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JC Logística

- Publicada em 05 de Julho de 2019 às 03:00

Novo banco amplia disputa pelo pedágio automático

No sistema do C6, não há custo e o valor é debitado na conta-corrente a cada cancela ultrapassada

No sistema do C6, não há custo e o valor é debitado na conta-corrente a cada cancela ultrapassada


/TRIUNFO CONCEPA/DIVULGAÇÃO/JC
Ainda em fase de testes, o C6 Bank lançou, na semana passada, uma tag (adesivo de reconhecimento eletrônico) de pagamento automático de pedágios em um movimento que marca, ao mesmo tempo, o acirramento da disputa de bancos pelo mercado e uma guerra tarifária em um segmento dominado, há anos, pela Sem Parar.
Ainda em fase de testes, o C6 Bank lançou, na semana passada, uma tag (adesivo de reconhecimento eletrônico) de pagamento automático de pedágios em um movimento que marca, ao mesmo tempo, o acirramento da disputa de bancos pelo mercado e uma guerra tarifária em um segmento dominado, há anos, pela Sem Parar.
Até então, existiam quatro concorrentes: além da líder, a ConectCar (Itaú e grupo Ultra), a MoveMais (Bertin) e, mais recentemente, a Veloe (da Alelo, controlada por Bradesco e Banco do Brasil).
Todos operam prioritariamente no modelo pré-pago e cobram mensalidades ou tarifas de recarga. No sistema do C6, não há custo. Além disso, o pedágio é debitado diretamente da conta-corrente a cada cancela ultrapassada.
O serviço foi desenvolvido por uma outra empresa, a Greenpass, que diz estar negociando com outros bancos e fintechs para expandir o serviço. Como as outras instituições, a tag e a mensalidade não serão gratuitas, afirma João Cumerlato, presidente da Greenpass.
"Teremos mais alguns bancos que vão entrar em operação e não vão dar de graça. Vai variar de R$ 6,00 a R$ 15,00", diz.
No caso do C6, o banco informou que não cobrará pelo serviço porque a tag seria igual a um cartão de débito, que não é cobrado. O ganho para a instituição viria do relacionamento bancário, em outras transações financeiras. O C6 paga à Greenpass para ter acesso ao serviço e oferecê-lo a seus clientes.
Ganhar dinheiro nesse negócio não é tão simples, porém. Em operações tradicionais de débito, o lojista paga uma taxa na maquininha para aceitar cartão. Esse percentual sobre o valor da venda é distribuído em todos os elos da cadeia (bandeira, banco e maquininha de cartão).
No pedágio, a concessionária não paga nada para a dona das tags instaladas nos carros. Além disso, não há como cobrar uma tarifa mais alta para incorporar o que seria equivalente à taxa da maquininha.
Em alguns casos, a empresa ganha uma remuneração de estacionamentos de shoppings, mas isso depende de investimentos e acordos feitos entre empresa e estabelecimento comercial. Por isso, o custo é cobrado diretamente do motorista, na forma de mensalidade e taxa de adesão.
A dificuldade de cobrar ajuda também a explicar a demora na entrada dos bancos nesse segmento, especialmente porque eles já operam com pagamentos eletrônicos. Existem, atualmente, 5,5 milhões de tags em veículos, segundo estimativas do mercado, dos quais 5 milhões usam a Sem Parar, apontam os números da companhia.
Esses clientes geraram uma receita de US$ 88,9 milhões (R$ 339,6 milhões) apenas no primeiro trimestre deste ano. A Sem Parar foi comprada pelo grupo norte-americano FleetCor, em 2016, por R$ 4 bilhões.
Com tal domínio de mercado, os concorrentes se concentram nos clientes que ainda não usam o sistema. "É caro para quem usa pouco. Para quem usa R$ 50,00 por mês de pedágio, pagar R$ 25,00 para o Sem Parar é caro", afirma Cumerlato.
André Turquetto, diretor de Marketing e Produtos da Alelo, também vê o preço como uma barreira. A Veloe opera há um ano, mas começa a ser comercialmente mais agressiva a partir deste mês. Isentará por 18 meses a mensalidade, que também gira ao redor de R$ 20,00, a depender do plano.
"Nem 5% da totalidade dos veículos tem o produto de passagem (tag de pedágio). Tem uma questão de você tirar barreiras, o preço é uma barreira." Outra é a qualidade do serviço, que ele considera ruim.
Há, porém, um problema adicional para atrair clientes. Por enquanto, a tag do C6 não funciona em estacionamentos, como os de shoppings, e a Veloe cobra a mais pelo acesso a essas cancelas.
A medida é reflexo do controle que as concorrentes Sem Parar e ConectCar têm das antenas de estacionamento.
O caso foi parar no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em um processo no qual a Veloe classifica os custos como exorbitantes. Em manifestação no processo no Cade, a Sem Parar nega.
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