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Empresas & Negócios

- Publicada em 15 de Fevereiro de 2021 às 03:00

Cooperativa Creral desenvolve usinas além das fronteiras do Rio Grande do Sul

João Alderi do Prado espera para este ano entrada em operação de mais duas centrais geradoras

João Alderi do Prado espera para este ano entrada em operação de mais duas centrais geradoras


CRERAL/DIVULGAÇÃO/JC
Jefferson Klein
A cooperativa de energia Creral, que tem sede em Erechim e atende hoje cerca de 7,65 mil unidades consumidoras distribuídas em 37 municípios, nas regiões do Alto Uruguai, Altos da Serra e Produção, prepara-se para romper os limites do Estado. O grupo, que além de fazer chegar a energia elétrica na casa do seu associado, atua nas áreas de geração desse insumo e na de Telecom (principalmente com o foco de levar a internet para o meio rural), participará das suas primeiras usinas localizadas fora do Rio Grande do Sul. O presidente da Creral, João Alderi do Prado, informa que a cooperativa espera para este ano ainda a operação de duas Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) em Santa Catarina e uma usina solar em São Paulo.
A cooperativa de energia Creral, que tem sede em Erechim e atende hoje cerca de 7,65 mil unidades consumidoras distribuídas em 37 municípios, nas regiões do Alto Uruguai, Altos da Serra e Produção, prepara-se para romper os limites do Estado. O grupo, que além de fazer chegar a energia elétrica na casa do seu associado, atua nas áreas de geração desse insumo e na de Telecom (principalmente com o foco de levar a internet para o meio rural), participará das suas primeiras usinas localizadas fora do Rio Grande do Sul. O presidente da Creral, João Alderi do Prado, informa que a cooperativa espera para este ano ainda a operação de duas Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) em Santa Catarina e uma usina solar em São Paulo.
Empresas & Negócios - A Creral já possui experiência em projetos de usinas dentro do Rio Grande do Sul, a cooperativa pensa em investimentos além do território gaúcho?
João Alderi do Prado - Estamos atravessando um período de transição de grandes investimentos na área de geração de energia. Ainda no primeiro trimestre deve entrar em operação duas CGHs: uma de 1,6 MW e outra de 4,3 MW, ambas em Santa Catarina, nos municípios de Videira e em Campos Novos. E até junho devemos também colocar em operação comercial duas usinas solares que já estão em obras. Uma delas em São Paulo, de 3,9 MW, no município de Iacanga, que deve entrar em operação comercial até a metade do ano. A outra fica no Rio Grande do Sul, em São Sepé, com 3,45 MW. Essa é a primeira vez que estamos rompendo a fronteira e fazendo investimentos em outros estados (somadas, as potências das quatro usinas representam cerca de 0,35% da demanda elétrica gaúcha).
E&N - Qual a estimativa de investimento nesses quatro novos complexos?
Alderi - Estamos falando um total de investimento nas CGHs de aproximadamente R$ 25 milhões e nas usinas solares de cerca de R$ 33 milhões, todos feitos com parcerias.
E&N - Por que a escolha por Santa Catarina e São Paulo?
Alderi - Com Santa Catarina tem a proximidade, estamos praticamente na divisa e também pela oportunidade. São empreendimentos que entramos já em andamento e percebemos que seria importante participar. Já São Paulo foi uma oportunidade de comercialização de energia para clientes da região. As usinas terão a energia comercializada como geração distribuída (a energia é direcionada para um consumidor específico e não para o sistema elétrico interligado nacional).
E&N - A Creral pensa em replicar a experiência em outros estados ou foi uma ação ocasional?
Alderi - Estamos buscando em vários lugares. Hoje, estamos olhando São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Brasília, para oportunidades de geração.
E&N - Como a pandemia de coronavírus afetou as operações e o planejamento da Creral no ano passado?
Alderi - A pandemia teve uma ação muito direta sobre a execução das atividades que a cooperativa tinha programado, atrasando algumas questões importantes, como a execução de obras e investimentos que estavam previstos. A PCH Forquilha IV teve pelo menos três a quatro meses de atraso na entrada em operação comercial (que ocorreu em janeiro deste ano, no rio Forquilha, entre os municípios de Maximiliano de Almeida e Machadinho). Mas, não tivemos redução de mercado (consumo de energia).
E&N - De quanto foi o aumento do consumo de energia elétrica na área de concessão da Creral no ano passado?
Alderi - Foi algo próximo a 9%.
E&N - O que a cooperativa projeta para 2021?
Alderi - A gente espera que agora, mais habituados com o processo da pandemia, que as atividades sejam as mais normais possíveis, embora sabemos que isso não será de forma plena. A vacinação é importante para que a gente possa minimizar ainda mais os impactos. Mas, a gente projeta ter um crescimento na área de geração e distribuição de energia, impulsionado pelo agronegócio, que vem puxando o consumo.
E&N - O que esperar quanto ao custo de tarifas da Creral para este ano?
Alderi - A gente trabalha para que a distribuição de energia da cooperativa em 2021 não tenha aumento.
E&N - Porque será possível não ter aumentos?
Alderi - Porque teremos a entrada de uma compra de energia em leilão que a cooperativa fez a um custo mais baixo. Atualmente, a gente vem pagando um custo mais elevado da energia. Então, vamos ter um gasto mais módico na aquisição de energia.
E&N - A Creral também participa de um projeto de uma usina que será alimentada com casca de arroz em Capivari do Sul. Como está esse empreendimento?
Alderi - Estamos dependendo de conseguir a licença ambiental de instalação para podermos iniciar a construção. É uma usina de 5 MW e o investimento deve girar entre R$ 35 milhões e R$ 38 milhões. E a perspectiva de consumo de casca de arroz é de aproximadamente 35 mil toneladas ao ano.
E&N - Qual a previsão de entrada em operação dessa termelétrica?
Alderi - Acreditamos que no próximo ano a usina possa estar operando. Já temos uma carta de enquadramento de financiamento do BRDE, que é parceiro do empreendimento, então está bem encaminhado para que, a partir da obtenção da licença de instalação, a gente possa começar a executar o empreendimento.
E&N - Quem participa dessa iniciativa com a Creral?
Alderi - Ainda não estão definidos todos os investidores, mas até agora temos a participação da Creral, BR Energia, Minozzo Participações e Energia 203 e Enerbio.
E&N - Como está o desenvolvimento da área de Telecom?
Alderi - A Telecom foi muito importante nesse período de pandemia, porque muitas atividades passaram a ser remotas. A gente continua expandido e aumentando a carteira de clientes, buscando atender ao mercado mais rural. Já fizemos a cobertura com fibra ótica em todas as comunidades em que a Creral atua. Então, qualquer associado da Creral que queira poderá ter acesso à internet via fibra ótica. Neste ano, queremos ver se conseguimos chegar a mais cerca de 1 mil famílias rurais com internet, é um bom desafio para gente. Finalizamos 2020 com 17,55 mil planos de internet e, desses, em torno de 2 mil eram do meio rural.
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