor estão no transporte rodoviário, sendo o rodoviário de cargas o maior empregador
Veículos
  • 2,28 milhões de veículos leves e pesados licenciados no Brasil até o final de outubro, alta de 8,7%
  • 2,18 milhões foram de veículos leves, alta de 7,5%
  • 106,78 mil de comerciais pesados, alta de 39,4%
Equipamentos ferroviários
  • Expectativa de produzir 40 locomotivas, 1.500 vagões e 135 carros de passageiros em 2019, bem abaixo da capacidade da indústria brasileira 
Fonte: CNT