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RESPONSABILIDADE SOCIAL

- Publicada em 13 de Setembro de 2021 às 03:00

CVV impulsiona atendimento durante o Setembro Amarelo

Voluntários do CVV em uma atividade de conscientização. Desde o início da pandemia, elas são realizadas apenas remotamente

Voluntários do CVV em uma atividade de conscientização. Desde o início da pandemia, elas são realizadas apenas remotamente


/CVV Porto Alegre/Divulgação/JC
Para muitos, falar sobre suicídio ainda é um tabu. No entanto, em termos de prevenção, a pior escolha é varrer a discussão para debaixo do tapete. Segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde, publicados em 2020, em média, 13 mil pessoas tiram a própria vida por ano. É com o intuito de conscientizar, prevenir e ajudar no controle destes números que a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza, desde 2014, a campanha Setembro Amarelo.
Para muitos, falar sobre suicídio ainda é um tabu. No entanto, em termos de prevenção, a pior escolha é varrer a discussão para debaixo do tapete. Segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde, publicados em 2020, em média, 13 mil pessoas tiram a própria vida por ano. É com o intuito de conscientizar, prevenir e ajudar no controle destes números que a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza, desde 2014, a campanha Setembro Amarelo.
 A cor remete a um caso de grande repercussão nos Estados Unidos, envolvendo a morte de um jovem de 17 anos, em 1994, dentro de seu carro, um Mustang amarelo. O caso levou a criação da campanha Yellow Ribbon (Fita Amarela), que até hoje trabalha pela prevenção ao suicídio entre os americanos. No Brasil, a cor foi associada à setembro devido ao Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, que ocorre no décimo dia do mês. Assim, durante os 30 dias são realizadas ações alusivas ao tema.
 Junto aos criadores da campanha, há uma organização fundada em São Paulo, que, desde 1962, presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção ao suicídio para pessoas que desejam ou precisam conversar. Trata-se do Centro de Valorização da Vida, que tem mais de 120 unidades espalhadas pelo Brasil, em torno de 4 mil voluntários e supera a marca de 10 mil atendimentos por dia. "Se a pessoa quer conversar, ela usa o CVV para isso. Ela vai ser atendida por voluntários, treinados e capacitados, que atendem pelo telefone 188, 24 horas, durante os sete dias da semana, ou através do chat, ambos sem qualquer custo para quem utilizar e com total sigilo", explica Liziane Eberle, voluntária que também atua como porta-voz da organização em Porto Alegre.
 Na capital, aliás, o CVV que, atualmente, trabalha com atendimentos de forma integrada, completou 50 anos de existência, mantido pela Associação de Auxílio Mútuo (Assam). "Além dos atendimentos individuais, por telefone e chat, temos outras ferramentas de valorização da vida para utilização em comunidades ou na própria sociedade. Uma delas é um grupo de apoio a sobreviventes do suicídio. Também há palestras sobre o tema. Estas atividades, porém, foram interrompidas pela pandemia e voltaram, agora em 2021, mas são realizadas de forma on-line."
 A pandemia, inclusive, não só inviabilizou eventos presenciais, como obrigou o CVV a mudar sua operação - levando a maior parte dela para casa de cada voluntário - para que o atendimento das ligações não fosse interrompido. "Do ponto de vista dos atendimentos, com a pandemia, principalmente no ano passado, surgiram novas questões e outras foram amplificadas, como o medo. A procura observou um leve aumento, mas depois se estabilizou. Já na operação, hoje, ainda 70% dos atendimentos são feitos de forma remota, e não na nossa sede. Ao todo, são aproximadamente 50 voluntários que, em agosto, atenderam mais de 5,6 mil pessoas", explica.
 Embora, mesmo com a pandemia, os atendimentos estejam em números estáveis, segundo Liziane, a procura pelo serviço tende a aumentar com o Setembro Amarelo. Isso porque com o assunto mais em voga, devido às peças de conscientização em empresas ou realizadas pelo poder público, as pessoas acabam se abrindo mais à possibilidade de pedir ajuda. "O Setembro Amarelo tem o objetivo de alertar a população sobre a realidade do suicídio e as formas de prevenção, mas o que queremos mesmo é que cada pessoa possa ajudar nessa campanha. Não só em setembro, mas durante o ano todo, se colocando à disposição para quem precisa ser ouvido", salienta. 
 

Ajuda pode ser dada através do voluntariado e da escuta

Uma das formas de colaborar com o trabalho do CVV é o trabalho como voluntário da instituição. Para tanto, é preciso ser maior de 18 anos, ter tempo disponível para dedicação ao trabalho - para o treinamento são 3h30 e, depois, para os atendimentos, 4 horas. A inscrição é feita pelo e-mail [email protected]. O treinamento dura dois meses e prepara o voluntário para a abordagem durante as ligações.
Outra forma é a escuta no dia-a-dia, mesmo não sendo voluntário. "Quem precisa conversar tem que perceber que o outro está disponível. E esse outro deve ser compreensivo, carinhoso, atencioso, doar seu tempo e guardar segredo. A pessoa que não está bem precisa de atenção e dedicação. Então, pode-se abordar ela e demonstrar que há interesse em escutá-la. Caso ela não queira conversar naquele momento, é possível até mesmo indicar o CVV e explicar o trabalho que é realizado."
Financeiramente, o auxílio pode ser destinado a Assam:
Através de depósitos bancários no Banco do Brasil (agência: 3537-8, conta corrente: 3111-9) ou no Banrisul (ag.: 0100, c.c.: 41.367911.0-3), destinados a Associação de Auxílio Mútuo (90.469.016/0001-30);
Ou adquirindo peças do Bazar Solidário da Assam (rua José de Alencar, 1352, no bairro Menino Deus), que funciona nas quartas-feiras, das 9h às 17h, e aos sábados, das 9h30 ao 12h30.