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- Publicada em 17 de Janeiro de 2022 às 03:00

Após fim da Uber Eats, setor de delivery passa por mudanças

Analistas ponderam que o mercado brasileiro está pouco atrativo

Analistas ponderam que o mercado brasileiro está pouco atrativo


/LUIZA PRADO/JC
A decisão da Uber de encerrar seu serviço de entrega de refeições de restaurantes pelo Uber Eats no Brasil caiu como uma bomba no setor, segundo Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, associação de bares e restaurantes, que diz temer as consequências do aumento na concentração da atividade. A medida foi anunciada semana passada
A decisão da Uber de encerrar seu serviço de entrega de refeições de restaurantes pelo Uber Eats no Brasil caiu como uma bomba no setor, segundo Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, associação de bares e restaurantes, que diz temer as consequências do aumento na concentração da atividade. A medida foi anunciada semana passada
Ele afirma que o anúncio da Uber assusta porque acontece semanas depois da decisão dos acionistas da startup Delivery Center de também encerrar a operação da empresa, um sinal de que o mercado brasileiro pode estar pouco atrativo ao investimento na área.
O setor tem vivido um cabo de guerra contra o iFood. Desde o ano passado, empresas como Rappi, Uber Eats e 99Food, além da associação dos restaurantes, foram ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) se queixar de que o gigante da entrega de comida impõe barreiras para os concorrentes ao forçar um modelo de contrato de exclusividade com os restaurantes.
"Pretendemos cobrar uma oposição firme do Cade porque estamos cada vez mais preocupados com essa concentração de mercado", diz Solmucci. A Abrasel vem tentando promover um modelo com código aberto para a padronização de cardápios e pedidos, batizado de Open Delivery.
A Uber Eats vai deixar de fazer entregas de restaurantes no Brasil depois do dia 7 de março, segundo anúncio feito pela empresa. Sem os restaurantes, a empresa vai atuar em duas outras frentes. O chamado Cornershop by Uber vai fazer entregas de supermercados, atacados e outras lojas, enquanto o serviço Uber Flash ficará com as entregas de pacotes.
A Cornershop by Uber funciona em apenas cem cidades no Brasil, mas, segundo a Uber, o número de pedidos quase triplicou em 2021. A empresa também planeja expandir seu produto corporativo, o Uber Direct, de entregas no mesmo dia.
"A Uber segue seu compromisso com seus mais de 1 milhão de motoristas parceiros que geram renda fazendo viagens e entregas pela plataforma - o volume de viagens no Brasil já é maior do que o registrado no período anterior à pandemia", disse a empresa em comunicado.
O fim das atividades seria parte de um processo de reestruturação da empresa, que tem sofrido no segmento de entrega de comida no mercado nacional diante do domínio do iFood - a saída ocorrerá apenas no País.
"O Uber Eats estava em uma situação muito difícil por aqui. Por um lado, ele precisava enfrentar o iFood, que tem 70% do mercado. Por outro, existe uma competição muito intensa entre os concorrentes menores. Isso tudo tem um custo muito alto", explica Sérgio Molinari, presidente da consultoria Food Consulting.
Uma pesquisa da consultoria feita em novembro mostrou que "encontrar os restaurantes favoritos" é motivo para 57% dos clientes desses apps optarem por uma única plataforma - a pesquisa mostrou ainda que 51% das pessoas usam apenas um serviço de delivery. "Quando existe um concorrente do tamanho do iFood, sobram poucos restaurantes de primeira linha, o que pesa para que as pessoas deixem de usar", diz Molinari.
Procurado pela reportagem, o iFood informou que não comenta decisões de negócio de outras empresas. "Com relação ao mercado de entrega de refeições, o iFood esclarece que o setor de delivery online segue em constante evolução com a entrada frequente de novos competidores e o surgimento de novos modelos de negócios. Essa competição intensa favorece restaurantes, entregadores e consumidores, e promove mais inovação para todo o ecossistema", diz a empresa em nota.
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