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Empresas & Negócios

- Publicada em 18 de Abril de 2021 às 19:17

Instituto Caldeira tem a natureza colaborativa em seu DNA

Valério acredita que ecossistema está amadurecendo com força da iniciativa privada

Valério acredita que ecossistema está amadurecendo com força da iniciativa privada


MARIANA ALVES/JC
Patricia Knebel
Ele é um entusiasta das iniciativas de inovação nas quais o Rio Grande do Sul está mergulhado. Em especial, claro, do Instituto Caldeira, projeto que lidera desde 2019. Pedro Valério, 34 anos, casado e pai do Otto, é formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Teve passagens importantes pela Amcham - Câmara Americana de Comércio, Grupo RBS, Opus e Startse, sempre com um olhar de inovação e desenvolvimento de oportunidades em iniciativas voltadas a produção de conteúdo e educação.
Ele é um entusiasta das iniciativas de inovação nas quais o Rio Grande do Sul está mergulhado. Em especial, claro, do Instituto Caldeira, projeto que lidera desde 2019. Pedro Valério, 34 anos, casado e pai do Otto, é formado em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Teve passagens importantes pela Amcham - Câmara Americana de Comércio, Grupo RBS, Opus e Startse, sempre com um olhar de inovação e desenvolvimento de oportunidades em iniciativas voltadas a produção de conteúdo e educação.
"O que você costuma fazer quando está longe de tudo que envolve o Caldeira?" A resposta a essa pergunta é acompanhada de alguns segundos de silêncio. "Não consigo me afastar de tudo. É uma benção estar perto de tanta gente inteligente e bem intencionada querendo construir junto uma entrega de transformação de alto impacto para o nosso Estado", relata.
Empresas e Negócios - O cenário da Covid-19 atrapalhou os planos de uma inauguração oficial em março com mais pompa, mas as empresas estão começando a ocupar o hub físico do Instituto Caldeira. O que podemos esperar a partir de agora?
Pedro Valério - A abertura do hub físico do Instituto Caldeira é a ponta de um iceberg. É um momento que tangibiliza tudo que vem acontecendo desde 2019, e que reforça a força deste movimento, mesmo em meio à pandemia. Conseguimos não apenas sobreviver a este período, mas formar uma comunidade relevante, permanecendo firme no papel de provocar temas ligados à inovação, promover ideias sobre a nova economia e conectar pessoas. A ideia do Caldeira está materializada há algum tempo, já que esse projeto surgiu da vontade de muita gente de fazer negócios de impacto no Rio Grande do Sul. Agora, com a abertura do espaço físico, temos tudo isso que vinha sendo construído e muito mais reunido em um espaço de 22 mil metros quadrados, que vai funcionar como um ponto de encontro para quem é apaixonado pela ideia de um Rio Grande do Sul mais competitivo e pujante. É uma oportunidade única perceber que uma rede de pessoas se uniu para criar um ambiente físico com potencial de tangibilizar essa colaboração.
E&N - De que forma a pandemia impactou os planos iniciais do projeto?
Valério - Originalmente, teríamos as Fases 1, o Espaço da Caldeira, e a Fase 2, da Claraboia, inauguradas em 2020, reunindo estúdios e pequenos laboratórios de inovação das empresas fundadoras do Instituto Caldeira, mais as startups. Imaginávamos que as fases 3 e 4 seriam lançadas no final de 2021 ou início de 2022. Porém, com a pandemia, vimos que a missão do Caldeira de conectar pessoas teve eco na sociedade, e isso nos fez acelerar alguns passos. Estamos inaugurando as fases 1 e 2, recebendo as primeiras organizações, como Sebrae-RS, Vulcabras, Agibank, IESA, Lojas Renner, Dufrio, Ubots e SLC. Em maio, será a vez das fases 3 e 4, que vão compreender os espaços dos outros fundadores, como Banrisul, Grendene, Unimed e Dimed, além do Startup Village, que abrigará empreendedores em fase inicial e sediará programas e outras iniciativas ligadas a nova economia.
E&N - O que já podemos esperar para 2021 como resultado desse grande caldeirão que está sendo criado ali no 4º Distrito?
Valério - Queremos acelerar iniciativas de conexão. Quando falamos de universidades, do poder público e das empresas, estamos falando, no fundo, de pessoas. O grande objetivo do instituto para esse ano é conectar e construir uma rede de pessoas que estão, de fato, olhando para o mesmo norte. Queremos ajudar a colocar o Rio Grande do Sul em uma trilha de competitividade. E isso envolve promover a discussão de temas relevantes e conectar instituições, pessoas e projetos que promovam essa mindset de inovação.
E&N - Qual a expectativa para 2021?
Valério - A minha visão é de muito otimismo para esse ano. Passada a tormenta de 2020, começamos a identificar perspectivas importantes de desenvolvimento da região e uma reintegração do normal a partir da lente da inovação. Está claro o olhar diferente das pessoas e das empresas para esse tema, a convicção de que quando falamos da nova economia, a transformação digital e a inovação não é um desejo ou algo legal, mas um olhar de sobrevivência. Vejo um mar de oportunidades em um contexto no qual se romperam as fronteiras geográficas, o que aproxima e conecta o Rio Grande do Sul com o resto do mundo.
E&N - De que forma o Instituto Caldeira ilustra essa mentalidade no Estado?
Valério - O Instituto Caldeira é a materialização dessa articulação entre diferentes agentes do ambiente gaúcho. É a prova que o nosso ecossistema está amadurecendo, pois parte de uma conexão da iniciativa privada, liderada por nomes como Marciano Testa e José Galló, com as universidades, como Pucrs, Ufrgs e Unisinos, e o poder público. Desde o início, se percebe que a natureza colaborativa é a força que da legitimidade ao Caldeira. Apesar de ser liderado pela iniciativa privada, é um movimento da sociedade civil, de um grupo organizado de pessoas com percepções plurais da realidade, mas com a convicção de que o Rio Grande do Sul precisa olhar para a nova economia e se conectar com o novo para ter a competitividade necessária para enfrentarmos o que vivemos hoje o que virá amanhã.
E&N - Como você vê a evolução da visão de colaboração, e não mais de competição, entre as diferentes iniciativas de inovação no Estado e fora daqui?
Valério - Vivemos a era da abundância. Por muito tempo, o grande desafio do Estado não era criar iniciativas para mudar o mundo, mas conectá-las. Acreditamos profundamente na colaboração. O Hélice faz um trabalho excepcional na serra gaúcha, por exemplo, e queremos nos conectar com eles, bem como com a Federasul, que vive um novo momento muito interessante, com o Israel Trade and Investment Brazil, o Tecnopuc, entre outros. Todas essas iniciativas são amplamente significativas para a promoção de um Estado mais competitivo, e queremos contribuir. Nosso sonho é que o Instituto Caldeira seja catalisador e apoiador de iniciativas que estão acontecendo aqui. Nossa ideia é, através de uma rede de parceiros, estabelecer um grande portfólio de produtos, serviços, eventos e outras iniciativas para tangibilizar esses movimentos e conexões. Queremos ser uma grande plataforma para conectar e aproximar as pessoas.
E&N - Você percebe uma evolução na forma de pensar a inovação por parte das empresas desde que iniciou a pandemia?
Valério - Eu vejo que as empresas que já estavam imersas nos conceitos da nova economia se encheram de convicção de que essa é, realmente, a única saída para manter a competitividade. Os que negavam, que eram omissos acerca dessa perspectiva de encarar esse novo contexto tecnológico que nos cerca, viram que ou se conectavam ou estariam fora do jogo. A pandemia desmistificou a inovação na medida e que mostrou que essa visão não está exclusivamente associada à tecnologia, mas ao mindset, a forma de pensar. Os empreendedores que têm vontade e predisposição para interpretar o novo como uma oportunidade, e que tem velocidade e capacidade de adaptação, farão a diferença.
E&N - Como está sendo desenhada a sustentabilidade do Caldeira ao longo dos anos?
Valério - Somos uma instituição sem fins lucrativos, mas toda contribuição e todo trabalho que temos de relacionamento tem como objetivo poder reinvestir em mais conteúdos, mais parcerias, mais projetos e novas frentes de negócios. O desenho estratégico do Instituto Caldeira prevê que, na medida em que as empresas estejam no nosso espaço, possam contribuir para a sustentabilidade financeira dos projetos que realizamos para a sociedade. Também está sendo criado o modelo de membership, pelo qual os participantes associados terão acesso a um calendário de atividades e benefícios, e isso também ajuda o Caldeira a se manter financeiramente saudável.
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