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Empresas & Negócios

- Publicada em 04 de Dezembro de 2021 às 14:00

Alta Vista Investimentos tem R$ 8 bilhões sob sua gestão

Carlos Rogério Thomé diz que a meta é alcançar R$ 70 bilhões em recursos até 2025

Carlos Rogério Thomé diz que a meta é alcançar R$ 70 bilhões em recursos até 2025


Alta Vista Investimentos/divulgação/jc
Marcelo Beledeli
Engenheiro por formação, Carlos Rogério Thomé, um dos fundadores da Alta Vista Investimentos, agente autônomo da XP Investimentos, é um profissional que não teme assumir riscos. Em 2004 ele veio trabalhar em Porto Alegre, atuando com o planejamento estratégico da metalúrgica Gerdau. Nessa passagem pela Capital, o profissional conheceu a nascente XP Investimentos e criou interesse pelo mercado financeiro. No fim de 2005, após saber que a XP, à época ainda um agente autônomo de investimentos, estava abrindo um escritório em São Paulo, o executivo enxergou uma oportunidade de carreira. Em 2007, quando a XP se tornou uma corretora, a filial paulistana da empresa se tornou a Alta Vista Investimentos - que, mais tarde, se transformaria em um dos grandes escritórios do ramo. Hoje, a Alta Vista conta com R$ 8 bilhões sob assessoria, mais 160 assessores e nove filiais espalhadas pelo Brasil. Mas os planos para o futuro são ambiciosos, com o objetivo de chegar a R$ 70 bilhões de patrimônio administrado até 2025. Nesta entrevista, Thomé fala sobre as dificuldades para os agentes autônomos de investimentos conquistarem clientes no Brasil, as expectativas para o mercado de capitais e os planos da empresa para o futuro, entre outros temas.
Engenheiro por formação, Carlos Rogério Thomé, um dos fundadores da Alta Vista Investimentos, agente autônomo da XP Investimentos, é um profissional que não teme assumir riscos. Em 2004 ele veio trabalhar em Porto Alegre, atuando com o planejamento estratégico da metalúrgica Gerdau. Nessa passagem pela Capital, o profissional conheceu a nascente XP Investimentos e criou interesse pelo mercado financeiro. No fim de 2005, após saber que a XP, à época ainda um agente autônomo de investimentos, estava abrindo um escritório em São Paulo, o executivo enxergou uma oportunidade de carreira. Em 2007, quando a XP se tornou uma corretora, a filial paulistana da empresa se tornou a Alta Vista Investimentos - que, mais tarde, se transformaria em um dos grandes escritórios do ramo. Hoje, a Alta Vista conta com R$ 8 bilhões sob assessoria, mais 160 assessores e nove filiais espalhadas pelo Brasil. Mas os planos para o futuro são ambiciosos, com o objetivo de chegar a R$ 70 bilhões de patrimônio administrado até 2025. Nesta entrevista, Thomé fala sobre as dificuldades para os agentes autônomos de investimentos conquistarem clientes no Brasil, as expectativas para o mercado de capitais e os planos da empresa para o futuro, entre outros temas.
JC Empresas & Negócios - Como atrair para um escritório de investimentos quem hoje tem recursos em banco?
Carlos Rogério Thomé - As pessoas têm medo do desconhecido, e no Brasil, geralmente, as pessoas são muito tradicionais e conservadoras, principalmente em investimentos. Das 125 milhões de contas de investimentos no brasil, 65% são de poupança, outros 22% são em CDB e 5% em fundos de renda fixa. Então o brasileiro, pelo nosso histórico de taxas de juros altas, tem um viés muito "taxeiro", muito renda fixa. "Quero meu 1% ao mês", essa sempre foi a referência. Mas recentemente vivemos, durante algum tempo, com taxas de juros baixas, e elas vão voltar a cair. O desafio é fazer o brasileiro entender que, em algum momento, para continuar tendo rentabilidade, retornos substanciais, ele vai ter que assumir um pouco de risco. Para isso, ele vai ter que aprender um pouco de investimentos, entrar no desconhecido. Ele vai ter que se informar, buscar instrução.
E&N - O baixo nível de educação financeira da população seria o maior desafio?
Thomé - É um desafio, mas também uma oportunidade. Foi muito baseado nisso que aconteceu o crescimento da Alta Vista e da XP. O nosso início foi muito fundamentado em palestras, cursos sobre investimentos, sobre bolsa de valores, e nesse processo de educar as pessoas, mostrar novas alternativas, os benefícios de uma diversificação, de um portfólio de investimentos, as pessoas se sentiam mais à vontade, passavam a nos ter como referência e, naturalmente, passavam a ser nossos clientes. Sim, o nível de educação financeira ainda é muito baixo, não é uma matéria recorrente no ensino, mas ainda há espaço para expansão. Inclusive, hoje vemos ganhar espaço os influencers financeiros, que usam as mídias sociais para levar esse conteúdo e ajudam a população a ganhar mais instrução sobre investimentos.
E&N - Qual a principal diferença de um agente autônomo em relação a um banco?
Thomé - O alinhamento é maior. Um agente autônomo trata seus clientes como clientes, como uma carteira que está construindo, ele tem um cuidado maior com isso. Em uma instituição financeira não é assim esse relacionamento. O responsável pela sua conta é muitas vezes transferido de uma agência para outra, ele vai perdendo contato, precisa recriar relacionamentos. Isso vai tornando difícil, ao longo dos anos, ele construir uma carreira que vá colher frutos ele mesmo mais adiante. Quando esses profissionais começam a perceber essa nova possibilidade nesse mercado de agentes autônomos, de assessoria independente, que podem criar relacionamentos que duram anos a fio, eles começam a migrar, vendo que no, longo prazo, têm dividendos que compensam. E esse movimento já está até gerando reações dos bancos, pois senão seria uma drenagem sem fim. Os bancos tradicionais estão criando condições para que profissionais consigam alternativas de ganhos utilizando as próprias instituições.
E&N - Enquanto os juros estiveram baixos no Brasil, houve um movimento de entrada de investidores na Bolsa, que hoje conta com 3,3 milhões de CPFs. Agora, com a tendência de alta da taxa Selic, haverá incentivo para saída das pessoas da Bolsa para aplicar em renda fixa?
Thomé - É fato que a taxa de juros baixando facilita o ingresso de pessoas investindo no mercado de ações porque estão em busca de retornos mais atraentes. Com uma taxa de juros alta, existe a tendência de as pessoas quererem renda fixa justamente porque, em teoria, o risco é menor. Mas acredito que quem ingressou na Bolsa permanecerá. É natural haver um movimento de alocação de ativos saindo de renda fixa para variável e vice-versa, há um dinamismo nessa troca. Esses movimentos acompanham várias variáveis, como mercado, taxa de juros, inflação, mas a quantidade de pessoas que investem em ações não deve ser alterada.
E&N - Como vê as tendências do mercado para 2022?
Thomé - Atualmente, vemos um cenário de muitos desafios. Na economia brasileira, existe esse certo afrouxo fiscal que estamos passando no momento. Também vamos passar por um ano de eleição em 2022, o que gera instabilidade. Além disso, em 2022 devemos ver outras economias pelo mundo também subindo suas taxas de juros. Países que até então estavam com inflação muito controlada começam a ter um pouco de inflação. Com isso, o comportamento que a gente deve ter nas bolsas globais deve ser mais errático, muitos movimentos de alta e baixa. Estamos em um momento que está mais difícil de prever qualquer tipo de tendência. No entanto, em termos de fundamentos das empresas, elas estão muito sólidas, com lucros crescentes. As empresas estão em momento bom, mas o mercado acaba projetando ganhos futuros, e aplica um fator de risco, com desconto no valor dos papéis. Essa taxa de desconto subindo, como estamos passando agora, acaba afetando o preço presente das ações. Mesmo com as empresas mostrando lucro crescente, o preço das ações sofre com o risco que a economia está passando.
E&N - E para os negócios da Alta Vista, como está hoje?
Thomé - A Alta Vista hoje tem nove escritórios, com cerca de 160 profissionais na empresa. Clientes ativos temos 12 mil. Estamos com cerca de R$ 8 bilhões de patrimônio de clientes investidos sob nossos cuidados. A empresa tem crescido bastante, durante o período de pandemia a gente mais que dobrou. Parte disso foi crescimento orgânico, parte através de união com outras estruturas. Temos um partnership bem montado na empresa, bastante atraente para bons profissionais. Também contamos com uma área de treinamento bem atuante, um plantel de professores instrutores muito bom. Muitos que começaram a empresa conosco seguem trabalhando nela, o que traz bastante credibilidade para quem está entrando.
E&N - Quais planos da para o futuro?
Thomé - Para 2025 temos o objetivo de chegar a R$ 70 bilhões de patrimônio administrado. É um desafio forte que temos, mas está bem alicerçado em planejamentos estratégicos. Mas, mais importante que o valor financeiro com o qual trabalhamos, estamos nos preparando para ser para o cliente tudo o que ele precisa. Não temos missão na Alta Vista, porque missão é algo que termina. Nós nos guiamos por propósito. Esse proposito veio por mensagens de clientes que recebemos, dizendo que transformamos a vida de uma família. Nosso propósito é transformar vidas, através de orientação e proteção de patrimônio.
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