Os resultados apresentados no primeiro semestre de 2020, em relatório divulgado pela PwC, demonstram uma tendência de recuperação do mercado de fusões e aquisições (M&A). No período de janeiro a junho, foram anunciadas 395 transações, um volume 17% superior à média dos últimos cinco anos (339 transações), com aumento de 1% em relação ao mesmo período de 2019 (390 transações).
Segundo o diretor de Estratégia de Negócios da Tarvos Partners, Sergio de Faria Bica Jr, há razoável consenso de que o mercado de M&A deve retomar com força no segundo semestre tão logo as consequências da Covid-19 estejam melhor mapeados e as projeções de retomada da economia mais bem sedimentadas. "Isto permitirá aos investidores melhor formação do preço de negócios, aproveitando o excesso de liquidez empoçado no mercado para investir em ativos empresariais e maximizar resultados futuros", avalia.
Dados indicam que alguns segmentos vêm performando muito bem na crise e é onde as operações de M&A podem alavancar resultados já no curto prazo. É o caso da indústria farmacêutica, de distribuição de medicamentos e agrobusiness.
Sergio Bica considera que, na indústria de alimentação, por outro lado, eventuais operações se ressentem por um futuro duvidoso e de mudança radical em modelos de negócio, gerando incerteza de valor futuro. Fato contrário a este são as operações em modelos disruptivos, onde a mudança e inovação agregam valor por si só e alavancam negócios.
O diretor da Tarvos Partners destaca, entretanto, que M&A no setor de cuidados de saúde e higiene cresceu 200% no segundo trimestre. "Importante salientar o recuo de fundos estrangeiros em mais de 45% no período comparado, mormente pela aversão ao risco Brasil. A participação de Venture Capital Funds, por outro lado, aumentou em mais de 17% caracterizando uma visão de risco/benefício alinhada com as expectativas de mudanças importantes nos mercados servidos", defende.