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JC Logística

- Publicada em 11 de Janeiro de 2019 às 01:00

Governo federal quer apressar licitação da Ferrogrão

Ferrovia de 933 quilômetros, que ligará a Região Centro-Oeste ao Pará, poderá ter produtores como sócios

Ferrovia de 933 quilômetros, que ligará a Região Centro-Oeste ao Pará, poderá ter produtores como sócios


/ANTF/DIVULGAÇÃO/JC
O governo colocou a concessão da Ferrogrão na agenda dos 100 dias. O futuro governo pretende, no período, enviar ao Tribunal de Contas da União (TCU) os estudos técnicos, econômicos e ambientais que darão base à concessão. Essa é a penúltima etapa do processo antes do leilão. Depois que eles receberem o sinal verde, o governo já pode publicar o edital e realizar o certame. A ferrovia conta com uma extensão de 933 km, conectando a região produtora de grãos do Centro-Oeste ao estado do Pará, desembocando no porto de Miritituba.
O governo colocou a concessão da Ferrogrão na agenda dos 100 dias. O futuro governo pretende, no período, enviar ao Tribunal de Contas da União (TCU) os estudos técnicos, econômicos e ambientais que darão base à concessão. Essa é a penúltima etapa do processo antes do leilão. Depois que eles receberem o sinal verde, o governo já pode publicar o edital e realizar o certame. A ferrovia conta com uma extensão de 933 km, conectando a região produtora de grãos do Centro-Oeste ao estado do Pará, desembocando no porto de Miritituba.
"Vamos seguir firmes na Ferrogrão", afirmou Freitas. É uma mudança de cenário para o empreendimento. No início da transição, o então cotado para comandar a área de infraestrutura, o general Oswaldo Ferreira, havia dito que a Ferrogrão não seria construída porque envolvia muitos problemas ambientais. O governo de Michel Temer alterou o desenho da Floresta Nacional do Jamanxim para permitir a construção da linha.
Estimada em mais de R$ 10 bilhões, a Ferrogrão ainda enfrenta problemas para seu financiamento. A ferrovia foi concebida e proposta ao governo pelas grandes tradings do agronegócio. "As tradings continuam firmes", disse Freitas. "E os produtores entraram no jogo." Em setembro passado, o "rei" da soja Eraí Maggi defendeu que os produtores entrassem como sócios do empreendimento.
"O desafio nosso é construir um bom arranjo societário e de garantias para conseguir transformar a Ferrogrão numa realidade", disse o ministro. O envio dos estudos da Ferrogrão ao TCU estava bloqueado por uma liminar, recentemente derrubada.
Freitas pretende avançar também com o projeto da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que liga uma área produtora de ferro em Caetités (BA) até o porto Sul, no mesmo estado. O governo baiano já obteve a licença ambiental para o porto, que era um obstáculo. No momento, os técnicos do governo federal consolidam as sugestões recebidas da sociedade civil para aperfeiçoar o projeto. Depois dessa etapa, os estudos serão enviados ao TCU.
A Fiol está parcialmente construída, com recursos do orçamento da União. "Se a gente botar a licitação na praça, tem batida de martelo", apostou o futuro ministro. Os grandes interessados no projeto são os chineses. O traçado da ferrovia é próximo de um projeto defendido por eles, a Ferrovia Transoceânica, ligando o Atlântico ao Pacífico através da América do Sul. Com ela, os chineses querem garantir a exportação dos alimentos produzidos na região.
Se a Ferrogrão já estivesse em operação em 2016, quando foi proposta ao governo, já estaria paga pela metade. A economia com o custo de transporte das três últimas safras teria atingido US$ 2 bilhões, metade do investimento previsto para a linha. O transporte de cada uma das 180 milhões de toneladas teria custado US$ 12 a menos.
"Esse é o tamanho do desperdício logístico", disse o presidente a Estação da Luz Participações (EDLP), Guilherme Quintella, responsável pelos estudos para a construção da ferrovia.
A redução do custo logístico proporcionado pela Ferrogrão fará com que a produção de grãos em Mato Grosso praticamente dobre em 10 anos, segundo projeções do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Saltaria dos 63,18 milhões de toneladas registradas em 2018 para 108 milhões de toneladas em 2028, um incremento de 71,1%.
"E isso, sem derrubar uma árvore", ressaltou Quintella. A expansão se daria com o aproveitamento de áreas usadas como pastagem e a expansão da segunda safra. A área dedicada à produção de grãos no estado passaria de 14,86 milhões de hectares para 22,26 milhões de hectares.
"A Ferrogrão vai ser uma revolução em termos de agronegócio", disse o ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas em seu discurso de posse.
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