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Transportes

- Publicada em 15 de Fevereiro de 2019 às 01:00

Transporte aquaviário reivindica mais atenção do governo

Na navegação interior, 84% dos pesquisados afirmam que quantidade de vias navegáveis é insuficiente

Na navegação interior, 84% dos pesquisados afirmam que quantidade de vias navegáveis é insuficiente


/MARCELO G. RIBEIRO/JC
Aos poucos, o novo governo começa a revelar suas iniciativas para o transporte. Para não frustrar o setor, o Executivo precisará estar atento às demandas de cada modal. Com problemas muito básicos por resolver, o aquaviário é o mais comedido em suas projeções para 2019. O diagnóstico está na Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador 2018, da Confederação Nacional do Transporte (CNT).
Aos poucos, o novo governo começa a revelar suas iniciativas para o transporte. Para não frustrar o setor, o Executivo precisará estar atento às demandas de cada modal. Com problemas muito básicos por resolver, o aquaviário é o mais comedido em suas projeções para 2019. O diagnóstico está na Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador 2018, da Confederação Nacional do Transporte (CNT).
O transporte aquaviário é composto pelos serviços de navegação interior, que utiliza as vias navegáveis interiores, e de navegação marítima, que abrange a navegação em mar aberto. Fundamental para o deslocamento de grandes tonelagens, depende da navegabilidade das águas e da integração com rodovias e ferrovias para o carregamento. Sobretudo na Região Norte do País, funciona também como meio de transporte para a população.
Questionados sobre a infraestrutura para a operação, os representantes das Empresas Brasileiras de Navegação (EBN) participantes da sondagem se mostraram insatisfeitos com a quantidade e a qualidade dos portos, vias navegáveis e terminais brasileiros. Em navegação interior, por exemplo, 84% afirmam que a quantidade de vias navegáveis é insuficiente.
"Logística é o primeiro ponto a ser pensado para não se perder o boom do crescimento", enfatiza Dodô Carvalho, sócio-proprietário da SC Transportes, empresa atuante no Amazonas. Ele acredita que a superação de gargalos depende do investimento público. "Quando o governo fala em entregar para o setor privado toda a infraestrutura, algumas questões preocupam a gente, pois nem tudo, principalmente aqui, na Amazônia, interessa ao setor privado. Então tem que ter a mão do governo, criando as condições necessárias", pontua.
A sondagem abordou, ainda, a percepção sobre os Terminais de Uso Privado, a frustração quanto ao Sistema Porto sem Papel e a qualidade dos serviços prestados pelos portos de período integral, que operam em regime de 24 horas. Chama a atenção, porém, o aumento dos casos de roubo de carga, sobretudo, de equipamentos eletrônicos.
"Por conta da ação dos piratas da água, já tem muita indústria que não quer mais sua carga transportada nesse modal, apesar do menor tempo para chegar ao destino", observa Carvalho. "Isso transcende a questão da segurança dos Estados - a gente compreende que os rios da Amazônia são federais. Por isso, a gente clama por uma polícia hidroviária federal, que traga tranquilidade tanto para os passageiros quanto para os donos da carga", defende o empresário.
 

Insegurança é ponto negativo da profissão de caminhoneiro, revela pesquisa da CNT

A insegurança é o principal ponto negativo da profissão de caminhoneiro. A informação consta da 7ª edição da Pesquisa CNT Perfil dos Caminhoneiros. Segundo o documento, 65,1% dos profissionais entrevistados consideram como ponto negativo o fato de a atividade ser perigosa/insegura. Além disso, 31,4% deles apontam o fato de a profissão ser desgastante e 28,9% avaliam que o convívio familiar fica comprometido.
Com relação à segurança, 7% dos caminhoneiros informaram ter tido seu veículo roubado pelo menos uma vez nos últimos dois anos. Outro dado significativo é que 49,5% dos profissionais já recusaram viagens por conta do risco de roubo/assalto durante o trajeto. A pesquisa também revela que 64,6% dos caminhoneiros consideram os assaltos e roubos como o principal entrave à profissão.
De acordo com o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, a sensação de insegurança é decorrente do aumento do número de roubo de cargas em todo o País. "Ainda não foi construída nenhuma política pública de segurança que solucionasse esse problema. Apenas no Rio de Janeiro são 10 mil casos por ano. O número é absurdamente alto."
Batista avalia que as facções têm se aprofundado na prática, o que acaba trazendo grandes prejuízos para os embarcadores, para os transportadores e também para a sociedade, que paga por toda a elevação de preço causada pelos furtos e roubos. No documento "O Transporte Move o Brasil - Propostas da CNT aos Presidenciáveis", entregue ao Executivo, a confederação menciona toda essa insegurança nas rodovias e aponta soluções para o problema.
No último dia 11, o governo federal deu um primeiro passo no combate ao roubo de cargas, quando sancionou lei que determina que o condutor de veículo utilizado para a prática de receptação, descaminho e contrabando, condenado por um desses crimes em decisão transitada em julgado, terá seu documento de habilitação cassado.