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JC Contabilidade

- Publicada em 01 de Outubro de 2019 às 18:10

A governança como ferramenta para melhorar a economia

Michelle destaca importância de tornar ambiente de negócios transparente

Michelle destaca importância de tornar ambiente de negócios transparente


/IBGC/DIVULGAÇÃO/JC
Roberta Mello
Com uma trajetória profissional permeada pela temática da governança corporativa, a advogada gaúcha Michelle Squeff começou a se identificar com os assuntos ligados ao funcionamento interno das empresas antes mesmo de se formar. Quando entrou no mercado de trabalho começou a lidar com assuntos que na academia não tinham tanta atenção dos colegas: sucessão, fusão, gestão de pessoas. Mas foi depois de um momento difícil na vida pessoal que ela decidiu dedicar 100% do seu tempo de trabalho à governança corporativa. Para Michelle, tornar o ambiente de negócios brasileiro mais íntegro e transparente e a vida das pessoas que trabalham nas empresas mais saudável e feliz é a sua forma de melhorar o mundo.
Com uma trajetória profissional permeada pela temática da governança corporativa, a advogada gaúcha Michelle Squeff começou a se identificar com os assuntos ligados ao funcionamento interno das empresas antes mesmo de se formar. Quando entrou no mercado de trabalho começou a lidar com assuntos que na academia não tinham tanta atenção dos colegas: sucessão, fusão, gestão de pessoas. Mas foi depois de um momento difícil na vida pessoal que ela decidiu dedicar 100% do seu tempo de trabalho à governança corporativa. Para Michelle, tornar o ambiente de negócios brasileiro mais íntegro e transparente e a vida das pessoas que trabalham nas empresas mais saudável e feliz é a sua forma de melhorar o mundo.
No mês passado, ela assumiu a coordenação-geral do Capítulo Rio Grande do Sul do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), a mais antiga das regionais do instituto, criada em 2002. Nos últimos dois anos, Michelle somou esforços à coordenação de Leonardo Wengrover na região participando da criação de fóruns temáticos locais, de palestras mensais e seminários regionais. Ela também integrou jornadas técnicas do IBGC ao Vale do Silício, nos Estados Unidos, e à Israel, além de participar constantemente de atividades do instituto em São Paulo. Além disso, gosta de enfatizar que é mulher, mãe e está empreendendo na sua própria consultoria.
JC Contabilidade - Você é formada em Direito, como foi o despertar para a Governança Corporativa?
Michelle Squeff - Desde que me formei estou em contato com esse assunto. Sempre trabalhei com direito societário e foi muito natural começar a me dedicar a reestruturação de empresas, planejamento sucessório e outros temas relacionados. Sempre utilizei os conceitos básicos da Governança Corporativa relacionados com o âmbito jurídico. Depois de 20 anos na advocacia, resolvi dar uma guinada na carreira. Tive filhas gêmeas prematuras e tive de ficar muito tempo com elas. Isso fez com que eu revisitasse minhas atividades e pensasse sobre a minha missão. Passei a me perguntar muito mais com o que gostaria de trabalhar, como poderia agir para tornar o ambiente de negócios e, consequentemente, agir para tornar o mundo melhor. Fiquei um ano e meio afastada do mercado e me desliguei do escritório em que trabalhava para abrir minha própria consultoria em governança corporativa e estratégia.
JC Contabilidade - Você passou por um momento difícil e que está ainda hoje está bastante atrelado com o fato de ser mulher e ao papel social destinado às mães. Mesmo que o mercado tenha mudado bastante nos últimos anos as mulheres ainda são minoria nos Conselhos de Administração e executivas. Você é uma das poucas coordenadoras de capítulo do IBGC. Como você encara a resistência ainda existente ao desenvolvimento profissional feminino e à presença das mulheres em cargos de liderança?
Michelle - Sim. Quando fiz o curso de Conselheira de Administração do IBGC me dei conta que era um das poucas mulheres da turma e que muitas estavam lá por que eram oriundas de famílias de empresários e estavam investindo na formação porque já tinham em vista, na sua trajetória profissional, a participação quase que natural entre os acionistas. Outras queriam ser conselheiras independentes como eu, é claro, mas o fato é que o total de mulheres na turma devia ser em torno de 20%. No primeiro Congresso do IBGC que participei percebi que no total de conselheiros em todo o país também somos minoria. Assim, eu e outras executivas gaúchas decidimos criar o Fórum de Desenvolvimento de Mulheres em Conselho dentro do Capítulo Sul do IBGC. No início, pensamos que teríamos não mais do que 10 interessadas e, para nossa surpresa, a procura foi maior. Criado em 2018, o fórum contou com 30 mulheres participando. Este ano, em 2019, estamos com 45 participantes e já temos uma lista de espera com interessadas. Isso demonstra o interesse das mulheres em se profissionalizar e conquistar mais espaço nos conselhos de administração.
Contabilidade - Este é um dos fóruns do IBGC no Estado. Quais outros existem?
Michelle - Temos o de Empresas Familiares, que são maioria e bastante fortes no nosso Estado, de Compliance, o de Conselheiros para Terceiro Setor, em parceria com a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), de Secretaria de Governança, dentre outros. Alguns deles são exclusivos para associados do IBGC. Em outros, como, por exemplo, o dedicado à gestão no terceiro setor e de desenvolvimento de conselheiras mulheres, são mais abertos.
Contabilidade - Na sua opinião, qual o estágio de desenvolvimento em governança corporativa das empresas da região?
Michelle - A recente pesquisa do IBGC Métrica de Governança Corporativa - Os caminhos trilhados pelas empresas de capital fechado apurou as práticas mais evidentes de governança nas mais de cem empresas participantes. Pela amostra, 31% das empresas respondentes encontram-se em estágio embrionário de governança, 24% em estágio inicial, 35% em estágio intermediário e apenas 10% em estágio avançado de governança corporativa. Embora a referida publicação não tenha dados estratificados por região, estimo que os percentuais do Rio Grande do Sul não destoem dessa realidade, portanto, acredito que cerca de metade das empresas gaúchas encontrem-se em estágio embrionário ou inicial de governança corporativa, o que indica que ainda temos um longo trabalho pela frente. Além disso, o perfil das empresas gaúchas é fundamentalmente composto por empresas familiares, e essas empresas enfrentam desafios comuns apontados na publicação Governança da Família Empresária, quais sejam: perpetuar a identidade familiar, ter uma estratégia para liquidez, reforçar a união familiar, trabalhar a dinâmica das relações, promover a retenção dos talentos externos à família, trazer inovação para a empresa, formar as próximas gerações e implementar um processo de sucessão.
Contabilidade - Como o IBGC pode ajudá-las?
Michelle - O instituto pode contribuir mapeando os cenários - para o que é fundamental incentivar a adesão das empresas à Métrica de Governança -, além de seguir promovendo a disseminação das melhores práticas para todas as organizações do Estado, independentemente da natureza jurídica, porte ou segmento, demonstrando que estruturas, documentos e práticas de governança - não apenas na aparência, mas na sua essência - criam valor para o acionista e também para toda a cadeia de stakeholders.
Contabilidade - Quais seus planos futuros à frente do IBGC no Estado?
Michelle - O Capítulo Rio Grande do Sul cresceu bastante nos últimos dois anos, aumentando o número de associados e a quantidade de eventos. Pretendemos consolidar as ações e iniciativas já em andamento, qualificando cada vez mais os encontros, aproximando novos associados e reforçando os laços com as entidades parceiras.
Contabilidade - Você percebe um aumento no interesse por esse assunto entre os gaúchos?
Michelle - A agenda do IBGC no Rio Grande do Sul para este ano contempla 40 eventos. Mensalmente, realizamos nossos talk hours, eventos com duas horas de duração, com palestras sobre temas variados, apresentações de cases empresariais e publicações do IBGC. Em 2019, esses talk hours abordaram governança para estatais, responsabilidade de conselheiros de administração, jornadas técnicas, governança para startups & scale-ups, empresas familiares e ainda cases de empresas como Tondo S/A, AEL Sistemas e Gerdau. Além disso, desde 2017, temos também nossos fóruns temáticos, que são programas de três a seis encontros anuais, baseados nas publicações do IBGC e dirigidos aos diferentes perfis de associados do IBGC. Vislumbramos nos fóruns uma maneira de engajar os associados do Capítulo RS. Percebo que os gaúchos se preocupam, sim, com a gestão saudável das empresas e prova disso é a própria força do capítulo. Cada vez mais empresas fora da capital gaúcha participam dos encontros. São companhias de regiões fortes como do Vale dos Sinos e de Caxias do Sul que buscam maneiras de crescer.
Contabilidade - Vocês têm eventos programados até o final do ano aberto para quem quiser conhecer o instituto e entender melhor o que é governança?
Michelle - Fechando nosso ciclo anual, teremos o 5º Seminário Governança Corporativa IBGC no Rio Grande do Sul, em parceria com a Câmara Americana de Comércio (Amcham). O encontro será realizado no dia 31 de outubro em Porto Alegre, no teatro da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Esse já é o terceiro mais importante evento de governança corporativa do país e deve reunir, em 2019, mais de 400 pessoas, incluindo conselheiros, executivos C-Level, acionistas e membros de empresas familiares. Nesta edição o encontro vai contar com atrações nacionais e internacionais. As inscrições estão abertas no nosso site.
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