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Investimento

- Publicada em 19 de Outubro de 2018 às 01:00

Petrobras coloca soluções renováveis em seu radar

Petrolífera brasileira planeja retomar a produção de energia verde, nos moldes do que faz a concorrência

Petrolífera brasileira planeja retomar a produção de energia verde, nos moldes do que faz a concorrência


/STOCKPHOTO/DIVULGAÇÃO/JC
Passado o pior momento da crise, a Petrobras tenta agora recuperar o tempo perdido e dar os primeiros passos para investir em energias renováveis, como já fazem grandes petroleiras concorrentes. A empresa sabe que está atrasada, e diz ainda ter pouco fôlego para fazer os investimentos, mas vai incluir essa transição para um novo cenário ambiental no plano estratégico para os próximos cinco anos, que deve ser divulgado em dezembro.
Passado o pior momento da crise, a Petrobras tenta agora recuperar o tempo perdido e dar os primeiros passos para investir em energias renováveis, como já fazem grandes petroleiras concorrentes. A empresa sabe que está atrasada, e diz ainda ter pouco fôlego para fazer os investimentos, mas vai incluir essa transição para um novo cenário ambiental no plano estratégico para os próximos cinco anos, que deve ser divulgado em dezembro.
O documento trará mudanças, "mas ainda não serão radicais", disse o diretor de Estratégia da empresa, Nelson Silva. "Não existe meta em termos de geração (de energia renovável). Ainda não podemos estabelecer metas, mas podemos colocar como ambição alguma participação no total do capital a ser investido no futuro", disse Silva, que admite o recuo da Petrobras em projetos ambientalmente limpos para focar na recuperação financeira.
Hoje, a Petrobras tem apenas quatro parques eólicos, com 106 megawatts (MW) de capacidade de produção. Na tentativa de reduzir a desvantagem em relação às concorrentes, a estatal anunciou uma parceria com a norueguesa Equinor, líder mundial em captura e armazenamento de carbono. As duas querem produzir juntas energia eólica em alto mar.
Antes da crise, os biocombustíveis eram a principal aposta da Petrobras para participar da transição para uma economia de baixo carbono, com processos produtivos mais sustentáveis. Sem dinheiro, a Petrobras vendeu as usinas e saiu do segmento. Em sua página na internet, a empresa informa que, no futuro, poderá reavaliar um retorno. "Temos buscado avançar com as tecnologias de baixo carbono em nosso portfólio de pesquisa e desenvolvimento, que conta com projetos nas áreas de captura, uso e armazenamento geológico de CO2, de energia eólica, solar, biomassa, biocombustíveis e bioprodutos", disse o gerente executivo de estratégia e organização da Petrobras, Rodrigo Costa.
Especialista em Planejamento Energético pela Coppe/ UFRJ, o professor Alexandre Szklo ressalta que a Petrobras e as demais petroleiras presentes no Brasil continuam a priorizar o investimento no negócio de óleo e gás. A estatal foca nos resultados de curto prazo para reduzir o endividamento. Já as petroleiras europeias sofrem mais pressão para poluir menos. Enquanto isso, as chinesas estão preocupadas em garantir o abastecimento de petróleo do seu país e apostam na América Latina, sobretudo no Brasil, para cumprir essa meta.
O plano da Shell, sócia da Petrobras no pré-sal, é reduzir a presença do carbono em seus projetos em 20%, até 2035, e pela metade, até 2050. Mas isso só vai ocorrer, disse André Araujo, presidente da petroleira no Brasil, com mecanismos claros de precificação de carbono, por meio da tributação de atividades poluentes. A empresa é acionista da Raízen, ao lado da Cosan, principal produtora de etanol no mercado brasileiro.
A presidente da ExxonMobil no Brasil, Carla Lacerda, diz que a empresa está de olho em projetos de energia renovável para desenvolver no País, mas, por enquanto, a prioridade continua a ser a perfuração de poços para retomar a atividade de petróleo e gás. Já o presidente da Equinor, Anders Opedal, diz que a empresa trabalha na redução de emissões há mais de três décadas. "Uma parte importante da transição é o uso mais intensivo do gás natural", disse, durante o evento Rio Oil & Gas.
As petroleiras que atuam no pré-sal aguardam posição do governo para definir como vão compensar as emissões geradas com a atividade na região, grande emissora de gases de efeito estufa associados ao petróleo e ao gás natural produzidos. Há dois modelos em análise - um de taxação e outro em que projetos ambientalmente sujos são neutralizados por projetos de captura da poluição. A segunda alternativa é a preferida das companhias.
Por esse regime, cada projeto tem um "preço", dependendo do seu potencial de geração de emissões. "Esperamos que o próximo governo puxe o debate sobre precificação de carbono", disse o presidente da Shell no Brasil, André Araujo. Assim como a Petrobras, a petroleira anglo-holandesa acredita que os ganhos com o pré-sal podem ajudar a engordar o caixa para investir em energias renováveis. Ao todo, 45 países adotam uma política própria de precificação da emissão de carbono. Em dois anos, serão mais 30, e a lista deverá incluir o Brasil, segundo projeção do Banco Mundial.

Petrobras América e Murphy Exploration formam joint venture para atuação conjunta no Golfo do México

A subsidiária Petrobras América Inc. (PAI) celebrou com a Murphy Exploration & Production Company, subsidiária da Murphy Oil Corporation, contrato definitivo visando a formação de uma joint venture composta por ativos em produção de petróleo e gás natural no Golfo do Mexico.
A constituição da parceria se dará com o aporte de todos os ativos em produção situados no Golfo do México de ambas as empresas, na qual a Murphy será a operadora com 80% de participação e a PAI com 20%.
A transação envolverá um valor total de até US$ 1,1 bilhão, a ser recebido pela PAI, sendo uma compensação de US$ 900 milhões à vista, correspondente à diferença de valor entre os ativos aportados pelas duas empresas no fechamento da operação. Além disso, haverá pagamentos contingentes de até US$ 150 milhões a serem efetuados até 2025 e um carrego de investimentos de até US$ 50 milhões de custos da PAI no desenvolvimento da produção do campo de St. Malo, a ser assumido pela Murphy a partir de 2019, caso determinados projetos de recuperação de óleo sejam realizados. A nova empresa terá uma produção média estimada de cerca de 75 mil barris de óleo equivalente por dia no quarto trimestre deste ano.
A Murphy Oil Corporation é uma empresa global de exploração e produção de petróleo e gás natural, com produção offshore no Sudeste da Ásia, Canadá e Golfo do México e produção onshore na América do Norte. "A companhia detém uma participação de 20% em quatro blocos em águas profundas na bacia de Sergipe-Alagoas e junto com seus parceiros foi bem-sucedida na licitação dos blocos 430 e 573 na mesma bacia durante a 15ª rodada da ANP", diz a Petrobras.
"A formação da joint venture representa um passo importante para a Petrobras, no âmbito do seu Plano de Negócios e Gestão 2018-2022, permitindo, além da entrada de caixa, o compartilhamento de investimentos, resultando num portfólio final com melhor relação risco-retorno, por meio de um novo modelo de negócios nos EUA, com um parceiro que atua na região e é reconhecido pela sua expertise operacional e em segurança, disciplina de custos e qualificação técnica", afirma a estatal, em fato relevante.