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JC Logística

- Publicada em 31 de Maio de 2019 às 03:00

Quase 82% das cargas circulam por caminhões no País

Nos postos, estrutura de estocagem é limitada, diz o Sincopetro

Nos postos, estrutura de estocagem é limitada, diz o Sincopetro


/MARCELO G. RIBEIRO/JC
A dependência do Brasil pelo transporte rodoviário tem dado cada vez mais força para os caminhoneiros. Hoje, no País, o transporte de quase 82% da carga (exceto grãos e minério) é feito por caminhão, segundo estudo do professor Paulo Resende, da Fundação Dom Cabral. O desequilíbrio da matriz é agravado pelo baixo estoque da indústria e do varejo - o que eleva o risco de desabastecimento no caso de uma greve prolongada. Por isso, o governo fica atônito a cada nova ameaça de greve, como a de maio de 2018.
A dependência do Brasil pelo transporte rodoviário tem dado cada vez mais força para os caminhoneiros. Hoje, no País, o transporte de quase 82% da carga (exceto grãos e minério) é feito por caminhão, segundo estudo do professor Paulo Resende, da Fundação Dom Cabral. O desequilíbrio da matriz é agravado pelo baixo estoque da indústria e do varejo - o que eleva o risco de desabastecimento no caso de uma greve prolongada. Por isso, o governo fica atônito a cada nova ameaça de greve, como a de maio de 2018.
Pelo levantamento da Dom Cabral, os supermercados trabalham com estoque médio de 10 dias; os postos de combustíveis, cinco dias; a cadeia de carne, que envolve a criação e a engorda dos animais, sete dias; e a indústria de máquinas e equipamentos, cinco dias. "Uma paralisação mais longa desabastece linhas de produção e chega rapidamente à população", diz o professor.
Nos postos, segmento mais afetado na greve do ano passado, a estrutura de estocagem é limitada, segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), José Alberto Gouveia. Segundo ele, em áreas urbanas, a capacidade de armazenagem está entre 10 mil e 15 mil litros de combustível - o que eleva a dependência do setor pelos caminhões.
O desequilíbrio no transporte brasileiro é uma herança do baixo investimento na infraestrutura do País nas últimas décadas e das escolhas que o governo fez pelo modal rodoviário. "Desde a década de 1980, todos os governos incentivaram a indústria automobilística, o que elevou o número de caminhões na economia", afirma Resende.
O aumento do número de veículos, no entanto, não foi acompanhado pela expansão da infraestrutura. Em 15 anos, a média de investimento em transportes representou apenas 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) - segundo a Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), o País teria de investir, anualmente, 2,26% do PIB durante uma década para melhorar e expandir o transporte nacional.
O resultado do baixo investimento é que apenas 12% da malha rodoviária nacional é pavimentada. Em 14 anos, esse percentual avançou apenas um ponto percentual. Além disso, a qualidade de 57% da malha existente é considerada regular, ruim ou péssima. "E isso aumenta o custo operacional do transporte", afirma o presidente da Abdib, Venilton Tadini.
Somado a tudo isso, diz ele, há o fato de que a densidade relativa (quilômetro de estrada em relação à área territorial) da malha rodoviária brasileira é pequena comparada a outros países com a dimensão territorial semelhante. Segundo dados da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), nos Estados Unidos, a densidade é de 431 km por 1.000 km² de área; na China, 359 km; na Rússia, 54,3 km; e no Brasil, 24,8 km.
 
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