Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Empresas & Negócios

- Publicada em 21 de Setembro de 2021 às 03:00

O agronegócio do futuro precisa de ESG

O agronegócio brasileiro é uma potência global. O país e hoje um dos principais players do setor e lidera a produção e exportação de diversas commodities agropecuárias. E o protagonismo brasileiro só deve aumentar nos próximos anos. Segundo a pesquisa Projeções do Agronegócio, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a produção agrícola do país crescerá mais de 20% até 2030.

O agronegócio brasileiro é uma potência global. O país e hoje um dos principais players do setor e lidera a produção e exportação de diversas commodities agropecuárias. E o protagonismo brasileiro só deve aumentar nos próximos anos. Segundo a pesquisa Projeções do Agronegócio, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a produção agrícola do país crescerá mais de 20% até 2030.

No entanto, esse crescimento depende, principalmente, de competitividade, um termo que muitos associam apenas à capacidade de produzir mais e de forma eficiente. Porém, em um mercado globalizado e preocupado com questões socioambientais, é preciso comprovar também um impacto positivo sobre a sociedade e o meio ambiente com práticas efetivas de governança.

As empresas que buscam se adaptar às transformações do mercado precisam ter uma estratégia clara de práticas dedicadas à responsabilidade ambiental, social e governança (ESG, na sigla em inglês). Com isso, é possível criar bases sólidas para o crescimento e sustentabilidade do negócio, conquistando a confiança de clientes, colaboradores e investidores além dos demais stakeholders. Representando mais de um quarto do PIB brasileiro, o agronegócio precisa estar à frente nas discussões sobre esse tema para garantir um lugar na bioeconomia do futuro. E quanto mais cedo esses desafios forem incorporados aos planos de ação, maiores chances de sucesso.

Cada vez mais, os stakeholders têm demandado demonstrações de responsabilidade e resultados práticos em ESG, com muitos investidores inclusive priorizando esses fatores não financeiros na tomada de decisões. A pandemia da Covid-19 só contribuiu para acelerar esse processo e provar a importância do papel social das empresas. Em pesquisa realizada em 2020 pela PwC Brasil, quase metade dos stakeholders ouvidos afirmaram que ter acesso a informações sobre ESG é tão importante quanto o acesso às informações financeiras da empresa. No agronegócio brasileiro, também já é possível sentir os efeitos desse movimento: a pesquisa CEO Survey, divulgada em março de 2021 pela PwC registrou que, entre os líderes brasileiros do setor, 47% acreditam que suas empresas precisam divulgar mais seu impacto ambiental. Para atingir esse objetivo, os empresários têm ao seu alcance inovações tecnológicas como sensores, drones, internet das coisas e blockchain; bem como inovações nas práticas de manejo, que podem incluir integração lavoura-pecuária-floresta, rotação de culturas, uso de produtos biológicos, entre outras. Todas essas ferramentas são fundamentais para atender com eficiência e qualidade à crescente demanda mundial por alimentos, sem perder de vista a sustentabilidade. Cada vez mais a adoção de ações voltadas para a sustentabilidade social e ambiental e de fortalecimento da governança ganham importância nos mercados e, portanto, as empresas que desejam continuar crescendo devem ter ações responsivas a essas expectativas, devendo inclusive mensurar e comunicar os resultados dessas ações à sociedade.

Nesse ponto muitas organizações têm encontrado dificuldades. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) em 2020 identificou a governança e gestão como o 2º principal gargalo do agronegócio, atrás somente de infraestrutura. Para superar essa barreira, os primeiros passos dependem de uma mudança cultural que envolva acionistas, executivos e os colaboradores de todas as áreas da empresa. É preciso desenvolver um plano estruturado de sucessão e rever o arranjo societário; adotar boas práticas de governança, como conselho administrativo e comitês de supervisão e gerenciamento de riscos e compliance; além de mapear quais são as principais normas e padrões internacionais que regem o segmento de atuação da empresa, para que possam ser adotados.

Esse processo exige uma avaliação criteriosa e adaptações às particularidades de cada segmento. Embora as organizações do agronegócio brasileiro se encontrem em estágios muito diferentes de maturidade no que se refere às iniciativas de ESG, é possível observar exemplos de sucesso de empresas que já são signatárias de acordos e pactos nacionais e globais sobre o tema, além de buscarem certificações ou reconhecimentos, como o Selo Agro Integridade do Ministério da Agricultura.

Tudo isso permite às organizações aumentar a credibilidade e engajamento com seus stakeholders. Alinhando sua estratégia e modelo de negócios às melhores práticas de ESG, é possível potencializar o acesso a novas fontes de financiamento, criar mais valor para acionistas no longo prazo, aumentar o engajamento dos colaboradores, mostrar maior resiliência em períodos de crise e fidelizar clientes.

O agronegócio global tem pela frente uma demanda em franco crescimento. Para garantir lugar no futuro desse setor, as empresas devem ter foco nas questões mais estratégicas do momento e aproveitar a oportunidade de comprovar sua atuação e desempenho de forma sustentável.

Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO