Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

JC Logística

- Publicada em 31 de Agosto de 2018 às 01:00

Para dar certo

Luiz Guimaraes
O Brasil que pode dar certo precisa de estradas pavimentadas e seguras, ferrovias articuladas com portos e hidrovias, energia e comunicação de qualidade no campo e na cidade. A este conjunto de soluções costumamos chamar de infraestrutura ou logística integrada, algo permanentemente apontado pelos círculos empresariais como o único caminho ao desenvolvimento.
O Brasil que pode dar certo precisa de estradas pavimentadas e seguras, ferrovias articuladas com portos e hidrovias, energia e comunicação de qualidade no campo e na cidade. A este conjunto de soluções costumamos chamar de infraestrutura ou logística integrada, algo permanentemente apontado pelos círculos empresariais como o único caminho ao desenvolvimento.
Há 15 anos, desde que circulou pela primeira vez, em 28 de agosto de 2003, o JC Logística dedica suas páginas a estes segmentos, colocando em pauta os grandes gargalos que afetam o crescimento da economia brasileira, bem como difunde iniciativas de sucesso de governos e players nacionais ou globais na solução de questões de infraestrutura e logística.
A falta de investimentos em setores como rodoviário, portuário, aeroportuário, ferroviário e hidroviário, responsáveis pela movimentação de praticamente toda a riqueza produzida no País, preocupa a classe empresarial - como demonstrado nas páginas ao lado - assim como ao cidadão comum que paga impostos e quer ver a sua contribuição devolvida em serviços.
Em um território continental como o brasileiro não é razoável que a maioria das cargas ainda seja transportada por rodovias - quase sempre mal-cuidadas e escassas. Para se ter uma ideia, no modal rodoviário, responsável pela movimentação de 61% das cargas e de 95% dos passageiros, a malha cresceu apenas 0,5% nos últimos oito anos, de acordo com o Anuário CNT do Transporte, divulgado no início do mês pela Confederação Nacional do Transporte.
No modal ferroviário, responsável pelo transporte de 21% da produção, um terço dos trilhos está abandonado por falta de manutenção ou interesse. Dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) apontam que dos 28.218 quilômetros de ferrovias, 8,6 mil estão completamente deteriorados.
Como comparação, a Europa, um território menor que o Brasil, conta com 216 mil quilômetros de linhas ferroviárias, ou quase oito vezes mais. Lá, a cada tonelada transportada por trem, apenas três são levadas por caminhão.
Outro estudo, desta vez da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que 2.796 obras estão paralisadas no território brasileiro, sendo 517 (18,5%) do setor de infraestrutura. A área de saneamento tem 447 empreendimentos interrompidos. Em seguida, aparecem obras de rodovias (30), aeroportos (16) portos (seis), ferrovias (cinco) e hidrovias (cinco). É dinheiro público desperdiçado, enquanto os custos logísticos só aumentam.
O Brasil investe pouquíssimo do seu Produto Interno Bruto (PIB) em infraestrutura em comparação a países mais desenvolvidos. A China, por exemplo, destina 7% a 8% de seu PIB ao setor, enquanto o Brasil investe apenas 2% do PIB. De acordo com o projeto Infra2038, o País precisará investir R$ 8 trilhões em infraestrutura nos próximos 20 anos se quiser fazer parte do jogo internacional, missão nada fácil, dada a burocracia e a resistência de setores conservadores à participação privada em áreas que poderiam melhorar a oferta de serviços.
De nossa parte, continuaremos abertos e atentos às mudanças que vêm por aí com a eleição do novo presidente da República. É fundamental que o próximo ocupante do Palácio do Planalto perceba que sem estradas, pontes, trilhos, aeroportos, portos e hidrovias, o Brasil ficará à margem do desenvolvimento e da concorrência global.
Editor de Economia
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO