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Empresas & Negócios

- Publicada em 27 de Novembro de 2021 às 15:00

Geração distribuída solar no Estado se aproxima dos 1 mil MW em potência

Estado chegará a 1 mil MW, diz Mara Schwengber, da Absolar

Estado chegará a 1 mil MW, diz Mara Schwengber, da Absolar


Débora Ferreira/Divulgação/JC
Jefferson Klein
Propagada pelos painéis fotovoltaicos instalados em cima de telhados de residências, áreas rurais ou industriais, a geração distribuída solar (em que o consumidor produz a sua própria energia) no Rio Grande do Sul está perto de alcançar o patamar de 1 mil MW. A coordenadora estadual da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Mara Schwengber, prevê que os gaúchos devem atingir essa marca ainda neste ano, já que ingressaram em novembro com uma capacidade instalada de 894,7 MW. Para se ter uma ideia do avanço dessa fonte energética, que se difundiu a partir de 2012 com a resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que permitiu essa prática, a geração distribuída solar já supera a capacidade somada de todas as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) em operação no RS, que é de 674 MW.
Propagada pelos painéis fotovoltaicos instalados em cima de telhados de residências, áreas rurais ou industriais, a geração distribuída solar (em que o consumidor produz a sua própria energia) no Rio Grande do Sul está perto de alcançar o patamar de 1 mil MW. A coordenadora estadual da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Mara Schwengber, prevê que os gaúchos devem atingir essa marca ainda neste ano, já que ingressaram em novembro com uma capacidade instalada de 894,7 MW. Para se ter uma ideia do avanço dessa fonte energética, que se difundiu a partir de 2012 com a resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que permitiu essa prática, a geração distribuída solar já supera a capacidade somada de todas as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) em operação no RS, que é de 674 MW.
Empresas & Negócios (E&N) - Qual a sua avaliação sobre a evolução da energia solar no Rio Grande do Sul através da geração distribuída nesses últimos anos?
Mara Schwengber - Quando a gente fala em energia solar estamos falando em um crescimento exponencial. De janeiro a outubro deste ano, no Rio Grande do Sul, instalamos o equivalente a 57% de tudo que foi implementado de 2012 a 2020. Os anos de 2019, 2020 e 2021 tiveram um enorme incremento da capacidade instalada. A expectativa da Absolar é que até dezembro de 2021 a gente atinja 90% de aumento em cima de tudo que foi instalado de 2012 a 2020, falando em geração em distribuída. É um marco importante.
E&N - Qual a atual potência instalada em geração distribuída solar no Rio Grande do Sul?
Mara - Entramos novembro com 894,7 MW. O Rio Grande do Sul está em terceiro lugar no ranking nacional, atrás de Minas Gerais (1.344,6 MW) e São Paulo (934,2 MW). Os gaúchos têm essa cultura desde o começo, sendo um dos estados com grande volume de instalações. Em dezembro de 2019, tínhamos uma potência instalada no total de 267 MW (de geração distribuída solar no Rio Grande do Sul). Em 2020, chegamos a 571,6 MW, quase dobramos. Em 2021, foram 894,7 MW até 31 de outubro. Acredito que alcancemos os 1 mil MW ainda neste ano.
E&N - O que essa indústria representou em movimentação da economia gaúcha?
Mara - No acumulado, desde 2012, no Rio Grande do Sul com a geração distribuída solar foram criados mais de 26,8 mil empregos, mais de R$ 4,6 bilhões em investimentos foram trazidos para o Estado e se atingiu mais de R$ 1,1 bilhão com arrecadação e tributos. São dados que demonstram que o setor tem uma relevância.
E&N - O que explica esse bom desempenho no Estado?
Mara - A gente tem sim, ao contrário do que muitos pensam, uma excelente irradiação solar, e isso é um ponto bem importante, porque não é somente o calor que gera a energia e sim a irradiação. Se comparar a área com menor recurso solar no Rio Grande do Sul, ela ainda é 40% superior à melhor região da Alemanha. Também há uma visão de inovação muito forte aqui no Estado e tivemos linhas de financiamento que não existiam em outros estados.
E&N - Quais as cidades gaúchas que mais apostam na energia fotovoltaica?
Mara - Em potência instalada, em primeiro lugar está Caxias do Sul, com 31 MW, o que representa 3,5% do que se tem instalado no Estado, seguida de Santa Cruz do Sul (21,6 MW), Santa Maria (21,4 MW), Porto Alegre (21,1 MW) e Novo Hamburgo (20,9).
E&N - Em quais nichos a geração solar pode crescer ainda mais?
Mara - Um deles é o segmento rural, com certeza absoluta. É impressionante o aumento da procura nesse meio e também no industrial de médio e grande porte, que, em função dos constantes aumentos da conta de energia, vem buscando essa solução.
E&N - O Projeto de Lei n° 5829, que institui o marco legal da geração distribuída, está para ser votado no Senado, como essa questão afetará o setor?
Mara - A mudança não vai inviabilizar o setor, contudo o payback (tempo de retorno do investimento) vai mudar um pouco. Confirmando a aprovação da maneira como está escrito, vamos ter doze meses de prazo para as pessoas fazerem suas usinas dentro das regras atuais. Então, se tem a perspectiva que haverá uma demanda gigantesca em 2022, não somente em função do interesse do mercado como um todo, mas também para aproveitar o enquadramento no modelo atual de compensação (dos créditos que o praticante da geração distribuída recebe da concessionária local ao jogar sua energia na rede elétrica).
E&N - Qual a estimativa atual de payback da instalação de um sistema fotovoltaico?
Mara - Isso varia muito. Quando a gente fala de residencial, que tem uma tarifa de energia mais alta, muitas vezes esse payback fica na faixa de quatro a cinco anos. Quando falamos em industrial, que paga uma tarifa menor, às vezes esse retorno vai para seis a oito anos. Sempre cada caso é um caso, mas tem paybacks com menos de quatro anos.
E&N - Com a mudança do marco legal, esse tempo de retorno do investimento deve ficar como?
Mara - A partir da aprovação do novo marco legal, essa análise de payback terá que ser feita ainda mais caso a caso. Algumas simulações que a Absolar fez verificaram situações em que não houve alteração de payback e outras em que aumentaram seis meses, um ano, um ano e meio, dependendo do tipo de atividade.
E&N - Qual o custo hoje para instalar um sistema fotovoltaico?
Mara - A gente teve neste último trimestre do ano aumentos nos preços dos sistemas fotovoltaicos como um todo, em função da demanda mundial e também de frete, porque hoje praticamente tudo é produzido na China. É difícil falar em um valor de investimento, porque realmente varia muito, mas considerando uma economia de R$ 400,00 por mês (com a conta de luz), e calculando um payback em quatro anos, podemos dizer que com R$ 19 mil em investimento eu economizo R$ 400,00 em uma residência, mas isso é uma estimativa, porque depende de muitos fatores.
E&N - Como o uso de baterias para a armazenagem da energia produzida pelos sistemas fotovoltaicos vai refletir no setor?
Mara - No momento em que isso for regulamentado e autorizado, vamos ter um novo modelo de negócio que vai começar. Claro que, como toda a tecnologia que chega, ela deve ter um preço pouco acessível inicialmente, como foi a própria geração de energia solar em 2012. Mas, acontecendo a demanda, esse custo vai reduzir e vamos ter um novo grande incremento através da utilização do sistema de armazenagem para a geração fotovoltaica.
E&N - Quando o uso das baterias deve se tornar uma realidade no Brasil?
Mara - Creio que a regulamentação saia já na virada de 2022. A comercialização dos sistemas fotovoltaicos, com armazenagem, já está prevista para acontecer no próximo ano. Tem algumas questões legais que precisam ser definidas, mas tudo está bem encaminhado para isso. Acredito na entrada forte da utilização das baterias, em um primeiro momento, para o uso residencial.
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