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JC Logística

- Publicada em 26 de Outubro de 2018 às 01:00

País cai no ranking de produção sustentável até 2023


JANNOON020/FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
Com a terceira maior capacidade instalada de geração de energia de fontes renováveis do mundo, o Brasil, que hoje só fica atrás de China e Estados Unidos, vai perder a medalha de bronze no ranking das economias que mais investem no desenvolvimento de hidrelétricas, placas solares e parques eólicos. De acordo com estudo da Agência Internacional de Energia (AIE), o País deverá passar para a quinta posição, ultrapassado por Índia e Alemanha em 2023.
Com a terceira maior capacidade instalada de geração de energia de fontes renováveis do mundo, o Brasil, que hoje só fica atrás de China e Estados Unidos, vai perder a medalha de bronze no ranking das economias que mais investem no desenvolvimento de hidrelétricas, placas solares e parques eólicos. De acordo com estudo da Agência Internacional de Energia (AIE), o País deverá passar para a quinta posição, ultrapassado por Índia e Alemanha em 2023.
Entre 2018 e 2023, a capacidade instalada de energia renovável no Brasil vai crescer 15 gigawatts (GW), passando de 134 GW para 149 GW. Segundo a consultoria Safira, 1 GW é capaz de abastecer 1,5 milhão de pessoas, o equivalente a uma cidade do tamanho de Porto Alegre. Para especialistas, embora o Brasil tenha uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com cerca de 80% da geração oriunda de fontes renováveis, é preciso acelerar os investimentos. Isso porque há uma expectativa de que a economia brasileira volte a crescer. A previsão da AIE é de uma alta de 2% ao ano na demanda por eletricidade.
As propostas dos candidatos à presidência que disputam o segundo turno tornam incerto o futuro do desenvolvimento da energia renovável no País. Jair Bolsonaro (PSL) pretende investir em hidrelétricas de grande porte e retirar os subsídios em eólica e solar. Já Fernando Haddad (PT) pretende manter incentivos à geração a partir do sol e do vento, além de hidrelétricas sem grandes reservatórios.
Segundo Marcelo Laterman, especialista em energia do Greenpeace, o Brasil precisa encarar as fontes renováveis como estratégicas. Ele destaca que, nos últimos anos, com a crise hídrica que afetou o nível dos reservatórios das hidrelétricas, a fonte termelétrica, mais cara e poluente, foi a que mais avançou. O impacto aparece nas contas de luz. "Estamos remediando a falta de água com termelétricas a gás, carvão e óleo diesel. E gerar energia com esse sistema é caro. Temos que diversificar a nossa matriz."
Para a AIE, o avanço da energia renovável no Brasil nos próximos cinco anos será puxado, principalmente, por pequenas centrais hidrelétricas, com 8 GW novos, parques eólicos (6 GW), plantas solares (5 GW) e biomassa (2 GW). Bruno Carrara, do Barros Pimentel Advogados, avalia que o menor ritmo de crescimento no Brasil, em comparação com outras nações, está ligado ao baixo crescimento do País. No entanto, ele diz que o governo deveria incentivar mais projetos para garantir maior oferta de energia barata no momento de retomada da atividade econômica. "O governo tem feito leilões, mas esse esforço poderia ser maior."
Para Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico do Instituto de Economia da UFRJ, não é um grande problema recuar um pouco no ranking. "O Brasil tem hoje uma matriz elétrica muito mais limpa que a de outros países, que fazem um esforço para limpar suas fontes."
No caso da energia solar, cuja capacidade deve crescer no País cinco vezes até 2023, o governo precisa ampliar o volume de contratação por meio de leilões, avalia Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar, entidade que reúne as empresas do setor. "Desde 2015, o preço do megawatt da solar caiu 60%. Mas o governo precisa reduzir ainda a carga tributária do setor, hoje em cerca de 50%."
A matriz eólica, que gera energia a partir do vento, também ganha destaque. O setor hoje tem em carteira recursos para investir 30 GW no País caso o governo decida aumentar o volume de leilões. "Se a economia do País crescer 1% ao ano, o consumo de energia adicional será de 6 GW. Com a estiagem, é a eólica que tem ocupado esse espaço", diz Elbia Gannoum, presidente da Abeeólica, associação do setor.
A geração de vento no mar é uma das apostas para os próximos anos. A Petrobras e a norueguesa Equinor investem num projeto para fazer do Brasil um dos únicos países no mundo a unir a geração eólica no mar com a produção de petróleo, assim como ocorre no Reino Unido e na Noruega.
No projeto, que deve começar a operar em 2022, a planta eólica fica em uma base flutuante a cerca de um quilômetro de uma plataforma de petróleo. Parte da energia gerada abastece a plataforma, e o restante vai para o sistema em terra por meio de dutos que conduzem eletricidade. Para Mario González, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, a qualidade do vento é melhor no mar. "Há mais previsibilidade, o que permite um melhor planejamento energético em relação ao uso dessa fonte.
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