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Empresas & Negócios

- Publicada em 08 de Novembro de 2021 às 03:00

Caixa avança no crédito imobiliário para classe média

Banco reduziu juros para retomar participação perdida para os bancos privados

Banco reduziu juros para retomar participação perdida para os bancos privados


MARCO QUINTANA/arquivo/JC
A Caixa Econômica Federal, que já detinha a liderança do mercado de financiamento imobiliário com recursos do FGTS, virou o jogo contra os bancos privados nos empréstimos habitacionais para a classe média lastreados com dinheiro da poupança, o chamado SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo).
A Caixa Econômica Federal, que já detinha a liderança do mercado de financiamento imobiliário com recursos do FGTS, virou o jogo contra os bancos privados nos empréstimos habitacionais para a classe média lastreados com dinheiro da poupança, o chamado SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo).
Segundo o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, pela primeira vez, os contratos firmados com recursos da poupança passaram a representar 51% do total. "Até o final do ano nossa estimativa é termos na carteira R$ 58 bilhões em contratos financiados pelo FGTS contra R$ 80 bilhões do SBPE firmados neste ano", destacou ele.
Com esse movimento, a Caixa passa a ter uma estratégia mais ousada, disputando o rentável negócio dos financiamentos para a classe média. Para isso, Guimarães diz que teve de enxugar os custos. "Vendemos prédios que não faziam sentido. Eram 248 próprios e agora contamos com 96. Muitos imóveis alugados por um preço exorbitante foram renegociados. Somente aí foi uma redução de R$ 700 milhões por ano." Houve renegociação de contratos com fornecedores e o banco partiu para a venda de ativos, como ações de empresas ou participação direta em outros negócios. "Em valor presente, trouxemos para o nosso balanço cerca de R$ 10 bilhões com esse processo todo", destacou Guimarães. "Esse foi o principal fator para que pudéssemos oferecer mais crédito com recursos próprios."
A partir daí, o banco passou a reduzir os juros para retomar a perda de participação nos empréstimos da habitação para os bancos privados, que operam basicamente com recursos da poupança.
Até 2019, a maior parte dos contratos imobiliários dos bancos estava lastreada com o FGTS. O fundo costuma emprestar dinheiro para projetos de habitação. Na Caixa, ele financia programas do governo como o Casa Verde e Amarela. No entanto, há um teto definido pelo Conselho Curador do FGTS para a exploração desses recursos. O fundo nunca pode perder dinheiro e há limites bem definidos para o tomador.
O negócio mais atrativo para as instituições privadas é a oferta do SBPE, uma linha de crédito abastecida com dinheiro da poupança, que deixa cada instituição livre para definir seu custo na oferta do financiamento (juros) e o limite de crédito a ser tomado pelo cliente.
Seguindo as regras do Banco Central, pelo menos 65% do dinheiro aplicado pelos correntistas nas cadernetas são direcionados para o SBPE. O pagamento pode ser parcelado em até 35 anos e a prestação não pode comprometer mais que 30% da renda familiar mensal. É possível financiar até 80% do valor do imóvel novo ou usado.
Segundo o BC, até setembro deste ano, o estoque de crédito habitacional atingiu R$ 1,1 trilhão, um crescimento de 17,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Guimarães afirma que a Caixa liderou essa alta com metade desse estoque. O Itaú-Unibanco, que segundo o BC administra a segunda maior carteira (R$ 70,2 bilhões), participa com 6% desse mercado, de acordo com os dados computados até junho deste ano. O Bradesco movimenta um pouco menos (R$ 65,9 bilhões).
 
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