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Responsabilidade Social

- Publicada em 06 de Dezembro de 2021 às 03:00

Santuário Voz Animal cria ambiente acolhedor para os bichos

Instituição de Eldorado do Sul proporciona aos animais vida mais próxima da natureza

Instituição de Eldorado do Sul proporciona aos animais vida mais próxima da natureza


FERNANDO ANTUNES/DIVULGAÇÃO/JC
Criado a partir da necessidade de ter um território livre de maus-tratos e abandonos, sem planejamento prévio, o Santuário Voz Animal abriga, hoje, mais de 300 animais. Localizado em Eldorado do Sul, no sítio da família da sócia-fundadora, Fernanda Ellwanger, a instituição sem fins lucrativos atua desde 2017, quando três porcos foram resgatados de um abatedouro clandestino.
Criado a partir da necessidade de ter um território livre de maus-tratos e abandonos, sem planejamento prévio, o Santuário Voz Animal abriga, hoje, mais de 300 animais. Localizado em Eldorado do Sul, no sítio da família da sócia-fundadora, Fernanda Ellwanger, a instituição sem fins lucrativos atua desde 2017, quando três porcos foram resgatados de um abatedouro clandestino.
O projeto é alinhado ao movimento vegano e tem como horizonte estratégico a quebra de paradigmas da nossa cultura de consumo, sobretudo, a cadeia de crueldade por trás da indústria pecuária. "Um dos propósitos do projeto é passar uma mensagem de que todos animais merecem a felicidade, merecem a dignidade, merecem ser livres" explica Fernando Antunes, sócio-fundador.
Para proporcionar um ambiente de libertação animal, o Santuário tem dois funcionários e mais de 20 voluntários, que podem atuar tanto presencialmente, no dia a dia com os bichos, quanto a distância, gerenciando as redes sociais. "A gente tem conseguido, graças às pessoas que nos ajudam financeiramente e voluntariamente, dar muita qualidade de vida aos animais e tem tido melhorias cada vez maiores", conta Fernando Antunes.
Entre os 300 animais abrigados, estão gatos, cachorros, ovelhas, vacas, porcos e equinos, sendo a maior parte aves (galo, galinhas e patos). Muitos deles são vítimas de maus-tratos e abandono. Alguns chegaram através de doações; outros resgatados; muitos foram abandonados no terreno para o Santuário cuidar, e tiveram até aqueles que chegaram por conta própria, como no caso das mulinhas que, perdidas na rodovia, entraram na propriedade.
No entanto, é preciso ressaltar que o Santuário não está aberto a receber novos contingentes. Hoje, segundo o sócio-fundador, de forma alguma eles poderiam abrigar a quantidade de bichos que têm. Por exemplo, a capacidade para cães é de 45 cães, mas, eles contam com 60 e mais uma cadela prenha que está por vir. "Então a gente não tá aberto pra fazer qualquer resgate. Só numa situação muito limítrofe para a gente se envolver", explica Antunes. Aliás, para impedir que mais bichinhos sejam jogados no terreno, a instituição instalou câmeras para denunciar esses abandonos que acontecem.
O terreno que comporta os animais é dividido em dois sítios, separados por uma rua, que somados têm 2,5 hectares. Num deles, ficam os equinos (cavalos, burros e jumentos), local mais adequado para pastagem. Noutro, junto à casa da família da Fernanda, estão os canis, gatis, os aviários e as vacas, que precisam estar num ambiente de maior vigilância pois acontecem muitos roubos na região
Um dos símbolos mais conhecidos da ONG é o porquinho Pingo. O animal foi encontrado às margens da BR - 290, provavelmente caído de um caminhão. Com isso, ele perdeu os movimentos das patas traseiras. Então assim que foi resgatado, o santuário recebeu um primeiro diagnóstico de que o porco teria uma vida muito sofrida e o melhor seria fazer eutanásia.
"Não aceitamos esse primeiro exame. Procuramos uma segunda opinião e aí encontramos um veterinário especialista em coluna. Daí ele disse que o Pingo poderia ter uma vida com qualidade caso tivéssemos alguns cuidados. E o Pingo está lá, feliz até hoje", relata Antunes. Atualmente, o animal tem dois anos e ficou famoso no País inteiro por ser o primeiro porquinho brasileiro a ganhar uma carteirinha pet.

Instituição precisa de mais voluntários da causa animal

Atualmente, o projeto não se paga. Os custos mensais giram em torno de R$ 20 mil reais, distribuídos entre a compra de ração, manutenção da estrutura, pagamento dos funcionários, atendimento veterinário, etc. Hoje, a principal fonte de renda bruta do Santuário são os apadrinhamentos - sistema de contribuição mensal onde é possível se afiliar aos animais da fazenda. O número de padrinhos e madrinhas não é o suficiente para que a instituição se sustente sozinho, isso faz que Fernanda e Fernando tenham que tirar dinheiro do próprio bolso para mantê-lo funcionando.
A pandemia também foi um agravante na sustentabilidade do projeto. A inflação, a perda de emprego, a diminuição do poder de compra das pessoas, tudo isso fez com que número de apadrinhamentos caísse também. Por sorte, boa parte dos padrinhos e madrinhas se mantiveram, mas tiveram que diminuir o custo de contribuição mensal.
Apenas gatos e cachorros podem ser adotados e o processo é bastante criterioso. Eles chamam de "adoção consciente". É preciso provar que está comprometido com aquele animal. Então, qualquer pessoa pode se candidatar desde que seja maior de idade e tenha autonomia financeira. O processo começa online, com um longo questionário; depois passa para uma entrevista presencial; e caso seja aprovado o adotante, é possível assinar um termo de responsabilidade, onde será preciso enviar, regularmente, fotos, vídeos e relatórios sobre o bichinho.
Isso ocorre por conta das vezes que famílias adotavam um animal do Santuário e, logo em seguida repassavam ele para outra família. E cada vez que acontece, fica mais rigoroso. "Todos eles vão ser monitorados até o final da vida deles por nós. E ai uma família pra aceitar essa condição, ela tem que tá muito afim de adotar um bichinho. A gente entende que essa é a melhor forma que achamos de protegê-los", comenta Fernando Antunes.
Para apadrinhar, adotar ou fazer doações, acesse santuariovozanimal.com.br. É possível obter mais informações sobre no Instagram do projeto(@sant_vozanimal).