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Foi a história de vida da presidente do Comitê de Líderes de E-commerce, Helenice Moura, e da colega, que tem mais de 20 anos de experiência em digital passando por empresas como Ultrafarma, Ikesaki e Hypera, Edilaine Godoi que deu origem à Liga Digital. A iniciativa, criada em 2020, visa abrir as portas para uma carreira no digital, de forma gratuita, a jovens em situação de vulnerabilidade e com dificuldades de acesso ao mercado de trabalho. "A Liga Digital nasceu da força dos nossos corações. Lançamos no início de 2020, em meio à pandemia, para levar educação gratuita de qualidade em e-commerce, marketing digital e programação aos jovens de baixa renda, da rede pública de ensino, com poucos recursos e muita vontade de aprender e transformar suas vidas. O e-commerce nos deu a oportunidade de sonhar com uma vida melhor e ajudar as nossas famílias, e esse sonho é o que compartilhamos hoje com nossos jovens", explica Helenice.
Após formar, no ano passado, 250 alunos em diversas regiões do Brasil, a proposta socioeducacional chega a Porto Alegre, contemplando 16 jovens do bairro Santa Rosa, na Zona Norte da Capital. Os participantes, que são vinculados ao programa de aprendizagem da Ação Comunitária Participativa (Acompar), iniciaram o curso em maio e devem concluí-lo no final de julho.
Durante os três meses, o curso é ministrado online, mas quem não possui acesso adequado à internet pode assistir às aulas na sede da instituição. Os encontros ocorrem duas vezes na semana e são ministrados por profissionais com atuação consolidada na área de e-commerce. Ao término do curso, os jovens apresentam o que aprenderam colocando no ar seu projeto on-line e recebem certificação.
Além do desenvolvimento de um projeto ao final do curso, os jovens contam com mentoria dos professores e uma profissional de RH para auxiliá-los por 12 meses. "Todos os cursos são pensados para que os alunos tenham mais chances de arrumar emprego no mercado digital. Inclusive, formamos um comitê de RH liderado por grandes profissionais voluntários que saem 'batendo na porta' das empresas e oferecendo os currículos dos jovens", diz.
Para chegar até os jovens da Acompar e às oportunidades oferecidas a eles, o projeto se uniu a Associação Riograndense de Propaganda (ARP). Com isso, a ARP deve oferecer uma imersão prática, através de um estágio de 90 dias, para o jovem que se destacar neste curso piloto, enquanto os demais continuarão ligados a Acompar, cumprindo o contrato de aprendizagem e qualificação profissional. Segundo o diretor de DataTech da ARP e professor de inteligência de dados e métricas aplicadas para elaboração de estratégias do programa, Eduardo Prange, "a parceria é fruto da admiração pelo projeto e só foi possível pela força coletiva e colaborativa entre a Liga Digital, ARP e Acompar."
A atuação d'A Liga no Estado, no entanto, não deve ficar restrita à Capital. "Estamos muito felizes por essa parceria para que os jovens tenham acesso aos cursos e oportunidades de trabalho. Certamente temos interesse em fazer novas parcerias com outras instituições, ampliando a nossa atuação junto aos jovens de comunidades do Rio Grande do Sul." Segundo ela, o projeto leva a uma perspectiva real de carreira e oportunidade de empreendedorismo. "Muitos dos nossos alunos começam a desenvolver lojas virtuais para o comércio local nas suas regiões", afirma Helenice.
Há mais de 50 anos, Acompar atua na Zona Norte
Nerina Camargo coordena a Acompar na Zona Norte da Capital
/Acompar/Divulgação/JC
Fundada em 1967, a Acompar teve início como a "Ação Comunitária Paroquial", em razão do vínculo com a igreja católica, e foi se fortalecendo como instituição de apoio à comunidade do bairro Santa Rosa, na Capital. Em 2017, passou por uma transformação, que levou a adequação do nome para "Ação Comunitária Participativa" e ao alinhamento com as diretrizes internacionais instituídas pela ONU.
Ao todo, o público da Acompar é de 750 crianças e adolescentes em atendimento direto, com impacto para mais de 3,7 mil pessoas, quando consideradas as famílias dos jovens. São oferecidos educação infantil, serviço de convivência e fortalecimento de vínculos para crianças e adolescentes e programa de aprendizagem. Para a coordenadora geral da Acompar, Nerina Camargo, o projeto oferece a possibilidade de crescimento profissional e de autonomia financeira. "É um caminho cheio de percalços, pois nossos adolescentes também trabalham para superar a sua vulnerabilidade social."
Saiba como ajudar
A entidade conta com as doações da comunidade através dos seguintes canais:
- www.acompar.org;
- Instagram: @acompar.social;
- Telefone: 51 98608-6401;
- Contribuintes também podem colaborar através do programa Nota Fiscal Gaúcha.