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Gestão

- Publicada em 06 de Abril de 2021 às 12:06

Falta de pessoal qualificado é maior entrave para inclusão digital dos pequenos negócios

Entre os principais desafios está a garantia de participação igualitária às plataformas virtuais

Entre os principais desafios está a garantia de participação igualitária às plataformas virtuais


GERD ALTMANN/PIXABAY/DIVULGAÇÃO/JC
Para 55% dos donos de pequenos negócios, que ainda não entraram no digital, a maior dificuldade para conseguir inserir as micro e pequenas empresas nesse mundo é a falta de funcionários com habilidades e conhecimentos. Apesar deste obstáculo, entretanto, a maioria dos empreendedores (76%) que ainda não digitalizou suas empresas pretende investir, nos próximos seis meses, para começar a efetuar vendas por meio da internet e aplicativos.
Para 55% dos donos de pequenos negócios, que ainda não entraram no digital, a maior dificuldade para conseguir inserir as micro e pequenas empresas nesse mundo é a falta de funcionários com habilidades e conhecimentos. Apesar deste obstáculo, entretanto, a maioria dos empreendedores (76%) que ainda não digitalizou suas empresas pretende investir, nos próximos seis meses, para começar a efetuar vendas por meio da internet e aplicativos.
Os dados foram revelados por uma pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). O levantamento ouviu 1.205 empresários (entre microempresas e empresas de pequeno porte) na segunda quinzena do último mês de dezembro.
Quase 91% dos entrevistados afirmaram já ter acesso aos benefícios do mundo digital e 85% destes destacaram que o uso da internet e aplicativos melhorou a situação da sua empresa. Esses resultados estimulam os donos de pequenos negócios a continuar investindo nessa estratégia. De acordo com o levantamento, 81% dos empresários que já estão inseridos no mundo digital pretendem fazer novos investimentos para ampliar o nível de digitalização do seu negócio.
"A digitalização do pequeno negócio é um caminho sem volta e bastante acelerado pelo cenário de pandemia. Nem que seja para atrair e efetivar vendas pelo WhatsApp, os empresários entenderam que é preciso criar formas digitais de manter e ampliar o mercado", analisa o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
A análise da inclusão digital pelo porte do negócio mostra que as empresas de pequeno porte (EPP) - 92,2% - abarcam a maior proporção de organizações que já contam com o acesso aos benefícios do mundo digital. Já quanto ao segmento de atividade, o setor de serviço lidera com 91,9% das empresas já inseridas. O setor com menor índice de digitalização é a Construção, com 81,8%.
Outra análise feita pela pesquisa procurou identificar a opinião dos donos de pequenos negócios a respeito da concorrência. De acordo com 26% dos entrevistados os benefícios de um aumento da concorrência seriam maiores se este crescimento se desse entre os seus fornecedores. O desejo por uma maior concorrência entre os fornecedores foi registrado pelas Empresas de Pequeno Porte (30%) e, em especial, pelas empresas dos setores da construção (36%) e da indústria (32%).
Os dados da pesquisa foram apresentados durante o Segundo Diálogo Regional da Unctad-Cepal sobre micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) e Políticas de Concorrência, em 25 de março. O evento online foi realizado em cooperação com o Sebrae. Os participantes apresentaram o cenário da política de concorrência em seus países da América Latina e Caribe diante dos impactos da crise gerada pela pandemia da Covid-19 sobre os pequenos negócios, principalmente no acesso aos mercados digitais.
Na ocasião, o diretor de Administração e Finanças do Sebrae, Eduardo Diogo, destacou que, no Brasil, os pequenos negócios possuem grande representatividade no contexto empresarial e, apesar da crise, lideram a geração de empregos no país. "O Sebrae desde o início da pandemia tem tentado mitigar os efeitos nas MPE, seja na articulação com o governo brasileiro ou dando orientação às empresas, incluindo-as com base no conhecimento e no comportamento, bem como incentivando-as na transformação digital", declarou.

Mercado deve priorizar acesso de pequenos negócios ao e-commerce

Entre os principais desafios está o de garantir participação de forma igualitária às plataformas virtuais

Entre os principais desafios está o de garantir participação de forma igualitária às plataformas virtuais


/Mediamodifier/pixabay/divulgação/jc
Pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) junto a mais 1,2 mil empresários brasileiros aponta que, do ponto de vista do acesso ao mercado digital pelos pequenos negócios, a dependência a plataformas de mercados digitais gera preocupações concorrenciais no mundo inteiro.
"Essa tem se tornando a maior discussão no mundo antitruste de como garantir a inovação das big techs e ao mesmo tempo garantir que elas não sejam abusivas ao ponto de excluir os concorrentes do mercado", ressaltou o consultor da Unctad Fernando Furlan, que participou da elaboração do estudo.
Segundo Furlan, uma das recomendações do estudo é que os pequenos negócios tenham acesso ao comércio digital de forma igualitária se contrapondo a estratégias de fechamento de mercados de grandes empresas, por exemplo. Para isso, o especialista aponta que as autoridades, como o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), fiquem atentas à formação de estruturas anticompetitivas em mercados digitais.
Recentemente, o Sebrae RS lançou plano para melhorar desempenho das empresas. A iniciativa é voltada para empreendedores se inspirarem, buscarem resultados imediatos e superarem o momento de crise. De acordo com a entidade, o material conta com quatro consultorias exclusivas sobre marketing digital, para colocar em prática boas estratégias e melhorar as vendas; mercado, com análise detalhada da proposta de valor da empresa e identificação de novas oportunidades de negócio; finanças para uma melhor gestão do caixa; e modelagem de negócios.
A analista técnica do Sebrae RS, Cristina Correa, explica que a ideia é "apoiar o empresário de forma prática." "Por isso, selecionamos temáticas importantes para esse momento. Estamos entrando também com um subsídio bem significativo, pois todos os produtos do plano estão com 90% de desconto. Nossa ideia é trazer resultados rápidos com valores super acessíveis", destaca Cristina.
Ao adquirir uma das consultorias, o empreendedor também recebe acesso a mentorias com profissionais que são referência no mercado, lives com especialistas, e-books, infográficos e conteúdos novos toda semana, além de poder trocar experiências com outros cases do setor. O material todo foi elaborado com base nas Pesquisas de Monitoramento dos Pequenos Negócios na Crise, que apontou as três principais necessidades nesse início de 2021: orientação sobre uso de ferramentas digitais para venda e relacionamento com clientes, análise sobre tendências e perspectivas do mercado e alternativas para diversificar produtos e serviços.
 

Informação e planejamento são peças-chave para profissionalização

Recomendação é de colocar no papel os dados básicos sobre o mercado consumidor a atingir

Recomendação é de colocar no papel os dados básicos sobre o mercado consumidor a atingir


PRESSFOTO/FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
Informação e planejamento são as palavras de ordem para quem decide empreender, seja por necessidade ou por oportunidade de negócio. Colocar no papel informações básicas sobre o mercado consumidor e os custos são essenciais para alinhar as expectativas e garantir a sustentabilidade de uma empresa no longo prazo, em meio à concorrência.
Em 2020, houve um recorde na formalização de novos negócios no país, com alta de 6% em relação a 2019, de acordo com o boletim do Mapa de Empresas, do Ministério da Economia. Das 3.359.750 de empresas abertas, 2.663.309, ou 79,3%, foram microempreendedores individuais (MEI), uma modalidade de empresário individual com processo simplificado para abertura de empresas, regime especial de tributação e acesso facilitado a crédito.
De acordo com o gerente da Unidade de Competitividade do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), César Rissete, a participação dos pequenos negócios no PIB (Produto Interno Bruto - soma de todos os bens e serviços) do país aproxima-se de 30%. Além disso, eles têm sido fonte de geração de emprego e representam hoje 56% dos trabalhos com carteira assinada.
A pandemia de covid-19 reforçou essa tendência de crescimento das micro e pequenas empresas, segundo Rissete, pois muitas pessoas tiveram dificuldade de colocação no mercado formal ou perderam seus empregos e tiveram que ir atrás do sustento de outra maneira. "A formalização é um passo importante, mas é insuficiente para a manutenção da empresa no mercado", disse o gerente do Sebrae.
"E parte significativa de aumentar a sobrevivência do negócio vem do movimento de preparação e profissionalização do empresário", explicou. Segundo o gerente do Sebrae, não é necessário um planejamento exaustivo, que leve muito tempo, mas o empreendedor, mesmo por necessidade, precisa ter o mínimo de conhecimento sobre sua área de atuação, o mercado e o público que vai atender.
Em geral, o empreendedor por oportunidade se dedica mais à fase de planejamento, mas para Rissete, mesmo com menos tempo é possível se preparar. Em primeiro lugar é preciso pensar no mercado consumidor e no marketing de vendas: qual público vai atender, em qual localidade, a demanda pelo serviço ou produto na região e como chegar a esse consumidor e se fazer enxergar.
"Se eu colocar as informações da empresa na internet ou nas redes sociais, o cliente está nesse canal? Ele vai me enxergar ou eu preciso fazer algum impresso físico e distribuir para que as pessoas saibam que estou oferecendo aquele serviço? Ou por meio de algum aplicativo eu consigo que as pessoas me enxerguem?", explicou o gerente do Sebrae, sobre as questões a serem respondidas pelo empreendedor.
Além disso, segundo o gerente do Sebrae, é preciso fazer o mínimo de contas e ter claro o custo para entrar no mercado. "Essa é chamada de gestão financeira, que é pensar quanto tenho de previsão ou perspectiva de comercializar, quanto o mercado está pagando pelo meu serviço ou pelo produto que vou comercializar, quanto vai custar e a quanto vou vender, quanto tenho que ter para me preparar, para ver se tenho fôlego financeiro para aguentar a entrada nesse mercado", diz Rissete.
E para quem vê na internet e nas redes sociais um caminho mais fácil para começar o seu negócio, Rissete alerta que, da mesma forma que o empreendedor tem o mundo online à disposição, os clientes também se perdem mais facilmente e podem não enxergar o produto ou serviço oferecido.

Empresas endividadas sofrem mais com reflexos econômicos da pandemia

Os pequenos negócios com dívidas em atraso estão sentindo mais duramente o impacto da pandemia do coronavírus do que as empresas do mesmo porte que não possuem dívidas ou estão com seus compromissos em dia. De acordo com a 10ª edição da Pesquisa "O Impacto da Pandemia do Coronavírus nos Pequenos Negócios", realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), 92% das empresas com dívidas em atraso tiveram perda de faturamento. Já entre as empresas com dívidas em dia, esse número cai para 73%.
O estudo ainda revela que as empresas com dívidas em atraso foram as que tiveram maior proporção com piora de faturamento em 2020, comparado com 2019. Entre esse grupo, 79% apresentaram um faturamento anual pior do que o de 2019. Já no universo das empresas com dívidas em dia, esse número cai para 59%. Os reflexos também podem ser vistos quando o assunto é a contratação de funcionários. Enquanto 17% das empresas com as contas em dia contrataram um funcionário, em fevereiro, apenas 9% das empresas endividadas fizeram o mesmo.
"As empresas que sentem mais dificuldade em pagar suas dívidas acabam não tendo, muitas vezes, condições de continuarem investindo no negócio e nem de encontrarem alternativas para melhorar seu desempenho", explica o presidente do Sebrae Carlos Melles. Ele ressalta que 76% das empresas com dívidas em atraso revelaram que ainda têm muitas dificuldades para manter o negócio contra 49% dos empreendedores que estão com o pagamento de suas dívidas em dia.