Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Reportagem especial

- Publicada em 23 de Maio de 2021 às 19:59

Indústria moageira luta por horizontes mais promissores

 Matéria-prima nativa passa por um processo de melhoramento genético

Matéria-prima nativa passa por um processo de melhoramento genético


/PAULO PIRES/DIVULGAÇÃO/JC
A indústria moageira gaúcha, que sempre se queixou da qualidade irregular do trigo produzido no Rio Grande do Sul, vive um momento de desconforto diante da recente valorização da matéria-prima nativa, que passa por um processo de melhoramento genético.
A indústria moageira gaúcha, que sempre se queixou da qualidade irregular do trigo produzido no Rio Grande do Sul, vive um momento de desconforto diante da recente valorização da matéria-prima nativa, que passa por um processo de melhoramento genético.
"A equiparação do valor do trigo gaúcho com o trigo do Paraná aumenta o custo de produção das farinhas e dificulta a exportação para os mercados mais distantes do Rio Grande do Sul", explica Rogerio Tondo, presidente do Sindicato da Indústria do Trigo.
A indústria do Rio Grande do Sul produz, por ano, cerca de 1,9 milhão de toneladas de farinha de trigo (cerca de 16% da moagem do Brasil) e "exporta" (para outros estados) cerca de metade da sua produção. É uma situação delicada: com o trigo representando 60% dos custos de produção dos moinhos, ficou mais difícil para a indústria entregar farinha em pontos distantes onde muitos consumidores vivem uma inédita redução da capacidade de compra.
Por isso, algumas empresas intensificam a exploração da opção estratégica de agregar valor à sua matéria-prima básica mediante a fabricação de massas, biscoitos, pães congelados e outras opções de alimentos pré-prontos.
Graças à ampliação da linha de produtos, algumas empresas conseguem aumentar suas margens de lucro e reduzir a ociosidade de suas instalações. Em média, os maiores moinhos usam 70% de sua capacidade de produção (essa é também a média da indústria, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos - Abia), mas alguns operam abaixo desse índice, juntando-se a moinhos médios e pequenos, que vivem à "meia boca", no embalo da oferta sazonal de grãos e da oscilação das demandas por farinhas.
Como esse quadro vem do tempo dos moinhos coloniais, alguns dos quais sobreviveram graças a modernizações parciais de suas antigas linhas de fabricação, houve nas últimas décadas um processo de seleção natural, do qual sobraram os empreendimentos mais capitalizados. "À custa de tantas crises ao longo da história, a indústria moageira gaúcha se tornou bastante resiliente", relata Tondo.
Na realidade, há muito tempo o setor moageiro riograndense não passava por um momento tão difícil: além do encarecimento da matéria-prima e da redução da capacidade de compra da população - fenômenos associados à crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19 -, entrou recentemente em ação no território gaúcho um concorrente de peso.

Indústria moageira depende do desempenho da safra de trigo

Segundo prognósticos do IBGE, espera-se colher 7,2 milhões de toneladas de trigo

Segundo prognósticos do IBGE, espera-se colher 7,2 milhões de toneladas de trigo


Racool_studio/freepik/divulgação/jc
O desempenho da indústria moageira depende da colheita do trigo plantado neste outono. Por conta dos preços alcançados na última safra, há expectativas de uma produção recorde - o que só será confirmado em novembro, quando ocorre o pico da colheita.
O quadro agrícola é inegavelmente otimista. Segundo técnicos e empresários, o trigo brasileiro está melhorando de qualidade, mas por enquanto ninguém aposta na autossuficiência da produção, até porque a grande oferta de trigo no mercado mundial sempre funcionou como um fator de depressão dos preços domésticos do principal grão produzido no inverno sulino.
Segundo o prognóstico de março das safras de 2021 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), espera-se colher 7,2 milhões de toneladas de trigo (6,2 milhões em 2020); 103 milhões de toneladas de milho (empate com 2020); 995 mil toneladas de aveia (925 mil t em 2020) e 18,6 milhões de toneladas de mandioca (18,9 milhões em 2020) - são essas as principais matérias-primas das farinhas mais consumidas no Brasil.
Resta o arroz, que corre por fora, tentando suprir a demanda por farinhas sem glúten: segundo o IBGE, a safra em fase final em abril/maio deve chegar a 11 milhões de toneladas, igualando o volume de 2020 - no RS, o principal produtor, a colheita deve ficar próxima de 8 milhões de toneladas.
 Embora não processe mais do que 12 milhões de toneladas de trigo por ano (volume que representa 8% da produção nacional de milho e 10% da soja), a indústria moageira tritícola é um dos setores mais dinâmicos da agroindústria nacional. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), os derivados de trigo representam 9,2% dos alimentos presentes nas mesas dos brasileiros, só perdendo para carnes (22,1%), laticínios (17%) e café, chás e cereais (15,9%). A produção física de alimentos industrializados aumentou 1,8% em 2020, com um acréscimo de 20 mil postos de trabalho. Um resultado excepcional, considerando que os setores mais afetados pela pandemia foram o turismo e a alimentação fora de casa. Em compensação, cresceu o consumo de alimentos no ambiente doméstico. Embora não tenha havido desabastecimento, registrou-se uma alta substancial nos custos de matérias-primas agrícolas, afetando o índice da inflação. 
Quando se fala em indústria moageira, automaticamente se pensa em trigo, mas nos últimos anos houve um incremento (não devidamente quantificado até agora) na produção e no consumo de farinhas de outros grãos: milho, aveia, centeio, cevada, triticale, arroz, chia, gergelim, linhaça e girassol. Isso sem falar da mandioca, uma das fontes mais tradicionais de farinha e derivados como farofa, fécula, sagu e tapioca.
A reportagem contatou a Cisbra, que tem duas unidades industriais em Ijuí e Panambi, totalizando 110 empregados na fabricação de farinhas integrais de diversos grãos. Com 30 anos de existência, está abrindo unidade no Mato Grosso do Sul, sinal de que há mercado para farinhas alternativas, cujos volumes de produção são desconhecidos pelo público e não revelados pelos fabricantes. No entanto, a empresa não divulga mais detalhes.
Mesmo com a recessão econômica provocada pela pandemia, cresce o número de pessoas que procuram farinhas integrais e/ou sem glúten, expandindo nichos de consumo ainda não muito visíveis. É certo, porém, que o consumidor, alertado por médicos e nutricionistas, está buscando alimentos mais saudáveis em fontes novas. A indústria moageira do trigo começou a prestar atenção a esse fenômeno emergente no panorama alimentar do Brasil, onde paradoxalmente voltou a crescer o número de pessoas sem o que comer.
 

Mossman Alimentos, uma das precursoras no Estado, começou atividades em 1945

No início, além da família, 10 pessoas trabalhavam na fabricação e comercialização dos alimentos

No início, além da família, 10 pessoas trabalhavam na fabricação e comercialização dos alimentos


arquivo mosmann/divulgação/jc
Declarado município em 1982, Parobé era um distrito de Taquara quando ali foi fundada, em 1° de maio de 1945, a Mosmann Alimentos. No início, além da família Mosmann, 10 pessoas trabalhavam na fabricação e comercialização de produtos alimentícios. Atualmente com mais de 160 funcionários, a empresa procura aliar o sabor caseiro de suas massas tradicionais ao lançamento de produtos destinados a públicos diferenciados. "Utilizamos em maior volume em nossa linha sem glúten a farinha de arroz", diz Raquel Laufer, diretora de marketing.
Ela admite que a Mosmann encontra dificuldades na busca de matéria-prima livre dos riscos de contaminação cruzada por ingredientes estranhos ao arroz. Assim, a indústria de Parobé não compra farinha de arroz sem testes de qualidade que ofereçam garantia ao público consumidor. Além disso, houve uma elevação de custos na aquisição de matéria-prima. Por isso, a Mosmann usa outras farinhas (aveia, milho e mandioca) para produzir alimentos "sem glúten".
Junto a essas matérias-primas, têm crescido no mercado as farinhas de leguminosas como grão-de-bico, feijão e ervilha. "São farinhas com propriedades nutricionais importantes e com aporte proteico elevado, sendo muito utilizadas como alternativas às proteínas animais", acrescenta Raquel, lembrando ainda a farinha de chia, rica em ômega 3. "Temos hoje em linha produtos como macarrão de chia, de grão de bico, com vegetais e feijão e até mesmo refeições pré-prontas sem glúten com proteína de ervilha, aos adeptos de dietas veganas".
Essas inovações começaram em 2015, quando a Mosmann inaugurou uma planta industrial exclusiva para o "gluten free". Hoje, a linha sem glúten conta com cinco tipos de massas, seis sabores de biscoitos, duas sopas e três marmitas pré-prontas. "Acreditamos que o mercado sem glúten, no geral, está em expansão, mas é difícil mensurar o crescimento, pois a doença celíaca pode ser diagnosticada em qualquer fase da vida", informa Raquel, lembrando que cabe à indústria oferecer alimentos "gostosos" para as pessoas com dietas restritas.
À medida que a indústria se virou para satisfazer esses consumidores com a produção de alimentos mais nutritivos e gostosos, houve uma enorme proliferação de lojas de produtos naturais que se mantêm ativas em plena pandemia do coronavírus. Qual o impacto da pandemia no mercado alimentício? Os principais problemas foram a falta de matéria-prima, o encarecimento dos insumos e a instabilidade do mercado consumidor, mas nada disso foi exclusivo do ramo alimentício.
Neste contexto, a Mosmann ampliou o mix de "pratos rápidos, saborosos e saudáveis" aos que estão trabalhando em casa ou não têm a opção de ir até um restaurante. Aos que dedicam um tempo maior ao preparo de suas refeições, a empresa lançou opções de massas mais largas, com vegetais desidratados e para recheio - a linha "gourmet".
Por acreditar que a preocupação com a saúde irá crescer ainda mais no período pós-pandemia, a Mosmann comprimiu os prazos de planejamento, antecipando cenários que havia delineado antes das mudanças provocadas pelo coronavirus. Para Raquel Laufer, o "novo normal" vai colocar em cena um "novo consumidor".
 

Glúten, o vilão da hora

Alimentos alternativos produzidos pela engenharia alimentar ganham mais espaço

Alimentos alternativos produzidos pela engenharia alimentar ganham mais espaço


freepik/divulgação/jc
Uma das novidades do momento é a proliferação de alimentos sem glúten, causador da doença celíaca, mal que atingiria 1% da população mundial, de crianças a idosos que apresentam dificuldade em digerir essa proteína presente no trigo, centeio, cevada e aveia.
Em contato com a água, o glúten forma uma massa elástica que faz crescer pães, bolos e bolachas colocados no calor do forno. O glúten afeta o intestino delgado, podendo causar problemas como diarréia crônica, prisão de ventre e até depressão ou esterilidade.
A descoberta da doença celíaca (relativa ao intestino, do grego koiliakos) provocou a fundação, no Brasil, de diversas associações estaduais que desde 2002 são orientadas pela Associação dos Celíacos do Brasil - conforme informações em seu site, "na verdade, o prejudicial e tóxico ao intestino do paciente intolerante ao glúten são "partes do glúten", que recebem nomes diferentes para cada cereal. No trigo é a gliadina; na cevada, a hordeína; na aveia, a avenina e no centeio a secalina".
A descoberta do lado negativo do glúten ampliou a demanda por alimentos alternativos produzidos sob a orientação de nutricionistas apoiados pela engenharia alimentar. Aos celíacos se somam os rejeitadores de lactose, os veganos, os vegetarianos e demais usuários de dietas especiais, compostas por itens extremamente valorizados como os laticínios e os sucos integrais.
Embora não se preocupem com a eventual fuga de consumidores de farinha de trigo, os grandes moinhos estão atentos à proliferação do selo 'SEM GLÚTEN' colocado em centenas de produtos. Para alguns, esse lembrete é lido como "fora farinha de trigo".
Justamente para atender a esses consumidores, a indústria de arroz Urbano (Jaraguá do Sul, em SC, e aqui em São Gabriel) passou a fabricar um macarrão que vem ganhando espaço nas prateleiras de supermercados e mercearias. O macarrão de arroz tem cozimento um pouco mais demorado do que o similar de trigo.
Em Ijuí, opera a Dubai, que vive da fabricação de farinhas especiais. O mesmo aconteceu com a centenária Corsetti, que nasceu em Caxias do Sul e hoje opera em Santa Cruz do Sul, atrelada ao grupo Germani, controlado pelo grupo Dallas.

Mercado gaúcho fica mais concorrido com moinho gigante

Grupo M. Dias Branco investiu R$ 300 milhões numa unidade vizinha da fábrica de massas Isabela

Grupo M. Dias Branco investiu R$ 300 milhões numa unidade vizinha da fábrica de massas Isabela


couleur/pixabay/divulgação/jc
Em maio de 2019, foi inaugurado em Bento Gonçalves o novo moinho do grupo cearense M. Dias Branco, que investiu R$ 300 milhões numa unidade de moagem de trigo vizinha da fábrica de massas Isabela - "a marca mais lembrada do mercado gaúcho" -, comprada em 2003 do grupo paulista Adria.
Concretizado em cinco anos, o investimento em Bento Gonçalves provocou inquietação entre moleiros gaúchos porque o grupo cearense desfrutou de isenções fiscais do Fundopem concedidas em 2014 pelo governo do Rio Grande do Sul.
Quando reclamaram da concessão dos benefícios ao poderoso grupo sediado no Ceará e atuante em vários estados, os industriais gaúchos foram lembrados de que eles próprios poderiam usufruir das mesmas vantagens, desde que se inscrevessem junto à Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, que tem como um dos seus objetivos "melhorar a competitividade" de setores tradicionais da economia estadual.
Ao que consta, nenhum moinho nativo requereu incentivos ou isenções junto ao governo estadual, cujos técnicos teriam visto no projeto do grupo M. Dias Branco a oportunidade de dar "um choque de modernidade" nos moageiros locais. Passaram-se os anos e a bronca com o concorrente cearense ficou restrita às paredes do Sinditrigo, localizado junto ao Sistema Fiergs.
O moinho de Bento Gonçalves, a 15ª unidade industrial do grupo M. Dias Branco, tem capacidade para moer 1.300 toneladas de trigo/24h, o que corresponde à produção de 30 mil toneladas de farinha e 9 mil toneladas de farelo de trigo por mês. Tem o porte dos grandes moinhos gaúchos, como o Estrela, de Canoas, e o Tondo, instalado em Caxias do Sul, mas ainda não chegou à plenitude operacional.
Se operar a pleno durante 280 dias por ano, o moinho de Bento processaria o equivalente a 15% da produção gaúcha do trigo. Tende a ser, portanto, um concorrente indigesto, quando terminarem - "se terminarem algum dia", pia uma fonte do setor - as restrições impostas pela pandemia do coronavírus.
Esse quadro de incerteza é uma fonte adicional de preocupação para o setor moageiro riograndense, composto por cerca de 90 moinhos, alguns parados, outros operando intermitentemente e a maioria produzindo sem usar toda sua capacidade instalada, nem sempre atualizada tecnicamente.
Nesse aspecto, o grupo M. Dias Branco pode ser visto como um novo marco referencial. Antes de chegar ao Rio Grande do Sul, berço da triticultura nacional, o grupo realizou um radical processo de verticalização da produção -- de farinhas a massas e biscoitos, o que representa uma substancial redução dos custos de distribuição, logística e vendas da commodity farinha de trigo. Iniciado em 1992 com a inauguração do Moinho Dias Branco em Fortaleza, o processo de verticalização cresceu com a implantação de moinhos em Natal, Salvador, Cabedelo (PB), Eusébio (CE) e Rolândia (PR), todos contando com incentivos fiscais estaduais e federais, além de boas-vindas municipais.
Controlada por Francisco Ivens de Sá Dias Branco, herdeiro do fundador (Manuel Dias Branco, imigrante português que começou com uma padaria em Fortaleza nos anos 1930), a empresa cearense tem 25% do capital na B3. Autodeclarado líder do mercado nacional de massas e biscoitos, o grupo sofreu um aumento de 24% nos custos no exercício de 2020, mas manteve em bom nível seus indicadores econômicos financeiros. Com ativos de R$ 9,7 bilhões e dívida bruta de R$ 1,5 bilhão, obteve um lucro líquido de R$ 763 milhões para uma receita líquida de R$ 7,2 bilhões.
No final de março, porém, em relatório para clientes, analistas do Banco Santander disseram que, para manter suas ações no valor do momento (pouco acima de R$ 28 cada), o M. Dias Branco precisaria aumentar os preços de suas massas e biscoitos entre 22% e 24%, "algo difícil" diante do acirramento da concorrência. Em abril, o grupo anunciou um reajuste em seus preços. Procurado, o grupo não retornou os contatos da reportagem.

Farinha de arroz Maninho, um case de sucesso

Produto é o mais elaborado do engenho da família Drescher, de Sertão Santana

Produto é o mais elaborado do engenho da família Drescher, de Sertão Santana


/maninho/divulgação/jc
Embora não tenha grande visibilidade, a farinha de arroz Maninho está no mercado há mais de 10 anos. Começou vendendo a bancas do Mercado Público de Porto Alegre e lojas de produtos naturais, de onde se propagou a fama de produto puro, sem glúten e sem contaminantes.
A farinha é o mais elaborado produto do engenho da família Dreschler, que se estabeleceu em 1918 em Sertão Santana, e vive literalmente do beneficiamento de arroz comprado em municípios vizinhos como Barra do Ribeiro, Camaquã e Tapes.
Com capacidade de armazenar 100 mil sacos de arroz, a empresa seca, descasca e embala vários tipos de arroz, todos com a marca Maninho, originária do apelido de Marcos Dreschler, 60 anos, neto do pioneiro. Segundo Claudete Dreschler, esposa de Maninho, a empresa segue sendo tocada pela família, com a ajuda de duas dezenas de empregados escolados na doutrina segundo a qual é preciso tomar cuidado com a qualidade desde a captação dos produtos na lavoura até a entrega das encomendas nos pontos de varejo que vão além de São Paulo, onde os produtos Maninho ficam num depósito próprio.
O cuidado com a qualidade vem do temor da contaminação, problema que pode gerar penalização sanitária e rejeição do mercado. Primeiro porque a farinha de arroz entrou no receituário médico como "remédio" recomendado a pessoas intolerantes ao glúten. Segundo, porque a legislação é cada vez mais rigorosa quanto à pureza dos alimentos. Terceiro, estão surgindo muitos concorrentes dispostos a pegar um pedaço do mercado explorado há décadas por marcas como Arrozina e Cremogema, ambas da Unilever, uma das maiores multinacionais do planeta.
 

* Geraldo Hasse é jornalista especializado em agricultura. Trabalhou por mais de 30 anos na mídia do Sudeste e escreveu uma dezena de livros.