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trabalho

- Publicada em 13 de Setembro de 2021 às 03:00

Desemprego entre os mais pobres sobe para 35,98% na pandemia

Além do desemprego, em 12 meses a inflação dos pobres foi de 10,05%, bem acima dos 7% dos mais ricos

Além do desemprego, em 12 meses a inflação dos pobres foi de 10,05%, bem acima dos 7% dos mais ricos


PATRÍCIA COMUNELLO /ESPECIAL/JC/
A taxa de desemprego da metade mais pobre dos brasileiros subiu quase 10 pontos durante a pandemia, de 26,55% para 35,98%. Entre os 10% mais ricos a mesma foi de 2,6% para 2,87%, aponta estudo da FGV Social divulgado recentemente. A renda individual média dos brasileiros, incluindo os informais e desempregados caiu 9,4% em relação ao fim de 2019, antes da pandemia. O estudo comparou os dados do último trimestre de 2019, antes da eclosão do vírus no país, com os do segundo trimestre de 2021. O cálculo considera a metade mais pobre da população, em termos relativos.
A taxa de desemprego da metade mais pobre dos brasileiros subiu quase 10 pontos durante a pandemia, de 26,55% para 35,98%. Entre os 10% mais ricos a mesma foi de 2,6% para 2,87%, aponta estudo da FGV Social divulgado recentemente. A renda individual média dos brasileiros, incluindo os informais e desempregados caiu 9,4% em relação ao fim de 2019, antes da pandemia. O estudo comparou os dados do último trimestre de 2019, antes da eclosão do vírus no país, com os do segundo trimestre de 2021. O cálculo considera a metade mais pobre da população, em termos relativos.
No caso dos mais pobres, no entanto, essa perda é ainda mais dramática, chegando a 21,5% no período - o que revela que a desigualdade só aumento durante a crise sanitária. Enquanto isso, os 10% mais ricos tiveram, em média, uma queda de 7,16%, ou menos de um terço dos brasileiros de menor renda.
Os pesquisadores da FGV Social apontam que mais da metade (11,5 p.p.) dessa queda na renda dos mais pobres se deve a muitos terem desistido de procurar uma vaga diante da alta taxa de desemprego, situação conhecida como desalento.
A taxa de desemprego estava em 14,1% no Brasil, no segundo trimestre, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), quando o País registrava 14,4 milhões de desempregados.
Ainda segundo a FGV Social, os que mais perderam renda foram os moradores da região Nordeste (-11,4%). Em contraste, no Sul, essa perda foi de 8,86%, por exemplo. Além deles, as mulheres, que tiveram jornada dupla de cuidado das crianças em casa tiveram queda de 10,35% na renda, em comparação com redução de 8,4% entre homens. "Os idosos com 60 anos ou mais também perderam especialmente por terem de se retirar do mercado de trabalho em função da maior fragilidade em relação ao Covid-19 (-14,2% de perda)."
Segundo o estudo, coordenado pelo professor Marcelo Neri, a redução de renda dos ocupados por hora - por causa da aceleração da inflação, do desemprego e da redução das jornadas de trabalho - também está entre as causas da perda de renda entre os mais pobres.
Na quinta-feira, o IBGE apontou que a inflação oficial do País, pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), atingiu 0,87% em agosto, puxada pelo aumento da gasolina.
A taxa é a maior para o oitavo mês do ano desde 2000, quando o indicador alcançou 1,31%. O resultado ocorreu após avanço ainda mais forte em julho, de 0,96. No acumulado de 12 meses, o IPCA encostou em dois dígitos, alcançando a marca de 9,68%
A inflação é apontada como um pedágio alto para que os mais pobres consigam recuperar as perdas que tiveram durante a pandemia, e as altas recentes da inflação, ao lado do desemprego ainda elevado, tiveram consequências distributivas.
Nos 12 meses terminados em julho de 2021, a inflação dos pobres foi de 10,05%, 3 pontos de percentagem maior que a inflação da alta renda, segundo estimativas do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Isto significa que o chamado índice de desconforto, composto pela soma simples das taxas de desemprego e de inflação, não só subiu, como subiu muito mais entre os mais pobres.

Trabalhadores nascidos em junho podem sacar auxílio emergencial

Trabalhadores informais e inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) nascidos em junho podem sacar, desde sexta-feira passada, a quinta parcela do auxílio emergencial 2021. O dinheiro foi depositado nas contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal em 25 de agosto. As informações são da Agência Brasil.
O calendário é organizado em ciclos de crédito em conta e de saque em espécie, de acordo com o mês de nascimento. O saque pode ser feito no caixa eletrônico das agências da Caixa ou nas lotéricas. Os recursos também podem ser transferidos para uma conta corrente, sem o pagamento de tarifas.
O dinheiro ainda pode ser movimentado por meio do aplicativo Caixa Tem. Com ele é possível pagar boletos e contas, como água e telefone, fazer compras pela internet e pelas maquininhas em diversos estabelecimentos comerciais, com o cartão de débito virtual e QR Code.
Em caso de dúvidas, a central telefônica 111 da Caixa funciona de segunda a domingo, das 7h às 22h. Além disso, o beneficiário pode consultar o site auxilio.caixa.gov.br.
O auxílio emergencial foi criado em abril do ano passado pelo governo federal para atender pessoas vulneráveis afetadas pela pandemia de covid-19. Ele foi pago em cinco parcelas de R$ 600 ou R$ 1,2 mil para mães chefes de família monoparental e, depois, estendido até 31 de dezembro de 2020 em até quatro parcelas de R$ 300 ou R$ 600 cada.
Neste ano, a nova rodada de pagamentos, durante sete meses, tem parcelas de R$ 150 a R$ 375, dependendo do perfil: as famílias, em geral, recebem R$ 250; a família monoparental, chefiada por uma mulher, recebe R$ 375; e pessoas que moram sozinhas recebem R$ 150.