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Empresas & Negócios

- Publicada em 13 de Setembro de 2021 às 03:00

Com seca e geada, safra de grãos fica distante de recorde

Bom desempenho da soja vai impedir uma redução mais intensa da colheita

Bom desempenho da soja vai impedir uma redução mais intensa da colheita


Vanessa Almeida de Moraes/Divulgação Emater/JC
A falta de chuvas e as geadas dos últimos meses frustraram de vez as perspectivas para mais uma colheita de grãos recorde no País. Divulgada semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a estimativa da safra de 2021 foi reduzida para 251,7 milhões de toneladas, 1% abaixo do desempenho do ano passado. Há ainda a possibilidade de novas reduções nos próximos meses.
A falta de chuvas e as geadas dos últimos meses frustraram de vez as perspectivas para mais uma colheita de grãos recorde no País. Divulgada semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a estimativa da safra de 2021 foi reduzida para 251,7 milhões de toneladas, 1% abaixo do desempenho do ano passado. Há ainda a possibilidade de novas reduções nos próximos meses.
"São cinco meses consecutivos de redução da estimativa da safra. São perdas consolidadas, não tem mais como recuperar isso (o volume recorde de produção). O que pode ocorrer nas próximas revisões é, na verdade, termos perdas um pouco maiores, com ajustes nas estimativas do milho", disse Carlos Alfredo Guedes, gerente de agricultura do IBGE, ao comentar ontem o resultado do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de agosto.
Caso confirmada, a queda na produção de grãos de 2021 será a primeira desde 2018. Naquele ano, a produção foi de 227,5 milhões, 4,7% abaixo do desempenho do ano anterior. Mesmo assim, a safra de 2021 será a segunda maior da história, atrás apenas da registrada no ano passado, que somou 254,1 milhões de toneladas. A série histórica tem início em 1975, ano em que a agricultura brasileira produziu 39 milhões de toneladas.
Segundo a pesquisa do IBGE, o agronegócio brasileiro plantou 68,3 milhões de hectares em 2021, 4,3% a mais em relação ao ano passado. A produtividade, porém, será significativamente menor nas culturas de segunda safra, com destaque para o milho. O levantamento de agosto mostrou que a segunda safra do grão deve chegar a 61,7 milhões de toneladas em 2021, 19,4% inferior ao ano passado. A colheita do milho já está praticamente concluída.
O gerente da pesquisa explicou que o atraso no plantio e na colheita da soja gerou um efeito dominó, que atrapalhou a produção do milho. Como a segunda safra do milho é plantada somente após a soja ser colhida, aproveitando a mesma área, a "janela" dos produtores foi reduzida, deixando as lavouras mais dependentes de um clima favorável. "As chuvas não se confirmaram, então houve uma grande queda no rendimento médio e da produção do milho", acrescentou o pesquisador do IBGE.
Além do milho, a produção de sorgo deve recuar neste ano, para 2,4 milhões de toneladas, 13,8% menor do que a do ano passado. Como ambos os grãos são usados na composição de ração, produtores de aves e suínos devem continuar com seus custos pressionados. No mercado internacional, a tendência do preço do milho também é de alta.
"O custo desses produtores já está bastante pressionado. O milho representa 70% dos componentes da ração de suínos e aves e já vinha com preço elevado. O que poderia amenizar um pouco o preço seria uma safra muito boa, o que não aconteceu", disse Guedes. "O País já vem buscando importar um pouco de milho de mercados vizinhos, inclusive por uma questão de preço, mais até do que quantidade."
A produção agrícola nacional não será ainda menor neste ano por causa do bom desempenho da soja. Com a colheita já concluída, o IBGE estima produção de 133,8 milhões de toneladas do grão, 10,1% maior do que no ano passado. É um novo recorde histórico para a cultura, que ocorreu a despeito do atraso inicial do plantio. A safra de arroz também foi considerada muito boa neste ano, ao crescer 4,3% em relação a 2020, somando 11,5 milhões de toneladas.
De acordo com o IBGE, a produção será suficiente para abastecer o mercado brasileiro, possibilitando maior equilíbrio nos preços. Em 2020, o preço do cereal alcançou patamares históricos por causa do aumento do consumo interno, além do crescimento das exportações diante do dólar valorizado.
Agora, as expectativas se voltam para os cereais de inverno, especialmente o trigo, outra safra importante para a mesa dos brasileiros. O IBGE estima que a produção do trigo vai atingir 8,2 milhões de toneladas, 31,8% acima do ano passado. Segundo Guedes, o grosso da colheita vai ocorrer no fim do ano no Rio Grande do Sul, o maior produtor nacional. "Na época da colheita, o trigo pode sofrer com excesso de chuva. Não pode chover muito", disse o gerente.
 
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