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Tributos

- Publicada em 18 de Fevereiro de 2020 às 14:44

Carnaval esquenta a economia e a arrecadação

Varejo de artigos especializados é um dos que lucra com a festa

Varejo de artigos especializados é um dos que lucra com a festa


/MARCO QUINTANA/JC
A festa mais popular do planeta está chegando. O Carnaval, em 2020, será celebrado no dia 25 de fevereiro e, como em todos os anos, promete entupir as ruas das cidades brasileiras, mexendo com o imaginário popular e estimulando a criatividade dos milhares de foliões que participam de desfiles, blocos e outras comemorações espalhadas pelo País.
A festa mais popular do planeta está chegando. O Carnaval, em 2020, será celebrado no dia 25 de fevereiro e, como em todos os anos, promete entupir as ruas das cidades brasileiras, mexendo com o imaginário popular e estimulando a criatividade dos milhares de foliões que participam de desfiles, blocos e outras comemorações espalhadas pelo País.
O maior feriado do calendário brasileiro vai aquecer corpos, ruas e também a economia. Após 2015, se seguiram três anos de queda no volume de vendas. A movimentação financeira gerada pelo Carnaval voltou a registrar crescimento em 2018. Em 2020, o valor deve se manter em alta.
Enquanto boa parte dos brasileiros dá uma pausa para curtir o Carnaval, a economia continua girando, e os impostos seguem sendo cobrados. Com isso, a bolada para o governo pode até aumentar. É o que aponta levantamento encomendado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) ao Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).
"Temos alguns produtos considerados supérfluos - com tributação elevada -, mas que, no Carnaval, não podem faltar na cesta do folião, como bebida alcoólica. Costumo dizer que quanto mais o cidadão bebe, maior é o porre do governo em termos de arrecadação", afirma o economista da ACSP, Marcel Solimeo.
A tributação sobre bebida alcoólica está entre as mais elevadas. Quem compra uma caipirinha, por exemplo, paga mais de 70% do valor total em impostos federais, estaduais e municipais. A cerveja tem, aproximadamente, 40% de tributos embutidos no preço final, e o chopinho, em torno de 60%. "A ressaca do consumidor também é no bolso", diz Solimeo.
Mesmo quem não bebe acaba contribuindo com a folia arrecadatória. O refrigerante tem alíquota de quase 50% em tributos.
Entre os artigos usados para fantasia, o colar havaiano é um dos que têm a maior carga de impostos dentro do seu preço. Quase 50% do valor praticado é destinado ao pagamento de impostos. As máscaras de plástico e de lantejoulas também têm carga alta: mais de 40%.
"Se fizer as contas, o samba pode atravessar", diz Solimeo. E os mais pobres são os que sofrem em demasia com a carga tributária sobre os bens de consumo: "Gastam todo seu dinheiro nos produtos básicos para a sobrevivência".
Na outra ponta, a camada mais rica gasta a maior parte do seu dinheiro em investimentos financeiros, que são pouco tributados em comparação aos bens de consumo. "E esse é um fator que precisa ser trabalhado pelo governo através de uma reforma fiscal", afirma Solimeo.
De acordo com o economista, quando o governo gasta errado ou mais do que deve, a sociedade é quem paga, seja com inflação, altas taxas de juros ou aumento da dívida pública.
"Mas se você pensar nos impostos e nas contas, acaba não aproveitando o Carnaval. Tudo tem seu tempo e sua hora", alerta Solimeo. "Então, depois das festas, a discussão será as eleições municipais. E não só para prefeito, mas também para os vereadores que irão compor a zeladoria das cidades. Eles serão os responsáveis por decidir como os nossos impostos serão gastos", completa o economista.

CNC estima movimento de R$ 8 bilhões em áreas ligadas ao turismo em todo o País

Bares e restaurantes espalhados pelo Brasil deverão faturar R$ 4,8 bilhões com o principal evento turístico

Bares e restaurantes espalhados pelo Brasil deverão faturar R$ 4,8 bilhões com o principal evento turístico


/MARIANA CARLESSO/arquivo/JC
As atividades turísticas relacionadas ao Carnaval deste ano deverão alcançar o maior volume de receitas desde 2015, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em 2020, o principal evento do calendário turístico brasileiro deverá faturar cerca de R$ 8 bilhões, um aumento real de 1% em relação ao ano passado.
Segundo a CNC, a recuperação gradual da atividade econômica, combinada à inflação baixa, sugere um cenário positivo, com recuperação moderada dos serviços turísticos. "Nos meses que antecedem o Carnaval, a taxa de câmbio teve uma desvalorização de 10% ante o mesmo período de 2019, estimulando, portanto, gastos com turismo no território nacional em 2020", avalia o economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, ressaltando que esses fatores devem favorecer um maior fluxo interno de turistas neste ano.
Os segmentos especializados em alimentação fora do domicílio, como bares e restaurantes (R$ 4,8 bilhões), as empresas de transporte de passageiros rodoviário, aéreo e de locação de veículos rodoviários (R$ 1,3 bilhão) e os serviços de hospedagem em hotéis e pousadas (R$ 861,3 milhões) responderão por mais de 88% de toda a receita gerada com a data. "Alimentação se destaca, nesse caso, pois é o setor que mais gera movimento, de fato, durante os dias de Carnaval, enquanto os serviços de transporte e hospedagem registram maior atividade nos meses que antecedem a data", explica Bentes.
Rio de Janeiro (R$ 2,68 bilhões), São Paulo (R$ 1,94 bilhão) e Bahia (R$ 1,36 bilhão) tendem a concentrar mais da metade da movimentação financeira durante o período. Destacam-se, ainda, os volumes financeiros a serem gerados em Minas Gerais (R$ 809,7 milhões), Pernambuco (R$ 381,9 milhões) e Ceará
(R$ 318 milhões). Em termos relativos, a maior taxa de crescimento real de receitas deverá se dar em São Paulo ( 5,4%) e Pernambuco ( 3,2%). Em contrapartida, o Ceará deverá ser o único a registrar queda (-2,9%).
 

Folia alavanca contratação de trabalhadores temporários

Para atender ao aumento sazonal de demanda, a CNC estima a contratação de 25,4 mil trabalhadores temporários entre janeiro e fevereiro deste ano - 2,8% a mais do que no Carnaval de 2019 (24,7 mil). O setor de alimentação segue despontando, com, aproximadamente, 18,2 mil vagas oferecidas, gerando sete em cada 10 oportunidades de emprego. O total de vagas ofertadas também pode ser o maior dos últimos anos, só perdendo para 2014, ano da realização da Copa do Mundo no País.
Confirmada a previsão, a oferta de vagas por parte das atividades que compõem a pesquisa alcançaria, em 2020, o maior contingente de temporários desde 2014 (55,6 mil postos de trabalho). Naquele ano, a proximidade entre o Carnaval (em março) e o Mundial de Futebol (em junho) estimulou a contratação de um contingente elevado de trabalhadores temporários.
As 10 profissões mais demandadas nos serviços turísticos devem responder por 63% das vagas oferecidas, com destaque para as profissões tradicionalmente ligadas aos segmentos de alimentação fora do domicílio, transportes e hospedagem. O salário médio pago a esses profissionais (R$ 1.909,73) deverá ser 4,2% superior ao do ano passado, destacando-se as remunerações médias a serem recebidas pelos gerentes de turismo (R$ 3.032,90) e pelos motoristas rodoviários (R$ 2.678,38).
Para o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, os números são reflexo do trabalho realizado pelo governo federal no desenvolvimento do Brasil. "Esse resultado só comprova que o País está no caminho certo da recuperação econômica, e o turismo tem papel importante nisso. Vamos continuar trabalhando para elevar o Brasil ao merecido patamar, com geração de emprego e renda para a população", celebrou.
De acordo com Fábio Bentes, economista da CNC e responsável pelo estudo, a recuperação econômica do País e a baixa inflação foram fatores positivos para o dado. "Nos meses que antecedem o Carnaval, a taxa de câmbio teve uma desvalorização de 10% ante o mesmo período de 2019, estimulando, portanto, gastos com turismo no território nacional em 2020", comentou.
O decreto que regulamenta o trabalho temporário foi publicado em outubro de 2019 e define o serviço como "aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços ou cliente, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços".
O decreto diz, ainda, que são assegurados ao trabalhador temporário direitos como: remuneração equivalente àquela percebida pelos empregados da mesma categoria da empresa tomadora de serviços ou cliente, calculada à base horária, garantido, em qualquer hipótese, o salário-mínimo regional; pagamento de férias proporcionais, calculado na base de um 12 avos do último salário percebido, por mês trabalhado.
A jornada de trabalho será de, no máximo, oito horas diárias, podendo ter duração superior a oito horas na hipótese de a empresa tomadora de serviços ou cliente utilizar jornada de trabalho específica. "As horas que excederem à jornada normal de trabalho serão remuneradas com acréscimo de, no mínimo, 50%, e assegurado o acréscimo de, no mínimo, 20% de sua remuneração quando trabalhar no período noturno."
Sobre a empresa prestadora de trabalho temporário, o decreto diz que ela fica obrigada a apresentar à fiscalização, quando solicitada, o contrato celebrado com o trabalhador temporário, a comprovação do recolhimento das contribuições previdenciárias e os demais documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações estabelecidas pelo decreto que regulamenta a atividade.
 

Datas comemorativas são oportunidades para empreendedores

Em meio ao clima festivo, há quem aproveite o período para abrir alas à novas oportunidades e tirar nota dez em quesitos como fidelizar clientes e aumentar vendas. Essas datas são excelentes oportunidades para quem deseja potencializar seus empreendimentos e é fundamental que os empreendedores se preparem para a sazonalidade e, assim, possam realmente ter motivos para comemorar.
De acordo com a instituição, datas comemorativas como o Carnaval e a Páscoa – as primeiras a serem celebradas a cada ano -, são excelentes oportunidades para que empreendedores possam colocar ideias em prática e conquistar novos públicos. Ainda segundo a instituição, são períodos que aquecem a economia, potencializando o fluxo de consumidores, sendo especialmente bons para os segmentos de turismo, comércio varejista e de serviços.
Os donos de pequenos negócios tradicionalmente mais relacionados ao Carnaval, como por exemplo, alimentação e bebidas, turismo e transportes também não podem perder a chance de incrementar as vendas. Para isso, o Sebrae indica que o empreendedor esteja preparado para aproveitar o momento que aquece a economia de todo o país.
A analista do Sebrae Hannah Salmen sustenta que “gostando ou não da festa, é hora de aproveitar a data para chamar atenção, de uma forma que atraia novos clientes, além de fidelizar os atuais consumidores”. “Esteja presente nas redes sociais, seja criativo, alegre, tenha o seu perfil sempre atualizado e principalmente, interaja com seus clientes. Além disso, faça promoções de produtos específicos ou agregue serviços que tenham a ver com esse período, pensando em fidelizar a clientela, seja oferecendo algum bônus/cupons promocionais para compras futuras ou até estabelecendo parcerias com empresas complementares à sua”, recomenda Hannah.
Segundo ela, também é importante dar destaque aos produtos ou serviços relacionados à festa. “Perceba se há algum item que poderia ser comercializado apenas nessa época do ano e coloque-o em evidência. Saiba se diferenciar e aposte em embalagens personalizadas com alguma utilidade para a folia”, acrescenta.
Ter um planejamento prevendo promoções e campanhas focadas nas datas comemorativas é fundamental para qualquer negócio. O Sebrae indica que quem ainda não montou um calendário de ações para o ano, faça pelo menos uma previsão para os próximos seis meses. A ideia é prever as principais ações, em especial as datas comemorativas relevantes para o seu negócio.
Para o Carnaval, por exemplo, é possível pensar em qual produto terá destaque na loja ou no site da empresa, como será feita a divulgação da campanha e definir uma verba para marketing. Mesmo aqueles negócios que não tenham a ver com a festa podem atrair clientes que estão dispostos a ficar longe da folia.
No segmento do comércio, geralmente há uma leve queda no movimento próximo a grandes feriados. Nesse contexto em particular, as ações devem ser voltadas para aqueles que não vão viajar para os destinos turísticos mais procurados. Outra ideia é antecipar promoções para escoar estoques a preços cheios.