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Empresas & Negócios

- Publicada em 01 de Maio de 2021 às 09:00

Grupo Xalingo aposta nos brinquedos para aumentar os negócios

Rodrigo Harsteln afirma que isolamento social aumentou procura por brinquedos

Rodrigo Harsteln afirma que isolamento social aumentou procura por brinquedos


xalingo/divulgação/jc
Cristiano Vieira
Faz parte da infância de muita gente um jogo de montar, feito de madeira, no qual eram construídas casinhas e pequenos prédios com telhados coloridos. Chamado de Brincando de Engenheiro, o brinquedo foi criado em 1947 e continua fazendo sucesso até hoje, sendo o produto mais vendido pela Xalingo. A empresa, criada há quase 75 anos em Santa Cruz do Sul, onde mantém suas instalações, registrou faturamento de R$ 150 milhões no ano passado, uma alta de 30% frente a 2019. Além dos brinquedos, a Xalingo também fabrica produtos para clientes do agronegócio, mas a divisão de brinquedos segue a principal. Hoje, são 850 produtos no portfólio, com 10 mil pontos de venda em todo o Brasil. Conforme explica na entrevista abaixo o novo presidente da Xalingo, Rodrigo Ebert Harsteln, para 2021 a empresa preparou 200 lançamentos na linha de brinquedos, apostando em nova alta dos negócios. 
Faz parte da infância de muita gente um jogo de montar, feito de madeira, no qual eram construídas casinhas e pequenos prédios com telhados coloridos. Chamado de Brincando de Engenheiro, o brinquedo foi criado em 1947 e continua fazendo sucesso até hoje, sendo o produto mais vendido pela Xalingo. A empresa, criada há quase 75 anos em Santa Cruz do Sul, onde mantém suas instalações, registrou faturamento de R$ 150 milhões no ano passado, uma alta de 30% frente a 2019. Além dos brinquedos, a Xalingo também fabrica produtos para clientes do agronegócio, mas a divisão de brinquedos segue a principal. Hoje, são 850 produtos no portfólio, com 10 mil pontos de venda em todo o Brasil. Conforme explica na entrevista abaixo o novo presidente da Xalingo, Rodrigo Ebert Harsteln, para 2021 a empresa preparou 200 lançamentos na linha de brinquedos, apostando em nova alta dos negócios. 
Empresas&Negócios - Como a Xalingo cresceu 30% no ano passado, quando o coronavírus afetou duramente a economia?
Rodrigo Harsteln - A Xalingo atua em dois setores. Tem o agronegócio, com a produção de tanques para alguns clientes da área industrial que fabricam implementos agrícolas. Mesmo com a pandemia, essa produção não parou, seguiu com ritmo mais ou menos constante. Já na nossa área mais conhecida, de brinquedos, foi diferente. Para a nossa "surpresa", a gente começou a ver que, quando começou a pandemia, tivemos aquele fechamento ali por abril do ano passado. A partir de junho ou julho, percebemos uma procura maior principalmente no setor de brinquedos. Percebemos que, à medida em que as pessoas foram começando a entender como funcionava a pandemia, e as aulas também foram suspensas, a procura por brinquedos aumentou.
E&N - Deve ter sido porque as crianças ficaram mais tempo dentro de casa, devido ao isolamento social?
Harsteln - Sim, e a gente começou a acelerar o nosso processo interno de fabricação, culminando nesse crescimento que obtemos em 2020, que foi acima do esperado. O que eu comento sempre é o seguinte: durante a pandemia, as crianças ficaram mais em casa. Eu tenho filhos e não podia levá-los ao cinema, ao parquinho. Então muitos pais, de alguma forma, desenvolveram novas maneiras de entretenimento em família, e elas incluíram, muitas vezes, o brinquedo. Então essa demanda ocorreu naturalmente.
E&N - Os brinquedos sempre foram o principal negócio?
Harsteln - Isso, exatamente. A Xalingo surgiu em 1947. Foi fundada pelos meus avós, que trabalhavam muito com peças de madeira. Começou, inclusive, com a criação de estojo escolar e de régua, depois com a parte de brinquedo de madeira. Os brinquedos de madeira são um sucesso e respondem por mais de 30% da nossa linha de produtos.
E&N - Eles têm o foco mais educativo, como as casinhas de madeira?
Harsteln - Sim, a nossa linha de madeira foca muito na parte pedagógica. Então, temos muitos blocos de montar, inclusive o Brincando de Engenheiro, aqueles bloquinhos de construir casinha de madeira, foram uma criação dos meus avós lá no passado. É dos que mais vendem. A gente começou a expandir mais, à medida que os anos foram passando, para todos os tipos de brinquedos pedagógicos. Mas o Brincando de Engenheiro não muda, permanece igual há mais de 60 anos. A minha filha está com 3 anos. Eu brinco com ela da mesma maneira que eu me lembro de brincar quando eu era pequeno e acho que as gerações anteriores também brincaram. Ele representa a identidade da Xalingo.
E&N - O brinquedo ainda é a maior parte do negócio?
Harsteln - Sim. O brinquedo responde por cerca de 80% do nosso faturamento. Temos também jogos de memória, de letras, e agora a gente está investindo bastante em lançamentos da Linha Ensino, que une ciência, tecnologia, matemática e engenharia. São brinquedos mais sofisticados, então tem simulação do sistema solar, mas todos feitos de madeira. Nos nossos estudos, a gente tem bastante pesquisa nessa área, na questão do lúdico. Então, a madeira propicia essa questão do aprendizado, do movimento, e associa isso a uma questão da parte de desenvolvimento pedagógico, por exemplo, na ciência e tecnologia, o movimento dos planetas. A gente está tentando misturar os dois mundos. A parte mais forte do brinquedo de madeira é o viés pedagógico.
E&N - O restante vem do agronegócio?
Harsteln - Exato. A parte do fornecimento de peças começou junto com a nossa expansão de linha, mais ou menos no final da década de 1990. Antes, a gente fazia linha só desses brinquedos mais pedagógicos, aí começamos a expandir para playgrounds. Aqueles playgrounds de plástico que a gente vê em parquinhos etc. E, com a tecnologia dos playgrounds, surgiu a oportunidade de ter uma outra unidade de negócios, que é essa de fornecimento de peças para o setor agrícola, que foi desenvolvida em paralelo em função da tecnologia que a gente tinha.
E&N - A divisão focada nn mercado agro tem crescido também?
Harstein - Sim. Esse ano, inclusive, ela está apresentando mais crescimento até que o brinquedo.
E&N - Talvez por causa dessa safra grande de soja...
Harstein - Exatamente. Então, esse resultado do ano passado passa pelo brinquedo, começou a expandir já a parte da unidade industrial, que a gente chama, do fornecimento de peças e, esse ano, a gente segue bem forte nessa área industrial. Os nossos clientes estão produzindo bastante implemento agrícola, bastante tratores, britadeiras, em função dessa safra e de todo potencial que o Brasil tem, e a gente segue fornecendo para eles muito em função disso.
E&N - O dólar tem influenciado na produção da Xalingo?
Harstein - Na verdade, como é o nosso portfólio no brinquedo? Temos um percentual de produtos que a gente importa e apenas coloca a marca Xalingo - em torno de 20%. Temos mais ou menos 850 itens na linha de brinquedo. E digo 'mais ou menos' porque todo dia a gente lança alguma novidade e algum brinquedo sai de linha. Neste ano, teremos 200 lançamentos de brinquedos. O nosso portfólio se renova muito rápido. Então, uma parte disso é importado, que dá mais ou menos 20%, e os outros 80% é produção nacional.
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