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Conexões de Negócios

- Publicada em 30 de Agosto de 2018 às 22:22

Escassez de investimento em infraestrutura trava economia

Zildo De Marchi, Fernando Esbroglio e Frank Woodhead cobram soluções para cadeias logísticas

Zildo De Marchi, Fernando Esbroglio e Frank Woodhead cobram soluções para cadeias logísticas


/LUIZA PRADO/JC
As dificuldades enfrentadas pelo poder público (seja União, estados ou municípios) para investir em estradas, ferrovias, hidrovias e portos gera apreensão entre os agentes envolvidos com a área da logística. Para representantes do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística do Rio Grande do Sul (Setcergs), Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores/Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado do Rio Grande do Sul (Fenabrave/Sincodiv-RS) e Sindicato do Comércio Atacadista de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul (Sindiatacadistas-RS) solucionar essa questão precisa ser uma das metas dos próximos governos.
As dificuldades enfrentadas pelo poder público (seja União, estados ou municípios) para investir em estradas, ferrovias, hidrovias e portos gera apreensão entre os agentes envolvidos com a área da logística. Para representantes do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística do Rio Grande do Sul (Setcergs), Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores/Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado do Rio Grande do Sul (Fenabrave/Sincodiv-RS) e Sindicato do Comércio Atacadista de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul (Sindiatacadistas-RS) solucionar essa questão precisa ser uma das metas dos próximos governos.
O vice-presidente de Logística do Setcergs, Frank Woodhead, reforça que todo o desenvolvimento pressupõe infraestrutura de locomoção de mercadorias. "Um dos melhores ditados é o que aponta que o desafio da logística é transformar distâncias físicas em econômicas, ou seja, conseguir levar o produto ao seu destino final da melhor maneira possível", afirma. O empresário sentencia que particularmente o Rio Grande do Sul, se for contextualizado dentro dessa máxima, encontra-se em uma péssima condição.
Conforme o dirigente, o Estado possui um custo logístico muito alto, afetando a comercialização de itens como soja e produtos industriais. O integrante do Setcergs adverte que se o Rio Grande do Sul fosse uma empresa já teria falido há muito tempo. Para Woodhead, não é possível que se gaste quase 80% da receita bruta do Estado em folha de pagamento. "Sem encontrar uma solução política para esse tema, o Rio Grande do Sul vai, lastimavelmente, ficar do jeito que está, o futuro governador será um administrador de folha de pagamento, pagando atrasado", prevê. De acordo com Woodhead, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer-RS) investe aproximadamente R$ 350 milhões em estradas anualmente, o que seria apenas um terço do que deveria ser aportado. Sobre obras de responsabilidade do governo federal no Estado que precisam ser aceleradas e concluídas, o empresário cita a duplicação da BR-116 e a construção da segunda ponte do Guaíba.
O presidente da Fenabrave/Sincodiv-RS, Fernando Esbroglio, acrescenta que o Brasil é hoje uma nação muito polarizada, o que tem atrapalhado o crescimento da economia. No Rio Grande do Sul, Esbroglio comenta que os governos privilegiaram nos últimos anos uma política centrada no funcionalismo, diminuindo a capacidade em investimentos públicos na área de infraestrutura. "O nosso Estado tornou-se meramente um departamento de pessoal, atendendo às necessidades salariais, nem sempre a contento, do funcionalismo e dos seus inativos", enfatiza.
Já o presidente do Sindiatacadistas-RS, Zildo De Marchi, acredita que, apesar das dificuldades econômicas e sociais que são verificadas atualmente, o Estado tem condições e meios para criar atrativos para o desenvolvimento. No âmbito nacional, o dirigente adianta que será preciso um pouco de "sorte" para eleger o governo que o País necessita, que o ajude a crescer.

Mercado de automóveis registra recuperação

Esbroglio relata elevação de 15,92%  nos emplacamentos

Esbroglio relata elevação de 15,92% nos emplacamentos


/LUIZA PRADO/JC
Fortemente afetado pela crise econômica, o segmento de automóveis vem em 2018 seguindo com o seu processo de retomada. De acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores/Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado do Rio Grande do Sul (Fenabrave/Sincodiv-RS), o Brasil verificou 1.998.245 emplacamentos de veículos novos entre janeiro e julho deste ano, uma variação de 12,81% em relação ao mesmo período em 2017. No Rio Grande do Sul também houve incremento, 15,92%, com o emplacamento de 102.255 veículos.
"Mas, de qualquer maneira, o número ainda é muito baixo em relação ao que tínhamos (até 2014, quando começou a despencar a comercialização de veículos no País)", aponta o presidente da Fenabrave/Sincodiv-RS, Fernando Esbroglio. Entre outros fatores que impactaram o setor nos últimos anos, além da crise da economia, o dirigente cita a entrada dos serviços de aplicativos de transporte.
Esbroglio comenta que ainda há muita ociosidade nas montadoras no Brasil, sendo que o principal problema enfrentado hoje é a capacidade econômica do mercado de absorver a produção. Contudo, um destaque positivo é o segmento de caminhões que tem crescido cerca de 50% neste ano no País e 40% no Rio Grande do Sul, em relação a 2017. "Atualmente, tem fila para comprar caminhão", informa o dirigente.
Outra perspectiva é o crescimento do mercado de veículos híbridos nos próximos anos (alimentados com eletricidade e pelos combustíveis convencionais). Já a difusão dos carros que utilizam exclusivamente a energia elétrica para se movimentarem, Esbroglio acredita que vai demorar um pouco mais para acontecer. No Brasil, o presidente da Fenabrave/Sincodiv-RS não vê viabilidade para ser determinada uma data de interrupção da produção de automóveis que usam combustíveis fósseis.

Comércio atacadista faz projeçãode alta do consumo e da produção

De Marchi lembra que logística do Pais é das mais caras do mundo

De Marchi lembra que logística do Pais é das mais caras do mundo


/LUIZA PRADO/JC
A retomada da economia precisará ser acompanhada por condições para que o crescimento realmente aconteça. O presidente do Sindicato do Comércio Atacadista de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul (Sindiatacadistas-RS), Zildo De Marchi, enfatiza que, dentro dessa expectativa, será necessário compatibilizar os interesses dos agentes logísticos e do comércio.
O dirigente ressalta que a crise econômica afeta diretamente o panorama da infraestrutura nacional. O custo logístico do País, frisa De Marchi, é um dos mais altos do mundo. O dirigente argumenta que o Brasil não utiliza adequadamente modais como o ferroviário e o hidroviário.
O investimento em infraestrutura pelo governo foi mal planejado, segundo o dirigente, e é preciso corrigir esse equívoco. Quanto ao Estado, De Marchi afirma que, pelo fato da região estar situada na "ponta" do País, a logística é um fator que afeta muito a economia gaúcha.
O executivo reforça que o Rio Grande do Sul vive a perspectiva de aumentar a produtividade agrícola em torno de 30% e para escoar essa produção será fundamental investir em logística. Sobre os reflexos da valorização do dólar sobre as atividades econômicas no Brasil e no Estado, De Marchi pondera que há ônus e bônus. A elevação da moeda inibe as importações, mas estimula as exportações.

Setcergs espera por fim da tabela de frete

Woodhead quer revogação de multas aplicadas a motoristas

Woodhead quer revogação de multas aplicadas a motoristas


LUIZA PRADO/JC
Um desdobramento da greve dos caminhoneiros, desencadeada em maio deste ano, foi a determinação por parte do governo federal da instituição de uma tabela com preço mínimo para o frete do transporte rodoviário de cargas. O Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística do Rio Grande do Sul (Setcergs) é uma das entidades que criticou desde o começo essa iniciativa e espera, agora, o seu final através do Supremo Tribunal Federal (STF).
O vice-presidente de Logística do Setcergs, Frank Woodhead, espera que o ministro do STF Luiz Fux, que está analisando o caso, declare a lei que estipulou a tabela como inconstitucional, derrubando essa legislação. Outra questão que está sendo avaliada pelo tribunal, acompanhada pelo ministro Alexandre de Moraes, são as multas aplicadas durante a greve dos caminhoneiros. Woodhead recorda que as penalidades foram direcionadas para "todo o mundo": carros, caminhões, transportadoras, autônomos etc.
O dirigente cita que uma companhia gaúcha (que prefere não revelar o nome) recebeu uma multa de R$ 11 milhões. O vice-presidente de Logística do Setcergs argumenta que é preciso negociar melhor essa situação, porque, caso contrário, diversas empresas fecharão as portas. "Esperamos que prevaleça o bom senso", defende. Woodhead lembra que a greve dos caminhoneiros se iniciou com apenas um pleito, de que a Petrobras não reajustasse os preços do óleo diesel quase que diariamente. O vice-presidente de Logística do Setcergs destaca que essa medida tornava muito difícil fazer o cálculo do frete.