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Responsabilidade Social

- Publicada em 10 de Janeiro de 2022 às 03:00

ONG em Porto Alegre resgata cavalos

Sede da ONG, no localizada no bairro do Lami, em Porto Alegre, conta hoje com mais de 60 animais

Sede da ONG, no localizada no bairro do Lami, em Porto Alegre, conta hoje com mais de 60 animais


/ALINE VERGARA / DIVULGAÇÃO / JC
Uma ONG fundada por 14 amigos que resgata e trata cavalos explorados e vítimas de maus-tratos no Rio Grande do Sul. Essa é a Pé de Chulé, que nasceu em 2015 após uma enchente na Praia de Paquetá, em Canoas, ter deixado vários animais em situação de vulnerabilidade. No início, o foco dos resgates eram os pets mais tradicionais, como cães e gatos, que também eram o maior número de animais que sofreram os efeitos daquela inundação. Contudo, um episódio foi decisivo para que a ONG, que naquele ponto ainda nem estava formalmente constituída, mudar o seu foco para o acolhimento de cavalos.
Uma ONG fundada por 14 amigos que resgata e trata cavalos explorados e vítimas de maus-tratos no Rio Grande do Sul. Essa é a Pé de Chulé, que nasceu em 2015 após uma enchente na Praia de Paquetá, em Canoas, ter deixado vários animais em situação de vulnerabilidade. No início, o foco dos resgates eram os pets mais tradicionais, como cães e gatos, que também eram o maior número de animais que sofreram os efeitos daquela inundação. Contudo, um episódio foi decisivo para que a ONG, que naquele ponto ainda nem estava formalmente constituída, mudar o seu foco para o acolhimento de cavalos.
"Ainda em 2015, recebemos uma solicitação e fizemos o resgate de um cavalo crioulo, o Pé de Pano, que estava em uma situação muito precária em Alvorada. A partir daí o nosso foco mudou, porque nós percebemos que já existiam muitas ONGs maravilhosas dedicadas a cachorros e gatos, mas nenhuma dedicada exclusivamente a cavalos. E o Pé de Pano está conosco até hoje, muito bem cuidado e feliz", conta Ana Paula Sena, presidente da organização.
Como no início a ONG não tinha sede, os membros conseguiram abrigo para os animais que vinham sendo resgatados em um sítio em Camaquã. Como os voluntários moravam entre Porto Alegre e Canoas, e a maioria dos pedidos de resgate vinha da região metropolitana, ir até Camaquã se tornou um problema logístico. Dessa forma, com muito sacrifício de cada fundador, mesmo em meio às dificuldades da pandemia, conseguiram uma nova sede para a ONG, em uma área de aproximadamente 30 hectares no Bairro do Lami, no sul de Porto Alegre, onde já estão há pouco mais de um ano.
"Em Camaquã a gente tinha cerca de 12 animais resgatados. Hoje nós temos 64 cavalos resgatados, além de prestar os cuidados posteriores. O lugar é um verdadeiro santuário natural, temos campos para os cavalos correrem, temos uma praia para eles se refrescarem, e uma estrutura mais adequada para realizar os tratamentos, inclusive com uma baia UTI", relata Ana Paula.
Dois dos membros fundadores se mudaram para a nova sede, para cuidar dos animais em tempo integral. Mesmo com toda a dedicação e comprometimento dos voluntários, a ONG sempre necessita de mais apoio, uma vez que não conta com nenhum tipo de suporte do poder público. "O nosso contato é através do Instagram @grupopedechule. Lá nós temos todas as informações explicadas, o passo a passo para quem quiser doar ou se voluntariar para algum trabalho, bem como para adotar ou apadrinhar os animais. Além disso, também podem entrar em contato conosco através do email [email protected]", explica a presidente da ONG.
 

Equipe veterinária presta auxílio após o resgate dos animais

Para realizar o tratamentos dos cavalos resgatados da melhor forma possível, a ONG conta com uma equipe especializada, liderada pela médica veterinária Cristina Dieckmann. Ela, que durante a faculdade fez estágio no hospital veterinário do Jockey Club, vai até à sede no Lami todos os dias, com raras folgas nos fins de semana.
"Normalmente o pessoal que se forma em medicina veterinária e quer trabalhar com cavalo vai trabalhar em cabanhas, mas eu sempre tive esse olhar mais voltado para o animal explorado e maltratado. Estou aqui há um ano, completamente realizada com o meu trabalho, e agora não saio mais", diz.
Os cavalos tratados pela equipe apresentam um combo de patologias em razão do histórico de maus-tratos que sofrem, não sendo animais que eram saudáveis e repentinamente ficaram doentes. Normalmente são cavalos que foram explorados até serem exauridos e depois são abandonados.
"Iniciamos o tratamento normalmente com soro, no mínimo 12 litros, mas às vezes precisamos de até 20. Aí depois cada animal vai apresentando os seus problemas. Os mais comuns são insuficiência e falência renal, intoxicação do fígado e principalmente vários problemas articulares, em razão do trabalho forçado, puxando carroça, por exemplo" ressalta a médica.
Junto a Cristina, a estagiária Gabriele Forti também trabalha na ONG praticamente todos os dias, enquanto Natana Pinheiro vai à sede uma vez por semana. Além da equipe veterinária, cada membro da ONG cumpre um papel fundamental para o sucesso do projeto e que eles fazem questão de destacar: Marlos de Oliveira – Compras de medicamentos e alimentos, Karina Guedes e Sílvia Guimarães - Eventos, Júlio César Guedes, Diogo Emil e Mateus Leite – Resgate e infraestrutura, Karen da Silva – Mídias Sociais, Carmen Giordani – Financeiro, Alexandre Giordani e Bárbara Sena – Jurídico, Jerusa Sena – Resgates e ações sociais, e Diego Silva e Bárbara Kopp – cuidados diários.