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JC Contabilidade

- Publicada em 28 de Abril de 2021 às 03:00

A gestão de custos do município de Nova Boa Vista e seus resultados

Cézar Volnei Mauss, Mestre em Contabilidade e Controladoria

Cézar Volnei Mauss, Mestre em Contabilidade e Controladoria


/ACERVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
Demonstrando pioneirismo e um modelo de gestão gerencial, o município já desenvolve um sistema de gestão de custos e resultados, desde 2017, originando informações gerenciais e uma gestão pública por resultados.
Demonstrando pioneirismo e um modelo de gestão gerencial, o município já desenvolve um sistema de gestão de custos e resultados, desde 2017, originando informações gerenciais e uma gestão pública por resultados.
Uma das informações, por exemplo, diz respeito ao custo-hora máquina trabalhada e do custo do quilômetro rodado por cada veículo, medido na forma de custo histórico médio.
Por este modelo, os gestores sabem e podem comparar, por exemplo, que um dos caminhões da secretaria de obras roda ao custo médio por quilômetro de R$ 5,51, enquanto outro veículo custou R$ 10,35/km. Ou seja, custou mais caro, porque rodou a metade da quilometragem dos demais. Logo, como produziu menos, tem o dobro do custo dos demais veículos de sua categoria.
Outra comparação importante que pode ser feita, diz respeito ao consumo médio de cada veículo e máquina rodoviária. Agora, é possível saber, com clareza, que uma motoniveladora consome 16 litros de diesel por hora e a outra, 20 litros por hora; que de todos os veículos pequenos do município, os 3 de melhor rendimento, são os veículos Voyage que possuem um desempenho de 10,5; 12,6 e 13,1 quilômetros com um litro de combustível. Deve-se considerar que os veículos percorrem muitas estradas de chão batido no município de Nova Boa Vista, o que faz reduzir o desempenho deles.
Cabe destacar, que em 2019 foi adquirido um conjunto de fabricação de pedras britas e já se sabe que uma hora do britador custou, em 2019, R$ 64,00 em média (sem custo com salários).
Ao se incluir o gasto com salários, esse valor sobe para R$ 199,00, assim, uma tonelada de pedra brita custou R$ 2,13, sem salários e R$ 6,63, considerando os salários. Portanto, um valor abaixo do preço de venda no mercado, e que gera uma economia financeira muito grande para o município.
Na agricultura o custeio permite monitorar todos os tipos e quantidades de serviços. Nos fornece, por exemplo, que o custo da inspeção e da clínica animal foi de R$ 441,00; que cada produtor que utilizou a colhedora de forragens teve um benefício de R$ 1.255,00 e os que utilizaram o trator Agrale custaram R$ 940,00. O programa troca-troca municipal gerou um benefício de R$ 1.252,00 para cada produtor rural.
Portanto, os custos já são apurados desde a competência 2017, comparados aos dados de 2018 e 2019. Dentro deste escopo, o município já monitora os custos da Secretaria de Educação, onde sabe que investiu, em 2017, para manter um aluno em sala de aula, o valor de R$ 8.502,70; sendo, R$ 5.044,61 custos de sala de aula; R$ 439,01 com merenda; R$ 1.865,81 para transportar esse aluno até a escola e R$ 1.153,27 de custos administrativos.
O objetivo é monitorar todos os serviços, em todas as áreas, e, com essas informações, gerenciar para reduzir gastos e processos de produção, que, hoje, os tornam deficitários para a sociedade que os custeia. Como exemplo, dessas ações de redução, pode-se citar o caso da coleta de lixo, que gerou um déficit financeiro, em 2017, de 81%, e que foi reduzido em 2019 para 49%; da iluminação pública que arrecadou em 2017 apenas cerca de R$ 34.000,00 e custou R$ 228.293,00. Após gerenciamento, no resultado de 2019 houve redução do déficit em relação a 2018; ou o próprio serviço de fornecimento de água potável, que em 2019 se apresentou superavitário em R$ 11.469,00.
Nova Boa Vista objetiva estar na vanguarda da gestão pública, sendo um dos primeiros municípios, no País, a ter uma gestão de custos plena implementada e funcionando. Quase todos os seus setores já estão monitorados. Restam apenas as secretarias de Obras e de Saúde a terem seus métodos de custeio definidos, para que 100% da gestão estejam englobados.
Mestre em Contabilidade, Coordenador da Comissão de Estudos de Contabilidade Aplicada ao Setor Público do CRCRS
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