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Empresas & Negócios

- Publicada em 19 de Junho de 2021 às 08:30

Coopernorte mira mercado de geração de energia para crescer

Grupo deve iniciar em setembro a geração de energia em uma usina solar em Águas Claras, diz Vieira

Grupo deve iniciar em setembro a geração de energia em uma usina solar em Águas Claras, diz Vieira


William Dias/Coopernorte/Divulgação/JC
Jefferson Klein
Criada em 1975, com o objetivo de levar luz elétrica a áreas rurais, a Coopernorte está prestes a agregar um novo tipo de atividade ao seu portfólio. O presidente da cooperativa, Jairton Vieira, adianta que a previsão é que em setembro o grupo inicie a geração de energia através de uma usina solar, situada na localidade viamonense de Águas Claras. Além disso, a Coopernorte, que hoje distribui energia para cerca de 6,6 mil consumidores em pontos de Viamão e Santo Antônio da Patrulha, tem planos para crescer nos setores eólico e de telecom.
Criada em 1975, com o objetivo de levar luz elétrica a áreas rurais, a Coopernorte está prestes a agregar um novo tipo de atividade ao seu portfólio. O presidente da cooperativa, Jairton Vieira, adianta que a previsão é que em setembro o grupo inicie a geração de energia através de uma usina solar, situada na localidade viamonense de Águas Claras. Além disso, a Coopernorte, que hoje distribui energia para cerca de 6,6 mil consumidores em pontos de Viamão e Santo Antônio da Patrulha, tem planos para crescer nos setores eólico e de telecom.
Empresas & Negócios - O Grupo Coopernorte está com projetos para diversificar as atividades. Que empreendimentos serão desenvolvidos?
Jairton Vieira - Em 2017, fizemos uma assembleia geral extraordinária para fundarmos a Coopernorte Geração e Desenvolvimento, um braço para prestar serviços, gerar energia e levar telefonia e internet para a área rural. De lá para cá, prestamos serviços, inclusive para a CEEE-D, em alguns temporais, e para loteamentos em que a rede é particular. Agora estamos com o projeto de um parque de energia fotovoltaica, só aguardando o BRDE liberar um recurso de R$ 5 milhões para gerarmos, em uma primeira etapa, 1,6 MW ao lado da nossa sede (em Águas Claras, Viamão). Vamos começar a gerar energia, algo que ainda não fazemos.
E&N - Os recursos do BRDE são na ordem de R$ 5 milhões, mas quanto é o investimento total previsto no empreendimento?
Vieira - A cooperativa tem que entrar com R$ 1 milhão, totalizando R$ 6 milhões. Depois, com as ampliações, podemos chegar até 11,5 MW.
E&N - Para chegar aos 11,5 MW de capacidade, qual seria o aporte necessário?
Vieira - Em torno de R$ 50 milhões. A nossa ideia é concluir essa primeira fase e já partir para outro financiamento para logo no início de 2022 começar a segunda etapa.
E&N - Qual é o cronograma da primeira etapa da iniciativa?
Vieira - Fizemos a terraplanagem da área e estamos concluindo o projeto de duas subestações e da conexão (na rede elétrica). Em setembro, a ideia é já estarmos conectados e operando. São 3,8 mil painéis fotovoltaicos, nessa primeira fase, que poderiam atender em torno de 3,5 mil residências.
E&N - Qual será o destino da energia erada, nessa fase inicial?
Vieira - Essa energia está alocada para a rede de mercados Unisuper, será injetada na rede da CEEE-D e eles vão creditar essa energia para suas unidades. Eles terão um abatimento de 20% nas faturas. A Unisuper ficará com 1,4 MW e os outros 0,2 MW serão destinados para outro mercado, o Ki-Barato.
E&N - Como está o projeto de energia eólica da cooperativa?
Vieira - Temos uma área arrendada de 620 hectares (em Viamão) de um associado, próxima a um local onde já há um parque eólico (complexo Pontal da Enerplan, empresa ligada ao grupo Oleoplan), para também prospectarmos um projeto de geração com essa fonte. Podemos gerar 75 MW nesse espaço, com um investimento de cerca de R$ 120 milhões. Mas, primeiro queremos estabelecer o projeto fotovoltaico e depois de conectado e gerando energia vamos partir para o eólico.
E&N - Como a pandemia afetou a operação da Coopernorte?
Vieira - Bem no dia que inauguramos a nossa nova sede (18 de março de 2020), foi quando começaram os decretos de restrições. A gente se reuniu naquela semana, trabalhamos com 50% dos funcionários e fomos aprendendo a lidar com a pandemia. Fizemos alguns trabalhos remotos no início e depois os decretos foram flexibilizando um pouco mais. Como somos serviço essencial, a gente acabou trabalhando de forma integral, com todos os cuidados. Mas, também tivemos um aumento da inadimplência. Nós tínhamos sempre cerca de 20% de inadimplência e subiu para 35%, isso prejudicou um pouco o fluxo financeiro.
E&N - Qual é a maior diferença entre o trabalho de uma grande distribuidora de energia e uma cooperativa?
Vieira - É o fato do próprio usuário da eletricidade ser dono da cooperativa. Ele faz as suas considerações, os seus pedidos. No momento em que ele não consegue conversar com um funcionário, com os atendentes da cooperativa, ele consegue o telefone do presidente. A maioria dos cooperados tem relação direta com o presidente, o que facilita esse elo de comunicação e atendimento. A gente também tem um modelo de contingência. Por exemplo, deu um temporal em uma região, acionamos as demais cooperativas e aquela que tem condição de enviar caminhões e funcionários para a região, para atender mais agilmente, faz isso. Temos isso dentro da Fecoergs (Federação das Cooperativas de Energia, Telefonia e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul), a ajuda mútua.
E&N - Como tem se desenvolvido o serviço de Internet fornecido pela Coopernorte?
Vieira - Há cerca de um ano e meio, nós iniciamos com três torres entregando internet via rádio. Chegamos a 150 associados alimentados com essas torres. Tão logo começou a entrar recursos, a gente lançou os primeiros quilômetros de fibra ótica e já estamos com 200 quilômetros. Agora, temos 700 usuários ligados entre rádio e fibra e estamos prospectando clientes, não só na área de concessão da Coopernorte, mas também na da CEEE-D, nos condomínios. Tínhamos projetado chegar ao final do ano com 1 mil clientes, porém estamos vendo que vamos alcançar esse número em agosto.
E&N - Um desafio para as cooperativas de eletrificação rural é o fortalecimento de suas redes, entretanto a Coopernorte está adiantada nesse sentido, confere?
Vieira - Cerca de 80% da nossa rede já é trifásica. Estamos com o projeto de nos próximos quatro anos chegar a, no mínimo, 95% da nossa rede como trifásica. Hoje temos 750 quilômetros de rede.
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