Instituto Criança Mais Feliz precisa de sede própria para seguir com trabalho voluntário

Para dar continuidade ao trabalho de voluntariado realizado desde 2015, o Instituto Criança Mais Feliz RS precisa de uma sede própria em Porto Alegre. "O atual local onde as doações são armazenadas foi vendido e precisa ser entregue até 15 de junho. Queremos evitar que as ações sejam bruscamente paralisadas em pleno inverno, crise econômica e em meio a uma pandemia", destaca a presidente e fundadora da instituição, Nara Sonallio, que busca ajuda junto à iniciativa privada e ao poder público para conseguir um novo local o quanto antes.

Para evitar que as atividades sejam interrompidas, Nara e a voluntária e advogada do instituto, Michele Guerini, estiveram reunidas com o prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo e a primeira-dama, Valéria Leopoldino, no final de maio, solicitando a cedência de um espaço para a ONG. No encontro, elas apresentaram o trabalho desenvolvido em comunidades de Porto Alegre e municípios da Região Metropolitana.

Nara ressaltou a importância do apoio do setor público e da iniciativa privada para a continuidade das ações. Em seis anos de trajetória, foram beneficiadas mais de 20 mil crianças em situação de vulnerabilidade social com a doação de itens como alimentos, material escolar, produtos de higiene e limpeza, brinquedos, roupas e outros itens de necessidades básicas.

Na última semana de maio, em apenas dois dias de plantão de recebimento de doações, o Criança Mais Feliz RS arrecadou meia tonelada de alimentos, 500 litros de leite e mais de 200 cobertores que foram entregues para as famílias cadastradas e ações diretas nas comunidades naquele mesmo final de semana. Desde o início da pandemia, foram entregues mais de 10 toneladas de alimentos em comunidades de Porto Alegre, Região Metropolitana e para dezenas de famílias atendidas pela ONG que residem em várias cidades da serra gaúcha.

Por isso, a ONG precisa de uma área adequada para receber e organizar as doações - além de uma estrutura para implementação de programas para atendimentos direcionados na área da saúde e educação para as mães e crianças. "As crianças sabem que nós lutamos por elas. É difícil mudar a realidade que elas vivem", comentou Nara. "Mesmo com a subestrutura, nosso trabalho não para, e as doações continuam espalhadas nas casas dos voluntários. Chegamos nas comunidades não só com doações mas levando esperança. É um trabalho árduo mas que compensa cada dificuldade quando entregamos as doações", complementa.

A instituição tem contado os dias para paralisar as ações e atendimento às famílias caso não consiga uma nova área antes de desocupar a sala. O espaço próprio que a ONG busca precisa ser amplo para poder acomodar as milhares de doações de alimentos, leites, produtos de higiene e limpeza, cobertores, calçados, roupas, eletrodomésticos, materiais escolares, enxovais de bebê, brinquedos e tudo o que recebem para destinar às famílias que são atendidas semanalmente.

Além disso, não pode ser vinculado às comunidades e nem estar localizado na zona sul ou zona norte, porque essa distância dificulta o acesso das famílias que vão retirar as doações, além de delimitar a atuação dos mais de 200 voluntários e centenas de doadores, que majoritariamente residem na região central da Capital.

Além de ser amplo para que as doações sejam organizadas, ele também precisa ter um bom acesso de carros, pois os plantões solidários, desde o início da pandemia, têm sido realizados por um drive thru para garantir uma maior segurança para todos. Os atendimentos serão feitos por voluntários que atuam nas áreas da saúde, educação, entretenimento e outras áreas que busquem acolher as famílias, podendo auxiliar nas suas dificuldades e orientá-las para uma melhor qualidade e estrutura de vida.

"Saber que as crianças conhecem o nosso trabalho e que lutamos por elas faz tudo valer a pena. Gostaríamos de ter uma estrutura melhor para trazê-las para o Instituto e atender essas mães", revela a presidente do Instituto. "É muito importante educar essas crianças desde pequenas. Por meio das nossas ações tentamos levar um pouco de cor para a vida delas, para que elas possam ter um futuro melhor", completa.