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Tributos

- Publicada em 25 de Dezembro de 2018 às 21:52

Inteligência Artificial é aposta da área contábil

Automação e conectividade vão gerar benefícios às empresas, como queda de 3,6% ao ano nos custos

Automação e conectividade vão gerar benefícios às empresas, como queda de 3,6% ao ano nos custos


CREATIVEART/FREEPIK.COM/DIVULGAÇÃO/JC
Estudos do Fórum Econômico Mundial apontam que, em menos de 10 anos, um a cada três postos de trabalho deve ser substituído por robôs ou softwares inteligentes. No Brasil, mais da metade dos empregos podem ser automatizados, de acordo com dados do Banco Mundial e da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Estudos do Fórum Econômico Mundial apontam que, em menos de 10 anos, um a cada três postos de trabalho deve ser substituído por robôs ou softwares inteligentes. No Brasil, mais da metade dos empregos podem ser automatizados, de acordo com dados do Banco Mundial e da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Enquanto isso, o desenvolvimento dessas tecnologias traz a promessa de maior produtividade para as empresas: aumento de eficiência, segurança e conveniência. Pesquisa recente com 2 mil executivos mostrou que, nos próximos cinco anos, a automação e a conectividade digital vão resultar em diversos benefícios para as empresas, como queda de 3,6% ao ano nos custos.
Para especialistas, o que define se uma profissão pode ser substituída no futuro não está somente relacionado ao trabalho manual, mas se as tarefas executadas são repetitivas. Dessa forma, cargos como operador de telemarketing, caixa de banco, corretor de imóveis, costureiro e até árbitros de futebol podem ser substituídos. Quanto mais rotineira e mecânica for a profissão, maior a probabilidade de ela desaparecer.
A adoção de novas tecnologias já é realidade no segmento fiscal e tributário, não apenas no Brasil, mas também no exterior. Seja com o objetivo de automatizar rotinas, reduzir custos ou garantir maior conformidade legal em todo o processo.
Entre todas as inovações disponíveis, a Inteligência Artificial (IA) é a mais promissora aos profissionais que atuam diariamente com operações fiscais e tributárias. Essa é a conclusão de uma pesquisa feita entre a multinacional de tecnologia Thomson Reuters e a Live University, universidade especializada em cursos voltados para negócios, que ouviu mais de 300 profissionais em posições de liderança e especialistas das principais organizações do País.
De acordo com esse levantamento, 61% dos profissionais do setor Fiscal e Tributário acreditam que a Inteligência Artificial (Machine Learning) é a inovação com maior capacidade de trazer benefícios a este setor, seguido de 33% que consideram ser o Data Science melhor, e 10% optam pelo Chat Bots. "Essa afirmação se justifica pelos recursos digitais que o mercado tem apresentado para este mercado, o que tem possibilitado a estes profissionais armazenar cada vez mais a sua base de trabalho e de documentos na nuvem, o que reduz os custos e o tempo de acesso aos arquivos físicos de qualquer organização", explica Santiago Ayerza, Managing Director para o segmento Corporativo da Thomson Reuters América Latina.
A esmagadora maioria dos entrevistados (89%) acredita que a adoção de novas tecnologias tende a ser cada vez mais positiva nas áreas fiscais e tributárias, pois não só auxiliarão na rotina das atividades contábeis, como também tornarão os processos eficientes e com menos riscos de fraudes. E esse argumento é levado em conta ao ponto que 56% das empresas pretendem manter e ampliar os investimentos nesse sentido para 2019, e 44% das organizações já fazem uso, porém não tem a intenção de implementar novas ferramentas por conta da falta de budget.
"Esses dados se justificam, pois, devido às constantes e inúmeras alterações tributárias e legislativas que ocorrem no Brasil, a adoção da tecnologia, quando bem desenvolvida e atualizada com frequência, torna a rotina dos especialistas contábeis mais ágil, eficiente, e faz com que esses profissionais possam se dedicar a outras tarefas que também serão benéficas ao cliente ou à empresa que atuam", reforça o executivo.
No entanto, mesmo com o aumento do uso da tecnologia nos departamentos tributários e fiscais, esta pesquisa afirma que 46% dos entrevistados não utilizam processos automatizados em seus departamentos. Já 25% deste público afirma que algumas das tecnologias adotadas não são compatíveis com as necessidades das áreas, o que pode tornar o processo de trabalho ineficiente. E o mais alarmante é que 25% dos pesquisados ainda se deparam com um grande volume de documentos físicos em seus setores.
Um fato preocupante é que nem todos os profissionais contábeis estão preparados para as mudanças atreladas ao uso de novas tecnologias. O contador e diretor de Marketing da Thomson Reuters na América Latina, Ralff Tozatti, ainda estamos na fase de conscientização sobre a necessidade de mudanças e uma readaptação do posicionamento perante as tecnologias.
"Porém, ainda existe uma ausência de reflexão sobre como isso vai acontecer. Se usarmos o tema da automação para ilustrar, um assunto que normalmente está ligado à Inteligência Artificial, o contador não se coloca como restritivo à implementação, mas também ainda não sabe como implantar, o que vai ser implantado e onde implantar", comenta Tozatti.
O especialista salienta que essas dúvidas não são exclusividade dos contadores. "O mesmo ocorre em outros mercados, como, por exemplo, o mercado jurídico, até mesmo no mercado corporativo, em um nível maior de empresas, em que a gente vê uma vontade grande de implantar Inteligência Artificial e não existe ainda um nível de conhecimento suficiente para poder entender onde isso será implantado e para quê", reflete o diretor de Marketing da Thomson Reuters.

Conhecimento em tecnologia está entre as preocupações

Tozatti diz que caberá ao profissional contábil entender como as inovações vão apoiá-lo

Tozatti diz que caberá ao profissional contábil entender como as inovações vão apoiá-lo


/CAUÊ DINIZ/THOMSON REUTERS/DIVULGAÇÃO/JC
Pesquisa feita pela multinacional de tecnologia Thomson Reuters em parceria com a Live University também identificou que, para se manter no mercado, os profissionais que atuam na área Fiscal e Tributária terão de estar atentos às inovações que envolvem as suas atividades de trabalho. Fato este é que somente 36% dos entrevistados preferem contratar profissionais com muita experiência na área, porém com pouco conhecimento em tecnologias. Já 61% optam em eleger os profissionais que têm pouca atuação na área, mas muita sabedoria em inovações.
O bom sinal é que o mercado está atento, pois 84% afirmam que suas organizações estão investindo na capacitação para que os colaboradores estejam preparados para as mudanças que devem surgir. Mesmo que temas como machine learning, blockchain e chatbot assustem, o uso dessas novas tecnologias é irreversível.
Para o diretor de Marketing da Thomson Reuters na América Latina, Ralff Tozatti, o caminho não tem volta. Caberá ao contador entender como as tecnologias vão apoiá-lo nesse processo de modernização da profissão. "O que de fato a gente pode afirmar é que novas profissões vão surgir. Esta é mais uma virada na profissão. Assim como nós já saímos da fase do livro-caixa e do razonete, e fomos para um software que nos apoia na realização dessas obrigações, agora temos de dar o próximo passo", reflete Tozatti. O processo, diz o também contador, é o mesmo vivido há alguns anos, quando o profissional que não começou a usar o computador ficou para trás.
Perguntados sobre quais as tecnologias que lhes eram mais atraentes, a Internet das Coisas (IoT) foi lembrada por 31,3% dos entrevistados, seguida por blockchain (30,9%), data science (29,8%) e Inteligência Artificial/Machine Learning (29,2%). Destaque para a posição baixa das criptomoedas neste ranking, lembrada apenas por 1,9% dos participantes da pesquisa.
Entre os principais motivos para adotar uma dessas inovações, as razões mais apontadas foram: aumento da eficiência do trabalho (27%), melhoraria da governança e compliance (20%), padronização de processos (19%), redução do risco de fraudes (18%) e aumento da competitividade (15%).
No que tange ao futuro do trabalho e sua relação com as novas tecnologias, a pesquisa traz destaques interessantes: 83% dos entrevistados acreditam que, graças a essas inovações, surgirão novas funções nas áreas em que atuam, 97% acreditam que elas irão otimizar ou, no mínimo, modificar a maneira de se trabalhar, e 42% buscarão aumentar os investimentos na área de tecnologia, enquanto outros 34% pretendem manter os recursos atuais.
Para 90% dos entrevistados, a adoção de tecnologias inovadoras é positivo e traz benefícios. Contudo, apenas 17% acreditam que seus profissionais estão prontos para utilizá-las.
Somada à dificuldade de adoção das novas tecnologias está a alta complexidade tributária no Brasil, salienta Tozatti. "É obvio que, no mercado norte-americano ou no europeu, a contabilidade tem um nível de complexidade diferente do mercado brasileiro. No Brasil, em média, são feitas 70 alterações de leis tributárias por dia. Se percebe um número elevadíssimo de alterações. O mesmo não acontece em mercados mais maduros", destaca o especialista.

Contadores acreditam que a profissão mudará por completo nos próximos 10 anos

Ayerza acredita que se desenha um cenário propício para mais investimentos

Ayerza acredita que se desenha um cenário propício para mais investimentos


/CAUÊ DINIZ/THOMSON REUTERS/DIVULGAÇÃO/JC
A Thomson Reuters realizou também um levantamento com contadores para saber a percepção deles em relação ao futuro da profissão. O resultado foi surpreendente: 74% dos contadores acreditam que sua profissão mudará por completo nos próximos 10 anos, por conta dos frequentes avanços das tecnologias, somados às constantes mudanças regulamentares que este setor tem sofrido mundialmente. Feito com a participação de 300 profissionais ativos no mercado, o levantamento afirma que os principais impactos neste setor serão na tecnologia, na automação e no conhecimento.
Quando questionados sobre as possíveis mudanças de tarefas nas empresas e departamentos contábeis, mais de 95% dos entrevistados afirmaram que suas atribuições provavelmente mudarão com as tecnologias. Essa afirmação, segundo a pesquisa, se justifica pelos recursos digitais que o mercado tem apresentado para esses profissionais, o que tem possibilitado aos contadores armazenar cada vez mais a sua base de trabalho e de documentos na nuvem, o que reduz o tempo para o acesso aos arquivos físicos.
"O bloco composto por IoT, blockchain, data science, Inteligência Artificial e Machine Learning é a grande aposta da alta gestão para impulsionamento do desenvolvimento de suas empresas. Com a maior parte dos decisores otimistas quanto ao cenário mundial e confiantes de que a economia brasileira deve melhorar após as eleições, um cenário propício para implementação de novas tecnologias vai, aos poucos, se delineando", afirmou o diretor do segmento Corporativo da Thomson Reuters para a América Latina, Santiago Ayerza.
Sobre a automação, 78% dos entrevistados preveem que, sempre quando possível, durante a próxima década, as empresas de tecnologias desenvolverão soluções que automatizarão as tarefas consideradas críticas e de extrema atenção desses profissionais. Tarefas estas que, além de adaptar as suas soluções às constantes mudanças tributárias e legislativas que cada país tem de seguir, estas empresas especializadas auxiliarão ainda mais na rotina de trabalho dos contadores.
Já sobre o conhecimento, a pesquisa aponta que 89% dos especialistas consideram que a tecnologia digital em nuvem é uma das áreas mais críticas de entendimento. Essa afirmação sinaliza que, com o aumento da interação entre a contabilidade e a tecnologia, na próxima década, o contador terá de conhecer a fundo as funções das tecnologias digitais, para, assim, assumir as futuras novas funções, principalmente as voltadas ao gerenciamento de serviços na nuvem, que tende a se tornar uma parte relevante da atividade.
O levantamento conclui que o aumento do uso da tecnologia tende a tornar o dia a dia dos contadores mais eficiente, deixando que esses profissionais se dediquem a outras iniciativas de trabalho, o que possibilitará que estes contadores se tornem consultores e estejam mais próximos dos seus clientes.
Até 2028, o estudo prevê que as três principais tarefas que serão automatizadas, em ordem de importância serão a Escrituração contábil, a Coleção de dados e as Declarações fiscais.

Classificação de importância das principais tarefas que serão automatizadas até 2028

  1. Escrituração Contábil
  2. Coleção de Dados
  3. Submissão/Arquivamento de Declaração de Imposto
  4. Geração de Relatório
  5. Preparo de Retorno de Imposto
  6. Recordes Financeiros
  7. Comunicações com o Cliente
  8. Planos de Negócios
  9. Auditoria
Fonte: Thomson Reuters