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Empresas & Negócios

- Publicada em 01 de Março de 2021 às 03:00

Mesmo com pandemia, TrustHub vem crescendo

Expectativas para este ano são positivas, afirma Raphael Salim Mansur

Expectativas para este ano são positivas, afirma Raphael Salim Mansur


/TrustHub/Divulgação/JC
Marcelo Beledeli
Um dos vários efeitos da crise provocada pela pandemia de Covid-19 foi a falta de crédito para as pequenas empresas. No entanto, essa dificuldade se tornou uma oportunidade para a fintech TrustHub, que oferece crédito - especialmente através da antecipação de recebíveis - e conta digital para este mercado.
Um dos vários efeitos da crise provocada pela pandemia de Covid-19 foi a falta de crédito para as pequenas empresas. No entanto, essa dificuldade se tornou uma oportunidade para a fintech TrustHub, que oferece crédito - especialmente através da antecipação de recebíveis - e conta digital para este mercado.
Em 2020, o número de operações de crédito da empresa cresceu 400%, enquanto a base de clientes aumentou cerca de 200%. Especializada em antecipação de recebíveis, a TrustHub lançou um empréstimo sem garantia, para oferecer capital de giro às empresas parceiras.
Fundada em 2017, a TrustHub pertence à SRM, empresa de soluções financeiras com 15 anos de atuação e que conta com mais de 20 escritórios no Brasil, Peru e Chile, possuindo mais de R$ 6 bilhões em volume anual de operações de crédito.
Para 2021, as expectativas são positivas, aponta Raphael Salim Mansur, CEO da TrustHub. A fintech caminha para oferecer um portfólio maior de serviços bancários para atender às necessidades do empreendedor. "O crescimento do mercado de crédito deve se manter, e as empresas devem ter uma maior estabilidade financeira", aponta o dirigente.
JC Empresas & Negócios - Como nasceu a Trusthub?
Raphael Salim Mansur - A empresa foi criada em novembro de 2017, como um braço da SRM Asset, que é especialista no mercado de FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios). A SRM começou as atividades em 2004. Com o passar dos anos, e as crises sucessivas que o Brasil teve, especialmente após a crise de 2008, os grandes bancos foram se retraindo do mercado de crédito para pequenas e médias empresas, e esse espaço deixado foi ocupado por bancos médios e também pelos fundos de investimento. Como foi pioneira, a SRM, liderou esse crescimento e ocupou cada vez mais espaço no mercado. Com isso, em 2017 a gente decidiu criar a TrustHub, com o objetivo de voltar a atender aquele cliente pequeno, mas com uma ideia diferente, que é permitir ao usuário fazer um autoatendimento. Ele gere a conta dele, faz cadastro sozinho, sobe as suas as notas, não precisa de um gerente para fazer esses serviços para ele. Isso partiu de uma análise de que não valia mais a pena ter uma estrutura comercial igual à que a gente tem na SEM, que é diretor, superintendente, análise de crédito, análise de cadastro, para um cliente muito pequeno. Então você troca tudo isso por tecnologia, por autoatendimento. Tanto que, no começo da fintech, a gente atendia público que faturava até menos do que R$ 1 milhão ao ano.
E&N - Quais as principais vantagens de buscar recursos em uma fintech?
Mansur - Nenhuma fintech vai se comparar ao nível de taxas dos quatro grandes bancos, até pelo custo de capital deles. Mas as fintechs ganham muito em agilidade. Então a vantagem vai de quanto a empresa pode pagar por esse serviço. Se precisa tomar um capital de giro, fazer um desconto de duplicata imediato, tem necessidade de urgência na empresa, é muito mais fácil ela contar com uma fintech do que com um grande banco. Com a pandemia, e com a restrição de crédito dos bancos, a pouca oferta de recursos que existe, muitas empresas não tem nem acesso a essas instituições maiores. Por isso as fintechs ganharam muito espaço, porque não tem nenhuma oferta de credito mais barata. Para quem tem alguma restrição financeira, algum processo, a oferta no mercado de crédito brasileiro é muito baixa. E as fintechs estão ganhando muito mercado em cima disso. Esse é um dos nossos focos, levar crédito a quem não tem. Além de soluções financeiras, como antecipação de duplicatas, temos nossa conta digital, produtos que a gente chega em um nicho que os bancos não querem ou não podem atender.
E&N - Que tipo de cliente vocês estão focando no momento?
Mansur - Quando nascemos havia muito o foco de "vamos abrir contas". Fizemos campanhas, investimento em marketing, e abrimos quase 100 mil contas em um ano, o que é um número muito expressivo. Porém, como hoje todo mundo tem conta digital, virou uma commodity. Então o cliente ia, usava a conta e parava. Não é um modelo que a gente achou legal e vantajoso, e não explorava nosso diferencial, que é dar crédito para aquele cara que realmente precisa. Então, no último ano, passamos a focar exclusivamente em captação de clientes que vão tomar crédito conosco. Hoje operamos entre 700 e 1 mil clientes por trimestre, que realmente tomam crédito, e não apenas possuem uma conta digital. Aliás, se ele vem, toma crédito comigo e acaba tendo a conta digital por consequência é muito mais vantajoso.
E&N - Como está a captação da fintech?
Mansur - Em 2020 fechamos com mais de R$ 75 milhões em operações de crédito. Mas como nossa carteira gira muito rápido, é de curto prazo, temos um modelo que apresenta muita revolvência. Com pouco dinheiro a gente consegue fazer muitas operações de curto prazo. Mas o número é bem impactante. Para fazer R$ 75 milhões em operações temos que originar de 2 a 3 vezes mais, tem muita coisa que é negada. Nossa capacidade de originação, de ir atrás dos negócios, foi validada no ano passado.
E&N - A pandemia foi um obstáculo forte para os negócios?
Mansur - Nos piores meses, como março e abril, a gente fez menos operações e muito mais restritas. Mas maio, junho e julho, vimos como o mercado estava se desenvolvendo. Alguns segmentos continuaram as atividades, como o hospitalar, e conseguimos atendê-los, dando conta do recado. Depois a situação foi se normalizando, especialmente depois de julho e agosto. Mas foi um ano em que as pessoas precisaram muito de capital giro sem a duplicata em contrapartida. As vendas despencaram e começaram a se fortalecer apenas no fim do ano, e houve muita falta de matéria-prima. A necessidade de caixa e dinheiro a vista era muito grande. Os empréstimos concedidos eram uma antecipação para comprar matéria-prima, e você não tinha a duplicata. A antecipação de recebíveis ficou bem mais difícil.
E&N - Como estão os planos para 2021?
Mansur - Para este ano a gente quer desenvolver ainda mais nossa conta digital, entrar em serviços de cobranças, dar mais serviços para nossos clientes, não só dar antecipação de recebíveis, empréstimos, mas ajudar na consulta de crédito, ter mais fidelidade dos clientes e alcançar novos mercados. Aliás, nossas expectativas são muito boas para o mercado de crédito em geral. O crescimento deve se manter, e as empresas vão se estabilizar. Além disso, a TrustHub está tendo um crescimento exponencial, e já podemos ver para o futuro alguma independência em relação ao grupo SRM, e cada vez mais conquistar novos objetivos separadamente.
 
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